A Bíblia afirma que o mundo não acabará em 2012?
>> quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Casei
em 21 de dezembro de 1991. À época, minha esposa e eu não sabíamos que o
calendário maia terminaria nessa mesma data. E, se acreditássemos em
profecias sobre o fim do mundo, talvez tivéssemos mudado a data de nosso
casamento. Afinal, para muitos o mundo acabará em 2012, exatamente no
dia 21 do último mês deste ano! Brincadeiras à parte, há algum
fundamento na notícia alarmante de que o mundo chegará ao fim em 2012?
Roland Emmerich, no filme-catástrofe 2012 — estrelado por John Cusack, Danny Glover e Woody Harrelson (Columbia Pictures, 2009) —, tomou como base o fim do calendário maia para afirmar que grandes catástrofes ocorreriam em vários lugares, gerando um colapso global e ocasionando a destruição da Terra. Sua mensagem é clara: o mundo pode até não acabar tão cedo, mas precisamos nos preparar para isso. O filme mostra que ocorrerão, em breve, erupções solares e aquecimento do núcleo da Terra, provocando o deslocamento da crostra terrestre. Isso culminará em grandes emissões de materiais magmáticos de supervulcões, bem como em grandes terremotos em toda parte.
Conquanto o enredo de 2012 seja ficcional, o alerta de que o mundo poderá acabar em breve tem sido levado a sério por muitos cientistas. Discovery Channel, National Geographic e History Channel têm produzido documentários sobre a possibilidade de o fim do mundo acontecer nas próximas décadas. Além dos recentes terremotos no Haiti e no Japão, que deixaram muita gente atônita, ambientalitas estão preocupados com o crescimento da população global e a ação predatória do ser humano. O renomado cientista James Lovelock alerta: “Não se trata meramente de dióxido de carbono em excesso no ar nem da perda da biodiversidade à medida que florestas são derrubadas; a causa central é o excesso de pessoas, seus animais de estimação e gado — mais do que a Terra consegue suportar” (Gaia: Alerta Geral, Intrínseca, página 19).
Lovelock — formado em medicina, química e biofísica — descarta a ideia de que o mundo acabará em 2012. Mas defende a tese de que a Terra poderá ser destruída em pouco tempo: “A história da Terra e os modelos climáticos simples baseados na noção de uma Terra viva e reativa sugerem que são mais prováveis mudanças súbitas e surpresas [...]. Se o governo do Reino Unido persistir em forçar os esquemas dispendiosos e nada práticos da energia renovável, em breve descobriremos que quase tudo o que resta da nossa região rural será usado para a produção de biocombustível, geradores de biogás e parques eólicos de escala industrial — tudo isto no exato momento em que precisaremos de todo o campo existente para o cultivo de alimentos” (idem, páginas 20-30).
Outra preocupação apresentada pelo cientista é o aquecimento global: “A mera redução da queima de combustíveis fósseis, do uso de energia e da destruição de florestas naturais não será uma resposta suficiente ao aquecimento global, principalmente porque parece que a mudança climática pode acontecer mais rápido do que somos capazes de reagir a ela. E ela pode ser irreversível. Consideremos: o Protocolo de Kyoto foi elaborado há mais de dez anos e, desde então, parece que fizemos pouco mais que gestos quase vazios para deter a mudança climática” (idem, página 25).
Quanto a uma possível guerra nuclear, o cientista afirma: “Não demorará muito e poderemos nos defrontar com uma devastação de alcance planetário pior até que uma guerra nuclear ilimitada entre superpotências. A guerra climática poderia matar quase todos nós e deixar os poucos sobreviventes com um padrão de vida comparável ao da Idade da Pedra” (idem, página 44). Podemos ignorar a mensagem transmitida por um filme de ficção e até rir dela. Entretanto, o alerta de um cientista premiado, como James Lovelock — considerado pela revista Prospect um dos maiores intelectuais do mundo —, não deve ser desprezado.
Chegará, sem dúvida, o período que o Senhor Jesus chamou de a Grande Tribulação (Mt 24.29), em que males sem precedentes virão sobre a humanidade. Mas isso ainda não causará o fim do mundo. Após o período de grande aflição de sete anos, será estabelecido o Milênio (Ap 20.1-10). Somente depois desse período de mil anos de paz, em que a Igreja reinará com Cristo, o mundo chegará ao fim. Segundo a Palavra profética, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nelas há, se queimarão” (2 Pe 3.10), dando lugar a um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1). Segue-se que o servo do Senhor não precisa se preocupar com o fim. Afinal, se Jesus viesse buscar a sua Igreja hoje, o mundo só acabaria daqui a 1.007 anos!
