Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

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DEUS ME MOSTROU? DEUS ME FALOU? DEUS ME REVELOU? TEM CERTEZA?

>> segunda-feira, 11 de novembro de 2013



Por Fabio Campos

Texto base: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. (Ex 20.7 AFC)

Fico preocupado com alguns irmãos quando fazem o que vem na cabeça dizendo ser a vontade de Deus! É tanta “profecia”, “revelação” e “experiências sobrenaturais” que começo a duvidar se de fato sou um cristão genuíno – essas coisas não são corriqueiras a mim.

Não quero com isso limitar o poder de Deus nem tão pouco menosprezar as experiências verdadeiras que alguns irmãos tiveram. Até porque não sou “cessacionista” e acredito piamente nos dons espirituais e nos milagres que seguem os que creem. A questão é a forma que muitos têm usado o nome de Deus para seu próprio benefício. Quanta carnalidade escondida no excesso de “espiritualidade” ostentada a vista da plateia. Quando me deparo com alguém falando que foi ao terceiro céu, ou que viu anjo, ou se não, viu o próprio Jesus, logo me vem à mente – ou este irmão é muito “ungido”, ou ele é um tremendo de um “picareta” e não é irmão.

Há muita falta de temor por traz destas coisas. Gente que não conhece o Deus da Bíblia -, mas que fala em seu nome. Não é bom o zelo sem o conhecimento (Pv 19.2). Pior é jurar em nome de Deus ou por sua própria cabeça. Temos que ser honestos mesmo que nosso ministério não ganhe popularidade. Fomos chamados para ser fiel e não para ganhar ibope. Quantas pessoas correm atrás disso - “feiticeiros evangélicos” que não se contentam com o que está escrito. Nossa palavra deve ser sim, sim ou não, não -, passou disso - vem do maligno.

Paulo se fosse um charlatão faria um grande sucesso perante os gregos e judeus. Um homem que foi até o terceiro céu - viu coisas que nunca poderão ser compreendidas neste corpo mortal. Este mesmo Paulo não se beneficiou nem um pouco da visão que lhe foi dada. Pelo contrário! Preferiu não ir além do que está escrito (1 Co 4.6).

Quantas pessoas caindo em maldição por votarem precipitadamente. A Bíblia é clara, “guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal”. Quantos irmãos pronunciam palavras diante de Deus, prometendo o que não vão cumprir - falando que Deus falou sem ter Ele falado. São como sinos que ressoam sem a afinação devida. O cristão é de poucas palavras, pois do muito falar, nascem às palavras néscias. Há mais esperança para o insensato do que para o homem que é precipitado no dizer (Pv 29.20).

Amados, a aplicação prática deste pequeno estudo é alertar que nem sempre Deus está quando seu nome é citado. Não importa quem seja – qualquer ensino, revelação e profecia que não se enquadrem com o ensino das Escrituras, imediatamente devem ser rejeitados e tratados em caráter de maldição. Até Paulo que foi ao terceiro céu, disse que caso mudasse sua doutrina da que foi transmitida por ele no começo do seu ministério, e mesmo que um anjo do céu endossasse tal ensino, deveria ser rejeitado e considerado como anátema (Gl 1.8).


É necessário no temor lembrar que Deus está no Céu e nós estamos na terra. Tomar o nome de Deus em vão é falar daquilo que não se conhece para receber se auto-promover, tomando para si a glória que pertence ao único Digno de louvor. Muito cuidado, pois o Senhor não dará por inocente aquele que tomar Seu Santo Nome em vão!

Cuidado com este evangelho esotérico pragmático apresentado em algumas igrejas ditas evangélicas. Nestes lugares há sempre um líder que recebe as visões e toda comunidade é coagida a acatar como sendo canônicas - imunes de julgamentos. Isso não tem respaldo bíblico! Tratam de pessoas carnais, manipuladoras e sem temor a Deus - que reivindicam uma “unção” dos “superes ungidos”; “e ai daquele que tocar no ungido do Senhor”. Quanto a estes, as Escrituras são claras. Ela é nossa maior autoridade pelo qual podemos confrontar qualquer um que se diz profeta, apóstolo, bispo, ou a quarta pessoa da trindade, mas que está fora do crivo escriturístico, pois está escrito: “Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal”. (Cl 2.18 ARA)

Pensemos duas vezes antes de falar “ah Deus me mostrou, Deus me falou ou Deus me revelou”. Que o Senhor nos ajude a sermos humildes o bastante a ficarmos apenas com as Escrituras e nada a ela acrescentar, pois este é o ensino:

“...aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro”. (1 Co 4.6 AFC)

Sola Scriptura!

Fonte: Fabio Campos

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O que significa possessão demoníaca e opressão demoníaca?

>> terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Bíblia Sagrada não esconde de nós que estamos em uma guerra contra o Maligno e que ele age nesse mundo (João 5.19; Efésios 6.12). O ministério de Jesus Cristo teve vários entraves com o maligno. Os evangelhos registram que Jesus expulsou diversos demônios de pessoas, libertando-as da ação do Maligno (Mateus 8.16).
Porém, ainda existe muita confusão a respeito desse tema. Alguns preferem ignorá-lo e fingir que ele não existe. Já outros focam demais suas atenções em espíritos malignos, fazendo deles o centro de suas vidas. Os dois extremos são perigosos.
O que significa possessão demoníaca e opressão demoníaca?
Uma das grandes dificuldades de entendimento de muitos crentes é diferenciar a forma como o maligno age. Mais uma vez alguns menosprezam que o maligno tenha poder de agir na vida das pessoas, enquanto outros atribuem tudo a ação do maligno. Dois extremos perigosos também. Por isso, gostaria de esclarecer os termos possessão e opressão, que irão nos ajudar a entender melhor a forma de ação do diabo e seus anjos maus.
Em primeiro lugar vamos explicar o que significa possessão demoníaca. Isso ocorre quando o maligno possui o corpo da pessoa, ou seja, a pessoa passa a ter dentro de si outro ser que acaba influenciando-a a ter determinadas atitudes. Em Lucas 4.33-37 vemos um exemplo claro disso. Um homem, em plena sinagoga dos judeus, em um momento onde Jesus estava ensinando a Palavra, se manifestou com um espírito imundo. Imediatamente Jesus expulsou aquele demônio: “Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz…”.
A Bíblia nos relata que nas possessões as pessoas podem ter problemas físicos, como por exemplo, o homem possesso que tinha um espírito mudo e, por isso, era mudo: “Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado. E, expelido o demônio, falou o mudo…” (Mt 9:32-33).
A Bíblia também menciona que pode haver uma força sobre-humana envolvida na possessão: “ Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. (Mc 5:1-4)
Assim, a possessão é uma das mais graves ações do maligno na vida de uma pessoa. A possessão só pode acontecer em uma pessoa que não crê verdadeiramente em Jesus Cristo. Ou seja, somente incrédulos, ímpios podem sofrer de possessão. Principalmente aqueles envolvidos com graves pecados.
Em hipótese alguma um crente verdadeiro ficará possesso. Expliquei essa questão no artigo “O cristão pode ficar possuído por demônios?”.
Já a opressão demoníaca significa que o diabo age em seu papel de tentador, buscando tentar a pessoa para que peque e permaneça em uma vida de pecado, longe de Deus. O apóstolo Pedro explicou bem essa questão, quando disse: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8).
O próprio apóstolo Pedro passou por isso quando foi tentado pelo diabo a sugerir a Jesus que não seria necessário que Ele passasse pela morte de Cruz. Cristo logo identificou que se tratava de Satanás tentando-o através de Pedro (Mateus 16.22-23).
Todos os crentes verdadeiros estão sujeitos a esse tipo de opressão maligna. Já que o diabo não pode possuir um crente genuíno, pois este é propriedade exclusiva de Deus, ele age de fora para dentro buscando atingir esse crente de alguma forma através das tentações e outros métodos externos.

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O que significa reino de Deus?

>> terça-feira, 8 de outubro de 2013



Em diversos locais no Novo Testamento encontramos a expressão “reino de Deus”. Vejamos um exemplo: “E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.” (Mateus 19.24)


Para explicar o significado principal dessa expressão precisamos compreender que Deus reina sobre todas as coisas desde sempre. Apesar da Bíblia declarar que o príncipe deste mundo é o diabo (Jo 16.11), isso não significa que ele seja o soberano e aja com liberdade plena como um governante soberano. A Bíblia declara claramente a soberania de Deus sobre tudo e todos (Sl 47.8), inclusive sobre o maligno (Fp 2.10-11).
O que significa reino de Deus?
Dessa forma, o reino de Deus é esse domínio pleno que Deus tem sobre todo ser, sobre toda as coisas existentes nesse mundo. Esse domínio se estende além do presente. Deus dominou ontem, domina hoje e dominará amanhã e para todo o sempre. Esse é o reino de Deus que está progressivamente tomando sua forma designada em cada tempo, até que chegue ao seu formato final na segunda volta de Jesus Cristo.
Reino de Deus também pode significar a vida que teremos na presença de Deus no céu. Veja esse exemplo: “O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2 Timóteo 4.18)

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A religiosidade é contagiante

>> sexta-feira, 4 de outubro de 2013


É interessante como a religiosidade é contagiante: Ela não precisa de propaganda, não precisa de incentivo, nem mesmo precisa de orientação. Na verdade, parece que a religiosidade é de certo modo inato a cada um de nós. Parece que temos a necessidade de criar regras, modelos, sistemas que tornem nossa “adoração” mais palatável e objetiva.
Entretanto, nos dias de Cristo a religiosidade tinha tudo isso: Propaganda, incentivo e orientação. Os Fariseus eram os modelos da religião e tinham tudo o que era necessário para ensinarem o que era a “verdadeira” religião para o povo.
Eles se distinguiam das outras opções religiosas nos seus dias, por sua crença e apreço pela Lei que Deus havia dado a Moisés, a Torá. Eles também advogavam ser os verdadeiros intérpretes da Lei baseada na tradição oral dos anciões, que posteriormente veio a ser codificada no documento que conhecemos como Talmud.
Segundo Flávio Josefo, grande parte da população da Palestina do primeiro século aceitava sua doutrina (Ant.18.15) de modo que até mesmo os Saduceus (outro grande grupo religioso em Jerusalém) estavam sujeitos aos Fariseus (Ant.18.17).
Os Fariseus eram os homens que levavam a vida religiosa do Templo para casas, sinagogas e para a vida pessoal do judeu comum. Eles eram os heróis da religião. Homens de alta posição social e prestígio em sua sociedade.
Mas, de modo interessante, o Talmud (Mas. Sotah 22b) registra a existência de sete tipos de Fariseus no primeiro século:
O Fariseu “ombro“: Esse é o tipo de fariseu que carrega todas as suas boas ações em seus ombros para que todos possam ver;
O Fariseu “espera só mais um pouquinho“: Esse é o tipo de fariseu que prefere esperar para ver o que vai acontecer antes de agir. Ele sempre tem uma boa desculpa teológica para não realizar uma boa obra.
O Fariseu “machucado“: Esse é aquele que fechava os olhos para evitar olhar para uma mulher, mas por fazê-lo enquanto andava, normalmente tropeçava e caia.
O Fariseu “corcunda“: Esse é aquele que evitava qualquer tipo de tentação por andar olhando para baixo. Há quem diga que isso era também era uma forma de demonstrar publicamente sua humildade.
O Fariseu “exibido“: Como o nome já diz, esse era o fariseu que tinha prazer em contar (numericamente) e contar (publicamente) seus feitos. O objetivo era ter sempre o maior número de boas obras que os outros participantes da religião.
O Fariseu “cheio de medo“: Esse era o fariseu que temia a Deus, não exatamente por causa da sua reverência ou respeito por Deus, mas por medo de Seu julgamento. Em outras palavras, era aquele que por temer o inferno se certificava de obedecer todos os mandamentos da Lei de Deus, mesmo aqueles criados pela tradição dos anciãos.
O Fariseu “que amava a Deus“: Esse era considerado o fariseu ideal, que obedecia a Deus por amor a Deus. Um grupo minoritário, que poderia ter incluido homens como Nicodemos, José de arimatéia e até mesmo Gamaliel.
Na minha opinião, o mais interessante em ler essa lista é perceber que esse tipo de farisaísmo ainda existe e está firme e forte em nossas igrejas. R.H.Stein está correto quando diz que “nem mesmo o cristianismo está isento dessa infeliz tendência“ (Stein, R. H. (2001). Vol. 24: Luke, pp. 340–341.).
A verdade é que de alguma forma os fariseus fizeram escola na igreja de tal modo que essa mesma lista poderia ser escrita para descrever sete tipos de cristãos religiosos. Deve ser por isso que também podemos dizer que ainda existe a propaganda, o incentivo e os modelos da religiosidade entre nós. É fato, a religiosidade é contagiante!
Fonte: NAPEC

