FUI TRAÍDO! E AGORA?
>> terça-feira, 30 de abril de 2013
Dani Marques
Quando acontece a
traição, a vítima normalmente tende a descarregar toda a raiva,
frustração e culpa na pessoa que traiu. Mas é necessário colocar os pés
no chão e analisar toda a situação, a ponto de conseguir identificar os
seus próprios erros. Vejamos:
1 - Seu
relacionamento já não estava indo bem e no meio do caminho surgiu uma
pessoa disposta e desejosa de suprir as necessidades emocionais e
sexuais do seu cônjuge;
2 - Vingança - ele(a) traiu porque foi traído(a);
3 - Casou muito cedo ou por obrigação (normalmente por causa de uma gravidez inesperada);
4 - O seu cônjuge
tem um "fraco" por traição, e no auge da paixão, você não analisou bem o
seu caráter e comportamento. Ele provavelmente deu alguns sinais dessa
"fraqueza" durante o namoro, mas por conta da paixão, você optou por não
enxergar: "Ahhh, depois que casar ele(a) muda!" Doce ilusão... Não
podemos esquecer que a decisão de casar também foi sua!
Pois bem, você foi traído. E agora, o que fazer?
Se foi a primeira
vez que isso aconteceu, se não há nenhuma ligação emocional com a
pessoa em questão e se seu cônjuge está arrependido e disposto a
restaurar o relacionamento, não exito em dizer: PERDOE! Ninguém está
isento de trair, nem mesmo você! A traição, diante de Deus, é um pecado
como outro qualquer. É claro que para o ser humano costuma ser muito
mais dolorido e difícil, mas para Deus tem o mesmo peso que qualquer
outro pecado, e deve ser encarado como tal. É necessário reconhecer o
erro, pedir perdão sincero à Deus e ao cônjuge e buscar a transformação.
Lembrando que: "qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já
cometeu adultério com ela no seu coração" Mt 5:28. Vixeeee, o buraco é
muito mais embaixo hein? Se o seu cônjuge te traiu, mas você vive
desejando outras pessoas em pensamento, tá reclamando do que amigo(a)?
Precisamos vigiar!
Continuando,
existe também a possibilidade do "réu" ainda estar apaixonado pelo(a)
amante, mas por causa da sua maturidade, ou talvez pelos filhos, ainda
esteja disposto a lutar pelo casamento. Neste caso, PERDOE TAMBÉM! Vai
ser muito mais difícil e dolorido, mas se há disposição de ambos os
lados, é completamente possível restaurar o relacionamento! O primeiro
passo é fazer com que o "traidor" corte qualquer tipo de relação com
o(a) "outro(a)". Ele terá que reconquistar a sua confiança, e para isso,
deverá responder a todos os tipos de questionamentos, quantas vezes
forem necessárias. Isso faz parte da cura.
Além disso, nada
deve ser encoberto. Celulares, e-mails e senhas deverão ficar à sua
disposição. Essa atitude mostra que ele(a) não tem mais nada a esconder e
que está disposto(a) a fazer o que for preciso para recuperar a sua
confiança. Caso não haja esta disposição, é porque ainda há o que
esconder. E se você aceitar viver dessa maneira, prepare-se, pois o
fantasma da traição vai te assombrar ainda por muito tempo! A parte
traída tem todo o direito de desconfiar e fuçar a vida do "traidor", o
tempo que for necessário. É uma consequência do erro, e se há o desejo
de restauração, é assim que deve ser, até que a confiança seja
recuperada.
Outra situação, é
quando o adúltero está tão envolvido e apaixonado pelo(a) amante que
não deseja de forma alguma permanecer no casamento. Neste caso, eu acho
que você deve... PERDOAR TAMBÉM! Vamos esclarecer: Perdão é uma decisão,
aliás, uma ordem que Jesus nos deixou: "Senhor, até quantas vezes
deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? E
Jesus respondeu: Eu lhe digo, não até sete, mas até setenta vezes
sete." Mt 18:21 e 22 e "Pois, se perdoarem as ofensas uns dos outros, o
Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros,
o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas". Mateus 6:14-15
Quando você
perdoa alguém, não significa que vai esquecer tudo o que aconteceu e
sair por aí pulando de alegria. É óbvio que não. Perdão é uma decisão
diária. Ele(a) te fez mal? Sim, mas decida retribuir este mal com amor.
