Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

Ide e Pregai Titulo da Imagem

O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

O Espelho dos Mártires Titulo da Imagem

Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto Titulo da Imagem

No estado laico, a religião na política não nos representa

>> sexta-feira, 12 de abril de 2013

                                           Marcelo Semer

No afã de defender Marco Feliciano das críticas recebidas por amplos setores da sociedade, o blogueiro de Veja, Reinaldo Azevedo, disse que era puro preconceito o fato de ele ser constantemente chamado de pastor.

Infelizmente não é.

Pastor Marco Feliciano é o nome regimental do deputado, como está inscrito na Câmara e com o qual disputou as últimas eleições.

Há vários casos de candidatos que acrescentam a sua profissão como forma de maior identificação com o eleitorado, como o Professor Luizinho ou ainda a Juíza Denise Frossard.

Marco Feliciano não está na mesma situação –sua evocação é um claro chamado para o ingresso da religião na política, que arrepia a quem quer que ainda guarde a esperança de manter intacta a noção de estado laico.

A religião pode até ser um veículo para a celebração do bem comum, mas seu espaço é nitidamente diverso.

Na democracia, o bem comum é uma construção coletiva e, por natureza, includente. Quanto mais pessoas fazem parte da decisão, mais ela se legitima.

A religião é, por si só, excludente, e seus dogmas sobre o bem e o mal não estão sob escrutínio popular.

Suas ‘verdades absolutas’ não fazem parte do ambiente de negociação, próprio da atividade política. Esta busca, ainda, se amoldar à vontade social e não apenas forjá-la, como regras rígidas de um credo.

A definição da moral e a punição a quem dela se desvia, que pode ser até inerente ao religioso, quando consagrado à virtude, não tem espaço na vida republicana. Regrar os demais por uma concepção própria de vida não passa de um abuso de direito.

A religião na política acaba por estimular não apenas o preconceito (pela dificuldade de aceitar diferenças), como o ódio decorrente de sua demonstração pública –do que o crescimento da violência homofóbica é claro indício.

Se as leis de um Estado devem valer ao conjunto de seus cidadãos, as religiosas só alcançam aqueles que se entregam a fé. A catequese imposta, mesmo que por vias indiretas, como a de impingir a todos a crença de apenas alguns, é própria de estados teológicos.

Alimentado, todavia, por interesses partidários, dos mais variados matizes e ideologias, lobbies religiosos estão ganhando trânsito no governo e também na oposição, seduzidos uns e outros pelo volume de potenciais eleitores e pela enorme penetração nos meios de comunicação de massa.

O futuro nos espera, assim, em uma esquina sombria.

O caso Feliciano pode ser maior do que a questão religiosa, mas resumi-lo ao folclore de suas desastradas declarações, desprezando os riscos desta vinculação, seria uma tremenda imprudência.

É certo que o episódio vem desgastando os partidos, que relegaram a comissão de direitos humanos a um terceiro escalão.

Mas, ao mesmo tempo, também revelou uma sociedade mais madura, tolerante e engajada. Que reagiu às vezes com ira, às vezes com graça, mas quase uníssona em um daqueles momentos de defesa da liberdade que costumam deixar marcas.

No cálculo eleitoral, no entanto, analistas já preveem que o deputado deve ter mais votos no próximo pleito, e que todo esse desgaste, enfim, terá valido a pena para ele.

Pode ser até o mesmo cálculo que outros tantos famosos, como personagens do escândalo, colunistas do insulto ou humoristas da ofensa, costumam fazer quando investem pesado em uma grande polêmica.

Afinal de contas, já faz tempo que aquela regra cínica da política “falem mal, mas falem de mim”, foi transformada na máxima das celebridades em busca de atenção: “falo mal para que falem de mim”.



Marcelo Semer é juiz de direito em SP e escritor. Ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia. Autor do romance Certas Canções (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo

0 comentários:

Postar um comentário

Blog Widget by LinkWithin