Uma surpreendente obra de Deus
>> segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Por Kevin DeYoung
Existem apenas algumas
coisas que permanecem semanalmente na minha lista de oração. Uma delas é
o avivamento ou reavivamento. Eu acredito que Deus tenha se movido no
passado para inflamar grandes avivamentos. Eu acredito que ele pode
fazê-lo novamente. E eu acredito que seria bom que os cristãos pregassem
e orassem por um avivamento cristocêntrico em nossos dias, que ame o
Evangelho, glorifique a Deus e seja dado pelo Espírito.
Claro, isso levanta a questão: o que é verdadeiro avivamento? Vou chegar
a uma definição em um momento e falarei mais sobre o modelo bíblico de
renovação e reforma no próximo texto, mas permita-me começar mostrando
algumas noções falsas sobre avivamento.
Primeiro, avivamento não é reavivalismo. Obviamente, quando você
adiciona o “ismo” isso soa assustador, mas eu acho que há uma distinção
importante a defender. Entendo por reavivalismo um evento programado,
produzido e determinado por homens. No início do século XIX, uma mudança
profunda aconteceu. Considerando que antes avivamentos eram vistos como
obras da soberania de Deus pelo que alguém orava e jejuava mas não
conseguia planejar, a partir de 1800 os avivamentos tornaram-se
produções programadas. Você poderia montar uma barraca e anunciar um
avivamento na próxima quinta-feira. Se você colocar uma música nova
aqui, um coral lá, um certo estilo de pregação, um banco para os
pecadores arrependidos, você pode ter certeza de uma resposta. Isso é um
avivamento feito por homens, não verdadeiro avivamento.
Segundo, avivamento não é individualismo. Com isso quero dizer
que um avivamento é um evento corporativo. É uma coisa maravilhosa
quando Deus muda um só coração, especialmente no meio de muitos ossos
secos, mas não é disso que estamos falando. Quando Deus envia um
avivamento, ele varre uma igreja inteira, várias igrejas ou comunidades,
e toca uma diversidade de pessoas (por exemplo, jovens, velhos, ricos,
pobres, educados, incultos). Não é apenas uma transformação individual,
de tão maravilhoso que é.
Terceiro, avivamento não é emocionalismo. De fato, verdadeiro
avivamento pode produzir grande emoção. Mas a emoção em si não indica
uma verdadeira obra do Espírito. Você pode levantar as mãos, ou ficar
duro, chorar histericamente, ou ter uma grande calma, cair no chão,
saltar para cima e para baixo, gritar Amém, fazer orações altas ou
suaves, se sentir muito espiritual ou se sentir muito insignificante.
Estes são o que Jonathan Edwards chama de “não-sinais”. Eles não dizem
nada de um jeito ou de outro. Se você levanta as mãos ao cantar uma
canção de louvor, isso pode significar que você está encantado com o
amor de Deus, ou pode significar que você tem uma personalidade
expressiva e a música proporciona uma liberação de energia. Se você
canta um hino com solenidade e gravidade, pode ser que você está
cantando com profundo temor e reverência, ou pode significar que a sua
religião é mero formalismo e você está realmente entediado. Verdadeiro
avivamento é marcado por mais do que a presença ou ausência de emoção
tremenda.
Quarto, avivamento não é idealismo. Avivamento não significa que o
céu chega na terra. Ele não inaugura uma utopia espiritual. Não resolve
todos os problemas da igreja. Na verdade, o avivamento, com todas as
suas bênçãos, geralmente traz novos problemas. Muitas vezes existe
controvérsia. Pode haver orgulho e inveja. Pode haver suspeita. E além
dessas obras da carne, Satanás muitas vezes desperta falsos avivamentos.
Ele semeia sementes de confusão e engano. Assim, tanto quanto nós
devemos ansiar por avivamento, não devemos esperar que ele seja a cura
para todos os problemas da vida, e muito menos um substituto para
décadas de tranquilidade, obediência fiel e crescimento.
Então, o que é verdadeiro avivamento? Aqui está a minha definição: O
verdadeiro avivamento é uma soberana, repentina e extraordinária obra de
Deus pela qual ele salva pecadores e traz vida nova para o seu povo.
O verdadeiro avivamento é uma soberana (dependente do tempo de Deus,
realizado por Deus , concedido conforme a vontade de Deus); repentina
(conversões, crescimento e mudanças acontecem de forma relativamente
rápida); extraordinária (incomum, surpreendente); obra de Deus (não
nossa); pela qual ele salva pecadores (regeneração levando a fé e
arrependimento); e traz vida nova para o seu povo (com afeições,
comprometimento e obediência renovados).
Um dos melhores exemplos do verdadeiro avivamento na Bíblia é a história
de Josias, em 2 Reis 22-23. A história não é um projeto para ser
imitado em todos os aspectos, especialmente porque Josias é rei sobre
uma teocracia. Mas a história é instrutiva, na medida em que nos dá uma
imagem de uma soberana, rápida e extraordinária obra de Deus.
Fonte: Voltemos Ao Evangelho
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