Hillel E Shammai
>> terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Hilel
é conhecido por ser o sábio que preservava o amor, o humanismo, a bondade, a
paciência e a humildade. Ele foi o primeiro dos rabinos fariseus, nasceu na
Babilônia durante o século I A.E.C., mudou-se para a Judéia com 14 anos. Passou
alguns anos em Jerusalém e depois se mudou para a Galiléia.
Os ensinamentos dele se encontram relatados no Pirkei Avot (a ética dos pais), escrito na Babilônia e depois acrescidos de outros ensinamentos, sendo adicionados ao Talmud. Nessa época, houve uma grande disseminação do Talmud, que tornou os eruditos da Mishná os verdadeiros líderes religiosos do povo, os chamados Tanaim (de Taná, em aramaico, significa aquele que estuda, repetindo e transmitindo os ensinamentos de seus mestres).
Esse período dos Tanaim foi considerado de grande criatividade, inovação e grande florescimento da cultura judaica, ao mesmo tempo em que foi de uma crise turbulenta, culminando com a destruição do templo no ano 70 E.C., o que tornou necessária a restauração de toda a vida religiosa. Hilel era chamado também de HaZaken (do hebraico, O Velho), o que indicava que ele tinha um lugar de honra alto na comunidade.
A primeira geração dos Tanaim, que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hilel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Bet Hilel e Bet Shamai). As duas escolas refletiam a personalidade de seus fundadores. Hllel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível.
Hilel foi responsável pelo estabelecimento da Halachá, o conjunto de regras baseadas na interpretação da Tora, ou seja, como um judeu deveria viver de acordo com a Tora. Ele foi o líder de uma revolução espiritual no judaísmo. Ele acreditava na presença contínua de D’us no Universo e que a única maneira dos homens servirem a D’us era por meio de seus atos, sendo diretamente responsáveis por eles perante D’us. Falava também de união mística entre D’us e o homem. Apesar de todas as controvérsias que se acenderam entre estas, ambas inscreviam-se na estrutura tradicionalmente aceita no judaísmo. As disputas pela Halachá entre elas prosseguiram por muitas gerações até que finalmente prevaleceram os pontos de vista de Hilel.
Seus ensinamentos eram muitas vezes opostos aos ensinamentos de Shamai. Dizem que o Talmud registra 300 discordâncias entre eles, mas esse número inclui as discordâncias entre seus discípulos, uma vez que ambos criaram escolas rabínicas.
Como já citado, Hilel era um homem de paz, humilde e respondia a todas as perguntas que lhe eram feitas, mesmo as constrangedoras. Ao contrário de Shamai, Hilel tinha alunos não-judeus.
Ele estimulava, nos homens, a auto-estima com talvez seu pensamento mais famoso: “Se eu não for por mim mesmo, quem será por mim? E, se somente por mim, o que eu sou? E, se não for agora, quando?”. E com outro: “Aquele que tenta engrandecer seu nome o destrói; aquele que não aumenta seu conhecimento o diminui e aquele que não estuda merece morrer”.
Hilel teve em sua academia 80 discípulos, muitos dos quais importantes. O conselho dos membros da corte de Herodes não foi seguido. Ele faleceu no ano 10 E.C., ou seja, 14 anos depois da morte de Herodes, o Grande.
Shammai, assim como Hilel, era um judeu nascido no século 1 A.E.C., um líder religioso importante e grande na literatura rabínica, na Mishnah (primeira discussão feita a partir da Torá que vai para o Talmud). Ele era o “adversário” de Hilel, sendo sempre mencionado junto a ele.
Diferentemente de Hilel, Shammai era um homem rígido, justo e sem paciência. Uma das histórias que se conta é que um dia, um homem veio a busca de Shammai e pediu para ser convertido: “Converter-me na condição de que você me ensina toda a Torá, enquanto eu estou apoiado em um só pé”, Shammai empurrou-o para fora com a régua em sua mão, então veio Hilel e lhe disse: “O que não desejas para ti não o faças aos outros. Esta é a Torá, o resto é comentário. Vai e aprende.”.