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Você não pode agradar a homens e ser o escravo de Jesus Cristo.


Por Josemar Bessa

“Ó Senhores! Nós podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”. – Charles H. Spurgeon
A verdade tem bordas duras que não podem ser suavizadas. Mas há uma grande tentação de suavizá-las dependendo da força motivadora dentro de nós. Como medimos o sucesso? Que padrão temos usado na proclamação do evangelho? Que tipo de ministério é eficaz? Avaliamos economicamente? Contamos cabeças...?
É engraçado, mas muitas pessoas em nossos dias que dizem crer na soberania de Deus sobre todas as coisas, quando falam em sucesso, usam os mesmos meios de aferição do mundo. Muitos quando falam de Charles H. Spurgeon, começam a mencionar cabeças... Mas isso não é o fato relevante em Spurgeon, e sim o que Spurgeon ensinou. Multidão Charles Finney também conseguiu. A. W. Pink não experimentou em vida nada do que Spurgeon experimentou em sua vida ministerial, mas quão fiel a Verdade ele foi.
Onde está o ponto? Quando você faz um balanço de sua vida você usa os critérios do Ibope? Todos nós somos tentados a medir-nos comparando o que temos produzido com o que outros produziram... nós investimos demais na opinião dos corretores do poder em nossa sociedade, seja espiritual ou secular.
É impossível exagerar os efeitos devastadores que estão inexoravelmente consumindo a vida da igreja quando essa perspectiva é abraçada. A Verdade fatalmente é comprometida, cortando os cantos duros do evangelho, suavizando bordas que irão afastar o homem natural, a vontade de esconder a borda afiada da moralidade bíblica numa sociedade amoral, o desejo de ser relevante para um mundo que acha Deus irrelevante em suas reivindicações... Porque queremos um aumento de apoio, um aumento de número, um aumento de doadores, um aumento...
Preste atenção nas palavras de Paulo: “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida...” - 2 Coríntios 2:15-16
Eis a norma bíblica para o sucesso!! Um “cheiro!” – A verdade articulada aqui pelo apóstolo Paulo é um poderoso remédio para a tentação de encontrar fórmulas que fatalmente irão comprometer a Verdade por desejar definir que“cheiro” seremos na vida das pessoas que ouvirem a verdade do evangelho.
Você deseja ser um cheiro de Deus para o mundo? Seja fiel na proclamação da Verdade. Seja fiel em todos os seus termos, pregue a loucura da cruz, não suavize a sua ofensa, proclame as promessas do evangelho, declare as consequências eternas... Jamais pense em como mostrar o evangelho de uma maneira que ele pareça mais favorável a depravação do coração natural do homem. Eis o padrão de Paulo: "Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo. "Gálatas 1:10
Eis o ponto nevrálgico de qualquer estratégia voltada para ser atraente ao homem natural, independente da estratégia, a própria motivação de ser agradável ao homem já é um desvio - só a intenção mostra um desvio do propósito - "... Se eu estivesse ainda agradando aos homens eu não seria servo de Cristo" - Você não pode ser ambos.
Você não pode agradar a homens e ser o escravo de Jesus Cristo. Você não pode ser um soldado comprometido para agradar o seu comandante e ser um prazer para o homem natural que está em inimizade para com Deus: "...a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." - Romanos 8:7 - Só há uma direção: "...como homens aprovados por Deus, a ponto de nos ter sido confiado por ele o evangelho, não falamos para agradar a pessoas, mas a Deus, que prova os nossos corações." - 1 Tessalonicenses 2:4
Só há duas respostas possíveis ao verdadeiro evangelho de Cristo – nós não procuramos induzir essa resposta. Quando a mensagem é dada a conhecer ao mundo, fatalmente haverá uma resposta. A neutralidade é impossível, não existe tal coisa em relação a Verdade de Deus. A indiferença ou apatia é um mito. Ignorar é negar a verdade... O homem está entre os que estão sendo salvos ou está entre os que estão perecendo – a mesma Verdade tem dois cheiros distintos. A palavra da cruz é “loucura” – absoluta loucura, ou é “o poder de Deus “ para a salvação – “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” - 1 Coríntios 1:18
A mensagem de Cristo proclamada por Paulo ( e não o mensageiro, ou a linguagem, ou o método...) é por si só responsável por dividir os ouvintes dessa maneira.
Sempre que a Palavra de Deus é proclamada uma fragrância é liberada. Para alguns é um aroma de vida, de esperança, de perdão, de regeneração, de justificação... Essas coisas não são manipuláveis – o mensageiro deve entregar o que recebeu para pregar. Esse aroma de vida é incomparável – nada pode ser comparado ao cheiro de vida exalado pelo Filho de Deus. O Espírito pela Palavra regenera o coração, desperta a vida, ressuscita alguém que estava“morto em delitos em pecados”... é maravilhoso!!! - “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados - Efésios” 2:1
Mas para outros, a Verdade do evangelho é um sufocante fedor venenoso.Cheiro de morte e não de vida. Charles Spurgeon nos lembra:
“O evangelho é pregado aos ouvidos de todos, mas ele só vem com poder para alguns. O poder que está no evangelho não está no mensageiro, sua eloquência, argumentos... caso contrário, os homens e seus métodos seriam conversores de almas. Também não está na técnica do pregador... caso contrário, consistiria na salvação pela sabedoria dos homens. Podemos pregar até nossas línguas apodrecerem, até o ar de nossos pulmões se esgotarem e morrermos, mas nunca uma alma será convertida a menos que haja o misterioso e soberano poder do Espírito Santo operando como quer naqueles que Ele quer operar. O Espírito Santo muda a vontade do homem. Ó Senhores! Nós podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”.
Mas veja, Paulo é uma fragrância de Deus independente da resposta da mensagem! ““Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte.”
Quando Paulo pregou e sofreu de cidade em cidade, apanhou, foi ridicularizado, difamado... e o nome de Jesus foi blasfemado. Paulo estava sendo uma fragrância de Deus (Um cheiro de morte). Quando no meio do sofrimento ele proclamou fielmente o evangelho e a Verdade foi abraçada, homens regenerados... ele foi uma fragrância de Deus ( Um cheiro de vida ).
Ao pregarmos a Verdade sem aparar as arestas duras para o homem natural, sem esconder parte da Verdade, sem tentar desenvolver técnicas para que o homem natural sinta um bom cheiro de um evangelho corrompido segundo suas paixões... Somos uma fragrância de Deus, mesmo quando a mensagem é completamente rejeitada.
A fragrância começa imediatamente a ser corrompida no momento em que nosso padrão de sucesso é o mesmo que o do Ibope. O que Paulo está dizendo é que mesmo se nossa “multidão” for pequena e insignificante para o Ibope, o sucesso é medido pela fidelidade – não determinamos sobre cada pessoa, ou “público alvo”, ou cultura... que tipo de fragrância seremos – “cheiro de vida ou cheiro de morte” – Se nosso esforços, nossa proclamação da verdade levarem a “vida” ou a “morte”, continuamos sendo o aroma de Cristo para Deus – “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo...” - 2 Coríntios 2:15. E somos o bom perfume de Cristo para Deus apenas quando pregamos Jesus verdadeiramente e biblicamente. Não tentamos definir se seremos“Cheiro de vida ou de morte”.
Isso é uma pílula muito difícil de engolir se o propósito é o sucesso e não a glória de Deus. É difícil de engolir se o nosso temor dos homens é maior que o nosso temor a Deus – se nós desejamos o louvor e a aprovação dos homens em detrimento do que vem de Deus. Quem acha duro demais tomar essa pílula, tenta negar, mas está servindo ao Pragmatismo e não a Deus.
Devemos ser um cheiro bom para Deus em Cristo, mesmo que ele seja um cheiro podre e de morte para o mundo que se perde, ou um cheiro agradável de vida para os que são regenerados pelo Espírito Santo.
Fonte: Josemar Bessa