Não falo do amor fantasioso, mas sim do amor decidido. Faça o bem sempre
que for possível e necessário, não deseje o mal, não ataque com
palavras ou atitudes e ore constantemente para que Deus transforme a
situação e te faça ter bons sentimentos pela pessoa. Não é fácil fazer
isso, claro que não! É um esforço diário e que muitas vezes chega a ser
sobrenatura!
Perdoar também
não significa conviver. Se um cara matar sua filha e você decidir
perdoá-lo, não quer dizer que terá que conviver para provar que o
perdoou, certo? Então, neste caso, você não tem obrigação nenhuma de
insistir no relacionamento. A sua única obrigação é a de amar:
"Amem os seus
inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a
ser filhos de seu Pai que está nos céus... Se vocês amarem aqueles que
os amam, que recompensa receberão? E se vocês saudarem apenas as pessoas
que gostam, o que estarão fazendo de mais? Até os descrentes fazem
isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de
vocês" Mateus 5:44 e 46 à 48
Que seja assim
com seu cônjuge (ou ex-cônjuge). Sei que a dor de uma traição ou de um
divórcio é imensa, praticamente insuportável para quem foi traído! Nunca
senti na pele, mas estou acompanhando uma amiga queridíssima que está
passando por esta situação. Segundo ela, chega a se comparar a dor da
morte. Pra você que está vivendo esta realidade, recomendo o livro
"Antes de Dizer Adeus, de Jaime Kemp". Ele é ótimo para auxiliar casais
que estão a beira do divórcio ou passando por ele.
Bom, se o seu
caso é este último, busque durante um bom tempo orientação a Deus. Peça a
Ele que te mostre se deve ou não lutar por este relacionamento. Pode
ser que com o tempo o cônjuge se arrependa, neste caso, ainda há
esperança para restauração, caso contrário, livre-se da tortura! Não
seja masoquista: "Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em
tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão. Deus nos
chamou para vivermos em paz". 1 Coríntios 7:15. Conheço pessoas que
sofrem com a constante traição do marido/esposa e mesmo assim insistem
no relacionamento.
Se o seu cônjuge
te traiu e ainda te trai, se não demonstra arrependimento, mudança e
disposição de restaurar o relacionamento, não há porque continuar neste
inferno, a não ser que você tenha uma direção clara de Deus para isso.
Enxergo essa situação como o relacionamento entre uma mãe e seu filho
desobediente. Qualquer pessoa sabe que uma criança só aprende a lição
quando é disciplinada, algumas vezes pela pelos pais e outras pela
própria realidade. Imagine uma mãe que não faz nada para educar e
disciplinar seu filho, apenas distribui carinhos, presentes e ora?
Uma pessoa que
insiste em trair seu cônjuge e não busca transformação, precisa ser
disciplinada pela vida e receber um belo choque de realidade! Talvez
esta seja a sua única chance de transformação! Se você tem acolhido o
seu cônjuge traidor, lavado sua roupinha, feito a sua comidinha,
arrumado a sua casinha e dado aquela transadinha, desculpe dizer, mas
você está sendo complacente com o pecado! É como a mãe que abre
diariamente a carteira para seu filho dependente de drogas. Espera-se o
que de uma situação como esta?
Enfim, busque
forças, sabedoria e direção em Deus! Ore, jejue e leia a Bíblia
diariamente, em especial os Evangelhos. Transmita o caráter de Cristo em
suas palavras e ações. Entregue-se nas mãos do Senhor e aprenda a viver
no sobrenatural. "Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria
humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem". 1 Cor
1:25. Sabe quando um filho amedrontado agarra as mãos do pai com todas
as suas forças? Então, faça isso com o seu Paizão! Ele está de braços
abertos te esperando...
Dani é casada há 8 anos e têm dois filhos e é colaboradora do Genizah. Conheça o seu blog pessoal: Salve o meu casamento!
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