O fim do mundo, propriamente dito, ocorrerá somente depois de vários eventos escatológicos previstos nas Escrituras: o Arrebatamento da Igreja, o Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a batalha do Armagedom, o Milênio, a última revolta de Satanás e o Juízo Final. Isso não significa que devemos ficar desapercebidos e ignorar o cumprimento profético e a bem-aventurada esperança (Tt 2.13). Em Mateus 24.3, vemos que os discípulos do Senhor Jesus, após ouvirem a sua predição de que o Templo em Jerusalém seria destruído — profecia que se cumpriu no ano 70 d.C. —, lhe fizeram uma indagação tripartida, a qual abarcou: (a) o futuro próximo: “quando serão essas coisas”; (b) o futuro remoto: “que sinal haverá da tua vinda”; e (c) o “fim do mundo”.
Considerar as três partes da pergunta dos discípulos é a chave para o entendimento de todo o plano escatológico descrito em Mateus 24, o qual apresenta sinais alusivos ao primeiro século, à Segunda Vinda e à consumação de todas as coisas. Ao ouvir o mencionado questionamento tríplice, o Senhor alertou: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4,5). Isso mostra que, nos dias que antecedem o Arrebatamento da Igreja, aumentará o número de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1,2) e de seguidores do erro, inclusive entre os cristãos (2 Tm 4.3).
Depois do Rapto, entrarão em cena, em pessoa, o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 13). Enquanto isso não acontece, inúmeros precursores desses agentes do mal têm agido no mundo (1 Jo 2.18; 4.1-3; 2 Pe 2.2). E não são poucos os propagadores de doutrinas falsas e falsificadas. Na mesma resposta à pergunta tripartida dos seus discípulos, o Senhor profetizou: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11). A cada dia, aumenta o número dos lobos (At 20.29), que, com a sua aparência de piedade (2 Tm 3.5), se passam por ovelhas (Mt 7.15) e enganam os desavisados (Ef 4.14). Mas a Noiva já está pronta! Os salvos, preparados, estão fazendo a última oração da Bíblia: “Ora, vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).
Ciro Sanches Zibordi
Publicado no jornal Mensageiro da Paz, de julho/2012
Roland Emmerich, no filme-catástrofe 2012 — estrelado por John Cusack, Danny Glover e Woody Harrelson (Columbia Pictures, 2009) —, tomou como base o fim do calendário maia para afirmar que grandes catástrofes ocorreriam em vários lugares, gerando um colapso global e ocasionando a destruição da Terra. Sua mensagem é clara: o mundo pode até não acabar tão cedo, mas precisamos nos preparar para isso. O filme mostra que ocorrerão, em breve, erupções solares e aquecimento do núcleo da Terra, provocando o deslocamento da crostra terrestre. Isso culminará em grandes emissões de materiais magmáticos de supervulcões, bem como em grandes terremotos em toda parte.
Conquanto o enredo de 2012 seja ficcional, o alerta de que o mundo poderá acabar em breve tem sido levado a sério por muitos cientistas. Discovery Channel, National Geographic e History Channel têm produzido documentários sobre a possibilidade de o fim do mundo acontecer nas próximas décadas. Além dos recentes terremotos no Haiti e no Japão, que deixaram muita gente atônita, ambientalitas estão preocupados com o crescimento da população global e a ação predatória do ser humano. O renomado cientista James Lovelock alerta: “Não se trata meramente de dióxido de carbono em excesso no ar nem da perda da biodiversidade à medida que florestas são derrubadas; a causa central é o excesso de pessoas, seus animais de estimação e gado — mais do que a Terra consegue suportar” (Gaia: Alerta Geral, Intrínseca, página 19).
Lovelock — formado em medicina, química e biofísica — descarta a ideia de que o mundo acabará em 2012. Mas defende a tese de que a Terra poderá ser destruída em pouco tempo: “A história da Terra e os modelos climáticos simples baseados na noção de uma Terra viva e reativa sugerem que são mais prováveis mudanças súbitas e surpresas [...]. Se o governo do Reino Unido persistir em forçar os esquemas dispendiosos e nada práticos da energia renovável, em breve descobriremos que quase tudo o que resta da nossa região rural será usado para a produção de biocombustível, geradores de biogás e parques eólicos de escala industrial — tudo isto no exato momento em que precisaremos de todo o campo existente para o cultivo de alimentos” (idem, páginas 20-30).