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A religião é o ópio do povo: uma análise sociológica




Passados 130 anos da morte do alemão Karl Marx (1818-1883), a frase pela a qual ficou conhecido – “a religião é o ópio do povo” -, continua sendo explorada por pesquisadores e lideres religiosos de diversos seguimentos. Mas que queria dizer Marx ao comparar a religião com o ópio? Ao mesmo tempo, seria o autor um oposicionista à fé pessoal, a crença familiar em uma divindade, em uma tradição religiosa qualquer? Primeiro, há de se considerar o fato de que o autor alemão provinha de uma família judaica e que, com o passar dos anos, optou pelo ateísmo; sua opção pelo ateísmo não se deu em decorrência de alguma insatisfação religiosa, mas a partir de uma constatação sociológica, de uma análise dos impactos da religião na vida de um adepto, de um fiel.

Segundo, Marx era senão uma expressão racionalista de sua época, produto de uma série de questionamentos ao domínio religioso na educação, ciência, cultura etc., que começa a partir do Renascimento e tem seu pico com o Iluminismo, quando pensadores ingleses, a partir de 1680, trazem à tona novas críticas à Igreja. Na verdade, grande parte dos pensadores – ingleses, alemães, franceses – reproduzem em suas análises uma insatisfação popular, em resposta ao obscurecimento medieval e absolutista da Igreja Católica. A Revolução Francesa (1789) foi uma das expressões iluministas e que ocorreu em face de um repúdio aos privilégios do clero que, à época, compunha o primeiro estado, seguido pela nobreza, que constituía o segundo estado.

Camponeses, mineiros, artesões, a pequena e a média burguesia compunham, de fato, o motor que fazia com que a economia funcionasse, mas se viam desprivilegiados pelo o fato de que eram os únicos a pagar a totalidade dos impostos, enquanto o primeiro e o segundo estado vivia em deleites, à custa do trabalho do terceiro– este último com cerca de 22 milhões de pessoas, contra os 100 mil clérigos e 400 mil nobres. A Revolução Francesa ocorre, portanto, em decorrência ao absolutismo do primeiro e do segundo estamento, à ausência de democracia, de participação popular no Governo. Ao mesmo tempo, operários ingleses manifestavam descrédito com relação à política e à religião, entendidas por alguns como “instrumentos de domínio” que se revezam e se articulam objetivando a manutenção do Poder, dos benefícios econômicos – a dobradinha entre a coroa portuguesa e o catolicismo pode ser citada como exemplo.

