Não, Cristo não é o sobrenome de Jesus: descubra o que esse título significa
>> quinta-feira, 4 de julho de 2013
Por R.C. Sproul
Por todo
o Novo Testamento, nós encontramos muitos títulos para Jesus de
Nazaré—"Filho de Deus", "Filho do Homem", "Senhor", entre outros. No
entanto, o título que é mais frequentemente dado a Jesus no Novo
Testamento é aquele que nos é familiar, mas que nós não entendemos bem. É
o título de "Cristo".
Por que
eu digo que nós não entendemos bem esse título? Eu digo isso porque
"Cristo" é utilizado tantas vezes em conjunto com o nome "Jesus", que
temos a tendência de pensar que esse é o seu sobrenome. No entanto,
"Cristo" não é um sobrenome para Jesus. Ele teria sido conhecido como "Jesus Bar-José", que significa "Jesus, filho de José". Ao invés disso, "Cristo" é o título supremo de Jesus. Mas o que isso significa?
O significado de Cristo
é tirado do Antigo Testamento. Deus prometeu aos antigos israelitas que
o Messias viria para libertá-los do pecado. A ideia do Messias é
transportada para o Novo Testamento com o título de Cristo. A palavra grega Christos, de onde nós obtemos a palavra Cristo, em português, é a tradução do termo hebraico Mashiach, que é a fonte para a palavra Messias, em português. Mashiach, por sua vez, está relacionada com o verbo hebraico masach,
que significa "ungir". Portanto, quando o Novo Testamento fala de Jesus
Cristo, ele está dizendo "Jesus, o Messias", que significa literalmente
"Jesus, o Ungido".
Nos
tempos do Antigo Testamento, as pessoas eram ungidas quando chamadas
para servirem como profeta, sacerdote ou rei. Por exemplo, quando Saul
foi o primeiro rei de Israel, o profeta Samuel ungiu sua cabeça com
óleo, de forma cerimonial (1 Samuel 10:1). Este rito religioso foi
realizado para mostrar que o rei de Israel tinha sido escolhido e
capacitado por Deus para o reinado. Da mesma forma, os sacerdotes (Êxodo
28:41) e profetas (1 Reis 19:16) foram ungidos segundo o mandamento de
Deus. Em certo sentido, qualquer um no Antigo Testamento que tenha sido
separado e consagrado para servir era um messias, por ter recebido uma
unção.
Mas o povo de Israel ansiava por aquele indivíduo prometido que era para ser, não apenas um messias, mas o
Messias, Aquele que seria separado e consagrado por Deus de forma
suprema para ser o Profeta, Sacerdote e Rei do povo. Assim sendo, no
momento em que Jesus nasceu, existia uma grande expectativa entre os
judeus que haviam esperado pelo Messias durante séculos.
Surpreendentemente,
quando Jesus começou o seu ministério público, poucos o reconheceram
por quem ele era, apesar das muitas evidências de que ele possuía uma
unção de Deus que ultrapassou em muito aquela que repousara sobre
qualquer outro homem. Sabemos que houve uma grande confusão a seu
respeito, mesmo depois dele haver ministrado por algum tempo. Em um
ponto, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho
do Homem?" (Mateus 16:13 b). Ele estava analisando a sua cultura,
verificando os rumores sobre si mesmo. Em resposta à pergunta de Jesus,
os discípulos enumeraram vários pontos de vista que estavam sendo
apresentados: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros:
Jeremias ou algum dos profetas" (versículo 14). Jesus estava sendo
identificado com todos os tipos de pessoas, mas nenhuma dessas
especulações estava correta.
Em
seguida, Jesus perguntou aos discípulos: "Mas vós, continuou ele, quem
dizeis que eu sou?" (versículo 15b). Pedro respondeu com o que é
conhecido como a grande confissão, uma declaração de sua crença sobre a
identidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (versículo
16). Com essas palavras, Pedro declarou que Jesus era o Christos, o Mashiach, o Ungido.
Então
Jesus disse algo interessante. Ele disse a Pedro que este era abençoado
por ter aquela compreensão da identidade de Jesus. Por que ele disse
isso? Jesus explicou: "porque não foi carne e sangue que to revelaram,
mas meu Pai, que está nos céus" (versículo 17). Pedro havia recebido uma
revelação divina de que Jesus era o Messias, não era algo que ele havia
discernido pela sua própria capacidade. Novamente, isso me deixa
maravilhado, porque alguém poderia pensar que quase todo mundo que
encontrou Jesus o tenha reconhecido imediatamente como o Messias.
Afinal, não há falta de informação no Antigo Testamento sobre a vinda do
Messias—onde ele nasceria, como ele se comportaria e que poder ele
manifestaria— e todos podiam ver o que Jesus estava
fazendo—ressuscitando pessoas dentre os mortos, curando todos os tipos
de doenças e ensinando com grande autoridade. Mas, é claro, eles não o
reconheceram. A unção de Jesus não era imediatamente aparente.
Muitas
pessoas hoje em dia têm coisas positivas a dizer sobre Jesus como um
modelo de virtude, um grande mestre e assim por diante, mas eles não
chegam a dizer que ele é o Messias. Esta é a grande diferença entre
cristãos e não cristãos. Só quem nasceu de novo pode confessar que Jesus
é o Cristo. Você pode?
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Extraído do site www.ligonier.org. © 2013 Ligonier Ministries. Original: Jesus Christ, Anointed One.
Este artigo faz parte da edição de Março de 2013 da revista Tabletalk sobre “Idolatria da Juventude”.
Tradução: Isabela Siqueira. Revisão: Renata Espírito Santo – © Ministério Fiel.
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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