Numa época de grande agitação política e social, Shammai foi uma grande influência, recusando-se a ser intimidado pela potência estrangeira. Ele cresceu à sombra da opressão de Herodes, e acreditava sempre que era necessário ter uma postura firme para lidar com os adversários da tradição judaica. Conta-se que, quando Herodes apareceu na sala do Sinédrio, rodeado pela guarda real, totalmente armados, o silencio reinava. Podia-se sentir o sentimento de intimidação naquela sala, quando, apenas Shammai, sem medo, levantou-se para falar contra ele. Passou então a fazer decretos para separar e proteger a comunidade judaica da interferência de Herodes e dos romanos. Ele alertou o perigo de Herodes a seus colegas, avisando-os de que ele iria dominá-los sem piedade. Na verdade, Shammai foi um dos poucos a sobreviver.
No entanto, apesar de toda a sua tenacidade em assuntos jurídicos e políticos, temos uma perspectiva bastante diferente de Shammai quando nos voltamos a Halachá. Lá, Shammai diz: “Cumprimente cada homem com um semblante alegre e um sorriso”. Os preceitos morais da Halachá estão associados aos sábios que não só ensinavam, mas viviam daquela maneira. Aqui, Shammai era um homem com um sorriso radiante e pronto, que seus colegas e discípulos conheciam tão bem.
Então, como compreender Shammai? Porque ele mesmo não seguia seus ensinamentos? A resposta encontrada é que Shammai não é o homem dos “pedidos”. Ele acreditava, assim como na história da conversão do homem apoiado em um pé só, que, para aprender a Torá não se podia ter pressa, e, se um candidato a conversão tem pressa, é porque não a merece.
No Talmud se diz: "Que o homem seja sempre humilde e paciente como Hillel e não exaltado como Shamai.". Isso soa como uma condenação, mas, na verdade, como um conselho: “Se você é como Shammai, e suas motivações são puramente por uma questão do Céu e do bem de Israel, então se pode ser tão severo com os outros como ele era.”. Entretanto, mesmo se não compreendermos Shammai por completo, podemos compreendê-lo um pouco, Shammai, O Entendido.
Os ensinamentos dele se encontram relatados no Pirkei Avot (a ética dos pais), escrito na Babilônia e depois acrescidos de outros ensinamentos, sendo adicionados ao Talmud. Nessa época, houve uma grande disseminação do Talmud, que tornou os eruditos da Mishná os verdadeiros líderes religiosos do povo, os chamados Tanaim (de Taná, em aramaico, significa aquele que estuda, repetindo e transmitindo os ensinamentos de seus mestres).
Esse período dos Tanaim foi considerado de grande criatividade, inovação e grande florescimento da cultura judaica, ao mesmo tempo em que foi de uma crise turbulenta, culminando com a destruição do templo no ano 70 E.C., o que tornou necessária a restauração de toda a vida religiosa. Hilel era chamado também de HaZaken (do hebraico, O Velho), o que indicava que ele tinha um lugar de honra alto na comunidade.
A primeira geração dos Tanaim, que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hilel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Bet Hilel e Bet Shamai). As duas escolas refletiam a personalidade de seus fundadores. Hllel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível.
Hilel foi responsável pelo estabelecimento da Halachá, o conjunto de regras baseadas na interpretação da Tora, ou seja, como um judeu deveria viver de acordo com a Tora. Ele foi o líder de uma revolução espiritual no judaísmo. Ele acreditava na presença contínua de D’us no Universo e que a única maneira dos homens servirem a D’us era por meio de seus atos, sendo diretamente responsáveis por eles perante D’us. Falava também de união mística entre D’us e o homem. Apesar de todas as controvérsias que se acenderam entre estas, ambas inscreviam-se na estrutura tradicionalmente aceita no judaísmo. As disputas pela Halachá entre elas prosseguiram por muitas gerações até que finalmente prevaleceram os pontos de vista de Hilel.