Decorrente de todas as aventuras e desventuras dos clérigos católicos ao longo dos últimos 1400 anos antes de Marx, Engels, Bauer, Feuerbach etc., os pensadores europeus da metade do século XIX passaram a entender a Religião como um obstáculo ao progresso científico, cultural, educacional, econômico, popular. A religião não mais era entendida como um canal de comunhão, de relacionamento com o sagrado, mas como um dos vários meios de domínio, de pacificação – a popularização do Football é descrita por Henrique Nielsen Neto (1986:193) como outro meio encontrado pela classe dominante inglesa de “impedir a organização política dos operários”. É, talvez, daí que se desenvolve a ideia de que “futebol, política e religião não se discutem!” dada à diversidade de pensamentos, de opiniões, de opções sociais, ideológicas, religiosas.

Karl Marx, ao analisar a situação dos operários ingleses e a doutrinação religiosa por eles sofrida, passa associar a religião ao ópio – uma substância alucinógena de origem asiática e consumida nos subúrbios de Londres, inclusive por operários que buscavam alternativas à rotina desgastante das fábricas. Para Marx a religião tira do homem a capacidade de compreensão, de análise da materialidade, do chão da fábrica, da periferia. Sua análise, na verdade, aparece como uma continuação aos estudos de Ludwig Feuerbach (1804-1872), contemporâneo, conhecido por sua teologia humanista. Feuerbach entendia que a alienação religiosa faz parte de uma engrenagem ou teoria teológica que busca o sentido da razão e da existência do homem no mundo, em uma tentativa de compreensão da realidade a partir da espiritualidade, do sagrado. Tanto Marx, quanto Ludwig Feuerbach sai em defesa do antropocentrismo, da racionalidade.

Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor de O Príncipe (1532), desde o século XVI tem sido objeto de centenas de escritos, análises, monografias, em que é criticado, tratado como homem sem princípios, irreverente, imoral, pérfido, destruidor de leis, mas também elogiado pela a sua capacidade política, estratégica. De certa forma há questões discutíveis em O Príncipe, mas há se destacar o fato de que o autor compõe sua obra em um período em que o sentido de democracia, de humanidade, era desconhecido de sua geração – principalmente diante do fato de que o autor compõe sua análise em uma época, diríamos, obscura, de trevas, de influência continental do catolicismo romano. Atualmente, com as convenções, as cartilhas, a democracia, o respeito ao próximo é um dever internacional, de todos os povos, de todas as culturas. Igualmente, Marx e Feuerbach partem de uma questão que estava em voga na época, de descontentamento e descrédito com relação à religião, ao domínio desta na sociedade.

Hoje sabemos que a crença religiosa é um patrimônio, um direito de todo cidadão, que não deve ser reprimida pelo estado republicano, mesmo que contrária a pressupostos científicos, filosóficos ou sociológicos. A religião faz parte da humanidade, presente nas comunidades mais primitivas. Marx, Weber, Hegel, Feuerbach foram interpretados de diversas formas nas últimas décadas, muitas das vezes de forma equivocada, sem contextualização, que culminou em tragédias, violações aos direitos humanos, cerceamento de toda ordem. Há aspectos locais, nacionais, de cultura, que devem ser respeitados. Maquiavel, apesar de desonesto para os padrões contemporâneos, faz reiteradas referências a Deus, à religião em O Príncipe, enquanto Max Weber, em sua obra, A Ética Protestante e o Espírito Capitalista (1904-05), associa a ética e as ideias puritanas ao surgimento do capitalismo, mas tal não torna o protestantismo responsável pelos males do sistema capitalista, neoliberal. É um fato!

Fonte: NAPEC

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O compromisso com o testemunho do evangelho

>> segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O apóstolo Paulo menciona três disposições inabaláveis do seu coração em relação ao evangelho: “Eu estou pronto” (Rm 1.14); “eu sou devedor” (Rm 1.15) e “eu não me envergonho” (Rm 1.16). Temos aqui três verdades: A obrigação do evangelho: “sou devedor”; a dedicação ao evangelho: “estou pronto”; e a inspiração do evangelho: “não me envergonho”. Vamos examinar esses três compromissos com o evangelho.
Em primeiro lugar, eu estou pronto a pregar o Evangelho (Rm 1.14). A demora de Paulo em ir a Roma não era falta de desejo do apóstolo, mas impedimentos circunstanciais alheios à sua vontade. Esse atraso, na verdade, enquadra-se no sábio arbítrio de Deus, pois resultou na escrita desta epístola, que tem merecido o encômio de ser “o principal livro do Novo Testamento e o evangelho perfeito”. Paulo sempre esteve pronto a pregar. Ele pregava em prisão e em liberdade; nas sinagogas e nas cortes; nos lares e nas praças. Pregava em pobreza ou com fartura. Ele chegou a dizer: “ai de mim, se não pregar o evangelho” (1Co 9.16). Pregar o evangelho era a razão da sua vida.
Em segundo lugar, eu sou devedor do Evangelho (1.15). Há duas maneiras de alguém se endividar. A primeira é emprestando dinheiro de alguém; a segunda é quando alguém nos dá dinheiro para uma terceira pessoa. É no segundo caso que Paulo se refere aqui. Deus havia confiado o evangelho a Paulo como um tesouro que ele tinha que entregar em Roma e no mundo inteiro. Ele não podia reter esse tesouro. Ele precisava entregá-lo com fidelidade. Deus nos confiou sua Palavra. Ele nos entregou um tesouro. Precisamos ir e anunciar. Sonegar o evangelho é como um crime de apropriação indébita. O evangelho não é para ser retido, mas para ser proclamado. Ninguém pode reivindicar o monopólio do evangelho. A boa nova de Deus é para ser repartida. É nossa obrigação fazê-la conhecida de outros. Proclamar este evangelho em todo o mundo e a toda criatura não é questão de sentimento ou preferência; é uma obrigação moral; é um dever sagrado.
Em terceiro lugar, eu não me envergonho do Evangelho (1.16). Paulo se gloria no evangelho e considera alta honra proclamá-lo. Ao considerarmos, porém, todos os fatores que circundavam o apóstolo, nós poderíamos perguntar: Por que Paulo seria tentado a envergonhar-se do evangelho ao planejar sua viagem para Roma? Porque o evangelho era identificado com um carpinteiro judeu que fora crucificado. Porque naquela época como ainda hoje os sábios do mundo nutriam desprezo pelo evangelho.
Porque o evangelho, centralizado na cruz de Cristo, era visto com desdém tanto pelos judeus como pelos gentios. Porque pelo evangelho Paulo já havia enfrentado muitas dificuldades. Porém, a despeito dessas e outras razões, Paulo pode afirmar, com entusiasmo: “Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).
Hoje há três grupos bem distintos: Primeiro, aqueles que se envergonham do evangelho. Segundo, aqueles que são a vergonha do evangelho. Terceiro, aqueles que não se envergonham do evangelho. Em quais desses grupos você se enquadra? Qual tem sido o seu compromisso com a proclamação do evangelho? Que Deus desperte sua igreja, para que como um exército poderoso, cheio do Espírito Santo, se levante para proclamar com fidelidade o evangelho da graça. Pregar outro evangelho ou sonegar o evangelho é um grave pecado; porém, anunciar o evangelho, é o maior de todos os privilégios!

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Uma Reflexão sobre a Igreja Organismo e a Igreja Organização




A Igreja é fruto da mente de Deus e por isso sua complexidade é enorme e inatingível a mente humana.
Somente em termos gerais podemos entender o que Deus determinou para a Sua Igreja e como esta foi idealizada e confirmada em todos os tempos.
A Igreja como instrumento de Deus para a salvação e para a edificação é privilégio dado por Deus, sendo que Ele não necessita dela para isso, mas quis que ela fosse Sua embaixadora neste mundo e a capacita para esta função e missão.
A vida da Igreja, sua história e sua missão devem ser alvo de estudo de todo aquele que quer ser um instrumento de benção nas mãos de Deus e que quer serví-lo com responsabilidade e sinceridade. Como ela surgiu, como caminhou, como esta hoje, qual sua missão e o que acontecerá com ela, deve estar bem claro na mente e no coração de todos os crentes genuínos em Cristo.
 
1. DEFINIÇÃO DE “IGREJA”:
 
No grego clássico, a palavra usada no Novo testamento para designar a Igreja (ekkesia) referia-se simplesmente a uma assembléia dos cidadãos de uma localidade que era realizada em locais públicos e geralmente abertos. O equivalente mais próximo do Antigo Testamento (qahal) não é tanto uma especificação dos membros de uma assembléia, mas uma designação do ato de se reunirem.
No NT, a palavra Igreja tem dois sentidos. Por um lado, denota todos os crentes em Cristo em todas as épocas e lugares. Esse sentido universal é encontrado em Mateus 16:18, em que Jesus promete que construirá sua igreja, e na figura do corpo de Cristo, desenvolvida por Paulo. Com maior freqüência, porém, “igreja” refere-se a um grupo de crentes em dada localidade geográfica. Esse é o sentido claro em textos como 1 Coríntios 1:2 e 1 Tessalonicenses 1:1.
Várias definições podemos citar, como:

a. Do ponto de vista da Eleição
Segundo alguns teólogos, a Igreja é a comunidade dos eleitos.
Contudo, esta definição tende a ser um tanto enganosa. Ela se aplica unicamente à Igreja como existe na idéia de Deus e como será completada no fim dos séculos, e não à Igreja como realidade presente e empírica. A eleição inclui todos os que pertencem ao corpo de Cristo, independentemente da sua real e atual relação com ele. Mas os eleitos que ainda não nasceram, ou que ainda são estranhos a Cristo e não estão ainda debaixo da proteção da Igreja, não podem ser referidos como pertencentes à Igreja.

b. Do ponto de vista da Vocação Eficaz
A Igreja é definida como a agremiação dos eleitos que são chamados pelo Espírito Santo.

c. Do ponto de vista do Batismo e Profissão
A Igreja tem sido definida como a comunidade dos que são batizados e professam a fé verdadeira; ou como a comunidade dos que professam à religião verdadeira.

Calvino define Igreja como a “multidão de pessoas espalhadas pelo mundo, que professam adoração a um só Deus em Cristo; são iniciadas nesta fé pelo batismo, dão testemunho da sua unidade e amor por sua participação na Ceia; estão de acordo na Palavra de Deus, e pela pregação dessa Palavra mantêm o ministério ordenado de Cristo”.

