Ide e Pregai

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

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As sobras dos elementos da Seia do Senhor

>> quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Os diáconos são encarregados da preparação antecipada da Ceia do Senhor. Esta é uma honra que estes servos de Deus têm diante da igreja local. Devem zelar para que os elementos sejam apropriados tanto em qualidade, como o corte do pão e a distribuição do cálice, e ainda a disposição na mesa. Todavia, após o término do culto, eles são responsáveis pelas sobras dos elementos da Ceia. A pergunta é: o que fazer dos elementos que sobraram?

Não há uma prescrição clara quanto a este assunto. Nos Princípios de Liturgia[1] [capítulo VII - Administração da Ceia do Senhor] lemos que no art.17 “os elementos da Santa Ceia são pão e vinho, devendo o Conselho zelar pela boa qualidade desses elementos.” Isto significa apenas que o Conselho supervisiona o preparo e uso dos elementos para que sejam corretamente escolhidos com qualidade. Não há menção quanto às sobras.

É quase impossível estabelecer uma regra absoluta quanto ao assunto. Devemos nos orientar por um princípio geral, isto é, que o preparo, o manuseio, e o eliminar dos elementos devem evitar qualquer superstição, erro doutrinário, ou a prática da veneração do pão e do cálice, antes, durante ou após a celebração da Ceia do Senhor, atribuindo-lhes algum poder inerente, ou valor permanente. A Confissão de Fé de Westminster declara que:

Os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos ordenados por Cristo, têm tal relação com o Cristo Crucificado, que, verdadeiramente, embora só num sentido sacramental, são às vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o corpo e o sangue de Cristo; se bem que, em substância e natureza, conservam-se verdadeiro e somente pão e vinho, como eram antes.[2]

Há diferentes práticas adotadas pelas igrejas evangélicas:

1. Muitos guardam as sobras, tanto do pão como do cálice, para a próxima realização da Ceia. O problema é que quando a celebração seguinte demora, ou sendo realizada mensalmente, os elementos podem não ter a mesma qualidade, por causa da fermentação, decomposição, ou até mesmo por serem inaproveitáveis por causa da sua inadequada preservação.

2. Em alguns casos há diáconos que após o culto, enterram as sobras do pão e do cálice. Mas, isto apenas aumenta a ignorância e piora o misticismo irracional que, diga-se de passagem, é uma herança do catolicismo romano.

3. Há aqueles que jogam no lixo as sobras da Ceia. O fato de se jogar fora pode ser por não querer aproveitar os elementos, porque uma vez cortados não é possível aproveita-los para uma refeição posterior. Mas, corre-se o risco fazê-lo pelo mesmo motivo daqueles que preferem enterrar.

Esta confusão é desnecessária, mas ofende a consciência de alguns amados e sinceros irmãos que não foram corretamente instruídos sobre a natureza da Ceia do Senhor. Eis alguns motivos desta comum confusão:

1. Por serem instruídos sem base nas Escrituras a divinizar o pão e o cálice inconscientes da heresia que estão praticando.

2. Por esquecerem que o pão e cálice são meros símbolos, e que não há nenhuma mutação essencial nos elementos. Apenas a presença espiritual manifesta-se durante a Ceia nos alimentando com graça (por isso, é um meio de graça). Os elementos da Ceia não se tornam (transubstanciação), nem contém (consubstanciação) o corpo físico de Cristo. Embora separados do uso comum, continuam sendo o que sempre foram, o pão e cálice; não sofrem nenhuma mutação substancial, mas apenas representam uma realidade espiritual presente durante a correta celebração da Ceia. Cristo está presente espiritual e não fisicamente.

3. Por confundirem que o importante na Ceia são as palavras, o ato, e o momento da celebração da comunhão nada acrescentando, nem permanecendo nos elementos de modo que devem ser considerados como objetos de veneração.

Algumas recomendações pastorais sobre "as sobras da Ceia":

1. Não alimente o sentimento pelos elementos como se eles fossem o próprio Cristo! Não podemos cair no sutil erro da idolatria como o fazem os romanistas.

2. No manuseio dos elementos não os vulgarize. Este é o outro extremo, também praticado por ignorância. Não devemos brincar com aquilo que é sério. O símbolo [pão e vinho] mesmo quando não usado na Ceia não deve ser banalizado, se separado para este fim.

3. Não há nenhum problema em se comer as sobras do pão e beber resto do cálice, porque após o término do culto, eles se limitam a ser apenas o que sempre foram, pão e vinho, porque após a celebração perderam o seu significado e eficácia espiritual como meio de graça.

4. Se os diáconos resolverem dar as sobras dos elementos para as crianças (o que acontece em alguns lugares), deve-se inevitavelmente, com clareza, ensina-las que aquilo que elas estão comendo não é a Ceia do Senhor (nem permiti-las brincar de Santa Ceia), mas apenas as sobras do pão e do cálice. Isto deve ser feito, de modo que, seja evitado escândalos, uma concepção errada, e a confusão na mente dos infantes que ainda não possuem discernimento da seriedade da Ceia do Senhor.

A minha real preocupação com este artigo não é com as sobras dos elementos da Ceia, mas com o pressuposto teológico. A crença modela o comportamento. Então, não é apenas durante a Ceia que manifestamos a nossa convicção de fé, mas após o seu término quando vamos nos desfazer das sobras dos elementos. Infelizmente, um expressivo número de igrejas locais são absurdamente incoerentes quanto a este assunto! Mesmo aqueles que durante a Ceia confessam que ela é apenas um mero memorial (zwinglianos), ou, ainda outros que crêem que embora sendo um símbolo representa o corpo e o sangue, a presença de Cristo é somente espiritual, e não física (calvinistas); entretanto, após a Ceia acabam por negar o seu credo com ransos do romanismo. Com isto, não somente negamos a nossa doutrina na prática, mas desonramos o ensino do nosso Senhor.

Notas:
[1] Princípios de Liturgia in: Manual Presbiteriano (São Paulo, Ed. Cultura Cristã, 1999).
[2] Confissão de Fé de Westminster, XXIX. 5.

Por: Rev. Ewerton B. Tokashiki, adaptação para o blog: Rev. Ronaldo P Mendes

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