Seus ensinamentos eram muitas vezes opostos aos ensinamentos de Shamai. Dizem que o Talmud registra 300 discordâncias entre eles, mas esse número inclui as discordâncias entre seus discípulos, uma vez que ambos criaram escolas rabínicas.
Como já citado, Hilel era um homem de paz, humilde e respondia a todas as perguntas que lhe eram feitas, mesmo as constrangedoras. Ao contrário de Shamai, Hilel tinha alunos não-judeus.
Ele estimulava, nos homens, a auto-estima com talvez seu pensamento mais famoso: “Se eu não for por mim mesmo, quem será por mim? E, se somente por mim, o que eu sou? E, se não for agora, quando?”. E com outro: “Aquele que tenta engrandecer seu nome o destrói; aquele que não aumenta seu conhecimento o diminui e aquele que não estuda merece morrer”.
Hilel teve em sua academia 80 discípulos, muitos dos quais importantes. O conselho dos membros da corte de Herodes não foi seguido. Ele faleceu no ano 10 E.C., ou seja, 14 anos depois da morte de Herodes, o Grande.
Shammai, assim como Hilel, era um judeu nascido no século 1 A.E.C., um líder religioso importante e grande na literatura rabínica, na Mishnah (primeira discussão feita a partir da Torá que vai para o Talmud). Ele era o “adversário” de Hilel, sendo sempre mencionado junto a ele.
Diferentemente de Hilel, Shammai era um homem rígido, justo e sem paciência. Uma das histórias que se conta é que um dia, um homem veio a busca de Shammai e pediu para ser convertido: “Converter-me na condição de que você me ensina toda a Torá, enquanto eu estou apoiado em um só pé”, Shammai empurrou-o para fora com a régua em sua mão, então veio Hilel e lhe disse: “O que não desejas para ti não o faças aos outros. Esta é a Torá, o resto é comentário. Vai e aprende.”.
Numa época de grande agitação política e social, Shammai foi uma grande influência, recusando-se a ser intimidado pela potência estrangeira. Ele cresceu à sombra da opressão de Herodes, e acreditava sempre que era necessário ter uma postura firme para lidar com os adversários da tradição judaica. Conta-se que, quando Herodes apareceu na sala do Sinédrio, rodeado pela guarda real, totalmente armados, o silencio reinava. Podia-se sentir o sentimento de intimidação naquela sala, quando, apenas Shammai, sem medo, levantou-se para falar contra ele. Passou então a fazer decretos para separar e proteger a comunidade judaica da interferência de Herodes e dos romanos. Ele alertou o perigo de Herodes a seus colegas, avisando-os de que ele iria dominá-los sem piedade. Na verdade, Shammai foi um dos poucos a sobreviver.
No entanto, apesar de toda a sua tenacidade em assuntos jurídicos e políticos, temos uma perspectiva bastante diferente de Shammai quando nos voltamos a Halachá. Lá, Shammai diz: “Cumprimente cada homem com um semblante alegre e um sorriso”. Os preceitos morais da Halachá estão associados aos sábios que não só ensinavam, mas viviam daquela maneira. Aqui, Shammai era um homem com um sorriso radiante e pronto, que seus colegas e discípulos conheciam tão bem.
Então, como compreender Shammai? Porque ele mesmo não seguia seus ensinamentos? A resposta encontrada é que Shammai não é o homem dos “pedidos”. Ele acreditava, assim como na história da conversão do homem apoiado em um pé só, que, para aprender a Torá não se podia ter pressa, e, se um candidato a conversão tem pressa, é porque não a merece.
No Talmud se diz: "Que o homem seja sempre humilde e paciente como Hillel e não exaltado como Shamai.". Isso soa como uma condenação, mas, na verdade, como um conselho: “Se você é como Shammai, e suas motivações são puramente por uma questão do Céu e do bem de Israel, então se pode ser tão severo com os outros como ele era.”. Entretanto, mesmo se não compreendermos Shammai por completo, podemos compreendê-lo um pouco, Shammai, O Entendido.
1 comentários:
Gostei, muito bom.
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