2. A NATUREZA DA “IGREJA”:

De ajuda na compreensão da natureza da igreja é uma doutrina claramente ensinada no NT, a unidade da igreja.
Paradoxalmente, porém, a Igreja, conforme existe hoje no mundo, não parece estar unificada. Vemos incontáveis denominações, às vezes bem semelhantes quanto ao ensino, competindo umas com as outras. E os relacionamentos entre os membros da igreja local são às vezes caracterizados por indiferença e até hostilidade aberta. Mas sabemos que, como crentes, devíamos estar perseguindo a unidade, pois essa é a vontade declarada de Cristo para a igreja.
Alguns entendem a unidade da Igreja como algo essencialmente espiritual quanto à natureza. Encontram a unidade no fato de todos os crentes servirem e amarem ao mesmo Senhor.
Embora não estejam organicamente ligados a outros grupos de crentes e talvez não atuem juntos em nenhum projeto externo, amam-se uns aos outros, mesmo às pessoas com quem não tem nenhum contato. Um dia, quando a noiva de Cristo, a Igreja, for reunida, haverá verdadeira unidade. A unidade, em outras palavras, aplica-se à igreja universal ou invisível, mais do que à igreja visível.
A segunda concepção centra-se no reconhecimento e na comunhão mútua. Essa abordagem dá ênfase ao fato de que, embora as congregações e denominações sejam separadas umas das outras, possuem basicamente a mesma fé e, portanto, devem lutar para dar expressão observável a essa unidade, usando todos os meios possíveis.
Finalmente, há a concepção de que a unidade da igreja significa unidade orgânica. Aqui, as congregações se unem numa grande denominação, juntando suas tradições.

Conclusão: Com certeza, os crentes devem desejar e buscar a concretização de uma unidade espiritual e, na medida do possível, o reconhecimento e a comunhão mútua. Cada pessoa e congregação terão de determinar até que ponto o envolvimento maior e a atividade cooperativa são coerentes com a preservação de suas convicções bíblicas e com o cumprimento da tarefa dada pelo Senhor.
 

3. A DISTINÇÃO ENTRE A IGREJA COMO ORGANISMO E A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO (INSTITUIÇÃO):
 
Aqui vale ressaltar o desconhecimento de grande parte dos então chamados evangélicos para essa distinção. Eles confundem Igreja Organismo com Igreja Organização. As frases "Eu sou a Igreja", "nós somos a Igreja", "Igreja não são paredes", "Templo não é Igreja" e outras semelhantes são ditas sem qualquer conhecimento do que realmente estão falando. No afã de defender uma concepção, atacam a outra, sem contudo, um exame bíblico responsável.
 
As duas concepções são claras na Bíblia.
E é o que examinaremos a seguir:

A Igreja como organismo tem existência carismática; nela todos os tipos de dons e talentos tornam-se manifestos e são utilizados na obra do Senhor. A igreja como organização (instituição), por outro lado, existe numa forma institucional e funciona por meio dos ofícios e meios que Deus instituiu. Num sentido, ambas são coordenadas e, todavia, há também certa subordinação de uma à outra. A Igreja como instituição ou organização é um meio para um fim, e este fim se acha na Igreja como organismo, a comunidade dos crentes.
 
3.1 - A Igreja como “Organismo”:
 
Alguns teólogos definem este ponto da seguinte forma: “ A Igreja é o corpo místico de Cristo, do qual Ele é a cabeça viva e do qual os crentes regenerados são os membros”.
A Igreja assim considerada na qualidade de organismo é segundo Atos 15:14 “um povo para o seu nome”, o qual Deus está atualmente tirando dentre os gentios.
Esta igreja-organismo inclui todos os crentes cristãos autênticos, chamados de todas as nações. Inclui todos os salvos em todas as épocas e lugares do planeta, estejam vivos ou mortos.
 
 
 
 
 
3.2 - Nomes Bíblicos para a Igreja como Organismo:
  • O Povo de Deus
O conceito da Igreja como “povo de Deus” destaca a iniciativa de Deus na escolha das pessoas. No AT, Ele não adotou para si uma nação existente, mas na realidade criou um povo para si. Ele acolheu Abraão e, depois, por meio dele, fez surgir o povo de Israel. No NT, esse conceito de Deus escolhendo um povo é alargado, passando a incluir tanto judeus como gentios na Igreja.
Este conceito de Israel e a Igreja como povo de Deus contém algumas implicações. Deus se orgulha deles. Ele provê cuidado e proteção a seu povo; ele o mantém “como a menina dos olhos” (Dt. 32:10).
  • O Corpo de Cristo
Talvez essa seja a representação mais extensa da Igreja. Salienta que a Igreja é agora o centro da atividade de Cristo, assim como seu corpo físico a centralizava durante seu ministério terreno. Salienta também a ligação da igreja como um grupo de crentes, com Cristo. Esta representação comporta alguns aspectos:

 a) Cristo é a ou o cabeça desse Corpo (Cl. 1:18) do qual todos os crentes, como indivíduos, são membros ou partes.
 b) Existe a ligação mútua entre todas as pessoas que compõem a Igreja. Não existe algo como uma vida cristã isolada, solitária.
 c) O Corpo deve ser caracterizado pela comunhão genuína. Deve haver empatia e encorajamento (edificação).
 d) O Corpo deve ser unido.
 e) O Corpo de Cristo é Universal. É para todos os que chegarão a ele. Já não há requisitos especiais como nacionalidade (Cl 3:11).
 f) Sendo o Corpo de Cristo, a Igreja é a extensão de seu ministério.
  •   O Templo do Espírito Santo  
Após a obra impressionante do Espírito no Pentecostes, o mesmo Espírito continua trabalhando pessoas para a Igreja (1 Cor. 12:13). A Igreja é agora habitada pelo Espírito, tanto no aspecto individual como no coletivo.
O Espírito também é, em certo sentido, o Soberano da Igreja, pois é Ele quem equipa o corpo, dispensando os dons que, em alguns casos são pessoas para preencher vários ofícios e, em outros, são habilidades especiais. Ele decide quando um dom será concedido e a quem ele será conferido. E finalmente, torna a Igreja santa e pura (1 Cor. 6:19,20). 
  • Igreja Invisível 
Designação que provavelmente data da época de Agostinho, referente ao total de crentes genuínos, vivos e mortos, unidos pelo Espírito Santo ao corpo de Cristo. Ao contrário da Igreja Visível que é histórica e representa a união localizada de pessoas que professam a fé em Cristo, estando elas verdadeiramente nEle ou não.
A Igreja Invisível não pode ser observada externamente porque seus membros são conhecidos apenas pelo próprio Deus, que vê a fé interior e não apenas a profissão de fé exterior. 
  • Jerusalém de cima ou Nova Jerusalém ou Jerusalém Celestial  
Todas estas três formas se acham na Bíblia (Gl. 4:26; Hb. 12:22; Ap. 21:2). No AT Jerusalém era descrita como o lugar onde Deus habitava entre querubins e onde, simbolicamente, Ele tinha contato com seu povo.
O NT, evidentemente, considera a Igreja como reprodução exata da Jerusalém do AT e, daí, lhe dá o mesmo nome.
De acordo com esta descrição, a Igreja é o lugar de habitação, embora ainda parcialmente na terra, pertence à esfera celestial.
  • Coluna e Baluarte da Verdade 
Há apenas um lugar em que o nome é aplicado à Igreja, a saber, 1 Tim. 3:15.
Refere-se à Igreja em geral e, portanto, aplica-se a cada parte dela. A figura expressa o fato de que a Igreja é guardiã da verdade, cidadela da verdade e defensora da verdade contra os inimigos do Reino de Deus. 
 