Outra preocupação apresentada pelo cientista é o aquecimento global: “A mera redução da queima de combustíveis fósseis, do uso de energia e da destruição de florestas naturais não será uma resposta suficiente ao aquecimento global, principalmente porque parece que a mudança climática pode acontecer mais rápido do que somos capazes de reagir a ela. E ela pode ser irreversível. Consideremos: o Protocolo de Kyoto foi elaborado há mais de dez anos e, desde então, parece que fizemos pouco mais que gestos quase vazios para deter a mudança climática” (idem, página 25).
Quanto a uma possível guerra nuclear, o cientista afirma: “Não demorará muito e poderemos nos defrontar com uma devastação de alcance planetário pior até que uma guerra nuclear ilimitada entre superpotências. A guerra climática poderia matar quase todos nós e deixar os poucos sobreviventes com um padrão de vida comparável ao da Idade da Pedra” (idem, página 44). Podemos ignorar a mensagem transmitida por um filme de ficção e até rir dela. Entretanto, o alerta de um cientista premiado, como James Lovelock — considerado pela revista Prospect um dos maiores intelectuais do mundo —, não deve ser desprezado.
Chegará, sem dúvida, o período que o Senhor Jesus chamou de a Grande Tribulação (Mt 24.29), em que males sem precedentes virão sobre a humanidade. Mas isso ainda não causará o fim do mundo. Após o período de grande aflição de sete anos, será estabelecido o Milênio (Ap 20.1-10). Somente depois desse período de mil anos de paz, em que a Igreja reinará com Cristo, o mundo chegará ao fim. Segundo a Palavra profética, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nelas há, se queimarão” (2 Pe 3.10), dando lugar a um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1). Segue-se que o servo do Senhor não precisa se preocupar com o fim. Afinal, se Jesus viesse buscar a sua Igreja hoje, o mundo só acabaria daqui a 1.007 anos!
O fim do mundo, propriamente dito, ocorrerá somente depois de vários eventos escatológicos previstos nas Escrituras: o Arrebatamento da Igreja, o Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a batalha do Armagedom, o Milênio, a última revolta de Satanás e o Juízo Final. Isso não significa que devemos ficar desapercebidos e ignorar o cumprimento profético e a bem-aventurada esperança (Tt 2.13). Em Mateus 24.3, vemos que os discípulos do Senhor Jesus, após ouvirem a sua predição de que o Templo em Jerusalém seria destruído — profecia que se cumpriu no ano 70 d.C. —, lhe fizeram uma indagação tripartida, a qual abarcou: (a) o futuro próximo: “quando serão essas coisas”; (b) o futuro remoto: “que sinal haverá da tua vinda”; e (c) o “fim do mundo”.
Considerar as três partes da pergunta dos discípulos é a chave para o entendimento de todo o plano escatológico descrito em Mateus 24, o qual apresenta sinais alusivos ao primeiro século, à Segunda Vinda e à consumação de todas as coisas. Ao ouvir o mencionado questionamento tríplice, o Senhor alertou: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4,5). Isso mostra que, nos dias que antecedem o Arrebatamento da Igreja, aumentará o número de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1,2) e de seguidores do erro, inclusive entre os cristãos (2 Tm 4.3).
Depois do Rapto, entrarão em cena, em pessoa, o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 13). Enquanto isso não acontece, inúmeros precursores desses agentes do mal têm agido no mundo (1 Jo 2.18; 4.1-3; 2 Pe 2.2). E não são poucos os propagadores de doutrinas falsas e falsificadas. Na mesma resposta à pergunta tripartida dos seus discípulos, o Senhor profetizou: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11). A cada dia, aumenta o número dos lobos (At 20.29), que, com a sua aparência de piedade (2 Tm 3.5), se passam por ovelhas (Mt 7.15) e enganam os desavisados (Ef 4.14). Mas a Noiva já está pronta! Os salvos, preparados, estão fazendo a última oração da Bíblia: “Ora, vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).
Ciro Sanches Zibordi
Publicado no jornal Mensageiro da Paz, de julho/2012
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