 
 3.3- A Igreja como Organização ou Instituição:
 
A Igreja como organização também designada de Igreja Visível é a que inclui todos os membros batizados das congregações locais, que estão vivos atualmente.
Esta Igreja é formada pelas diversas denominações verdadeiramente bíblicas, que professam a mesma fé e que servem ao mesmo Deus e Senhor, em todos os lugares do planeta.
A Igreja como organização é composta destas denominações ou grupos, cada uma com suas particularidades e características próprias quanto a esta organização ou instituição.
Dentre estas características próprias encontra-se o governo da Igreja.
Veremos a seguir os existentes:

 Episcopal: na forma episcopal, a autoridade reside no bispo. Há vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é encontrada na igreja Metodista, que só possui um nível de bispos. Um pouco mais desenvolvida é a estrutura governamental da Igreja Anglicana ou Episcopal, enquanto a Igreja Católica Romana possui o sistema mais completo de hierarquia, com a autoridade investida especialmente no sumo pontífice, o bispo de Roma, o papa.
 Presbiteriana: O sistema presbiteriano de governo da igreja também coloca a autoridade em determinado ofício, mas o ofício individual e o detentor do ofício destacam-se menos que uma série de grupos representativos que exercem tal autoridade. Esta autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da Igreja local, o conselho ou o consistório é o grupo responsável pelas decisões. Este sistema difere do episcopal no fato de existir só um nível de clero. Só existe o Presbítero docente (o pastor) ou o Presbítero regente. Não existem níveis mais altos, como o de bispo.
 Congregacional: Esta forma destaca o papel do cristão como indivíduo e tem a Igreja local como centro de autoridade. Dois conceitos são básicos: o de autonomia e o de democracia.
Seguindo estes princípios, cada Igreja Local chama seu próprio pastor e determina seu próprio orçamento. O princípio de democracia baseia-se no sacerdócio de todos os crentes que, entendem, ficaria prejudicado, caso bispos ou presbíteros recebessem prerrogativa de tomar as decisões.

 Obs: Existem também outras formas intermediárias de governo da igreja mesclando duas e até as três formas mencionadas.

Portanto, a Igreja Organização é necessária para reunião da Igreja Organismo aqui nessa terra, para congregar em locais específicos grupos de cristãos com o objetivo de culto, adoração, louvor, ensino, serviço e ajuda social e além disso, intervindo nas comunidades diversas com sua solidariedade, fraternidade e amor cristãos.
Os templos, salões, casas ou demais locais físicos, dessa forma, não são nada mais que locais de encontro, adoração e edificação. Sua utilidade e relevância não devem ser negligenciadas por ser essa uma estratégia do Espírito Santo para a expansão e propagação do Evangelho de Cristo nessa terra desde os dias dos primeiros cristãos. Uma leitura responsável e atenta de Atos dos Apóstolos, bem como sua vinculação e concordância a todo NT revelará essa verdade.
A Igreja organizada é a expressão visível da Igreja de Cristo (Invisível), revelando-se ao mundo como a Embaixadora de Deus e proclamadora de Sua Verdade.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Temos que lembrar como Deus idealizou a Igreja e buscar obedecê-lo.
A Igreja invisível está visível aos olhos de Deus e devemos trabalhar para que a Igreja que vemos seja considerada por Ele parte deste organismo vivo que é a Igreja de Cristo.
A Igreja não deve ser concebida primeiramente como um fenômeno sociológico, mas como uma instituição estabelecida por Deus.
Por conseguinte, sua essência deve ser determinada não por uma análise de suas atividades, mas pelas Escrituras. Sola Scriptura!
A Igreja existe por causa de seu relacionamento com o Deus Triúno. Ela existe para cumprir a vontade do Senhor no poder do Espírito Santo. Ela é a continuação da presença e do ministério do Senhor no mundo.
A Igreja deve ser uma comunhão de crentes regenerados que demonstram as qualidades espirituais de seu Senhor. A pureza e a devoção devem receber destaques.
E finalmente, a Igreja, embora seja uma criação divina, é composta de seres humanos imperfeitos. Ela não alcançará perfeita santificação ou glorificação até o retorno do seu Senhor.
Sendo participantes desta Igreja, passemos a atuar de forma constante e objetiva, visando a glória de Deus e a salvação dos perdidos.
Busquemos amar e fortalecer os laços entre irmãos e aguardemos com paciência a volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o noivo o qual levará a noiva, sua Igreja, pura e imaculada para eternamente estarem juntos.

Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
 
Pr. Magdiel G Anselmo.

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