A cessação dos dons apostólicos
>> segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Por Jonathan Edwards
A opinião de dez líderes da história da Igreja:
1. João Crisóstomo (344–407)
A
passagem inteira (falando sobre 1 Coríntios 12) é muito obscura, mas a
obscuridade é produzida por nossa ignorância dos fatos referidos e por
sua cessação, fatos que ocorriam, mas agora não tem mais lugar.
(Fonte:
João Crisóstomo, Homilias em I Coríntios, 36.7 Crisóstomo está
comentando 1 Co. 12:1-2 como introdução ao capítulo inteiro. Citado de
1-2 Coríntios in: Ancient Christian Commentary Series, 146.)
2. Agostinho (354-430)
Nos
tempos antigos o Espírito Santo veio sobre os crentes e eles falaram em
línguas, que não haviam aprendido, conforme o Espírito concediam que
falassem. Estes foram sinais adaptados ao tempo. Pois aquilo foi o sinal
do Espírito Santo em todas as línguas [idiomas] para mostrar que o
Evangelho de Deus era para ser espalhado a todas as línguas sobre a
terra. Isto foi feito por um sinal, e o sinal findou.
(Fonte: Agostinho. Homilias sobre a Primeira Epístola de João, 6.10. Cf. Schaff, NPNF, First Series, 7:497-98)
3. Teodoreto de Ciro (393-466)
Em
tempos antigos, aqueles que aceitaram a divina pregação e que foram
batizados para a sua salvação, receberam sinais visíveis da graça do
Espírito Santo trabalhando neles. Alguns falaram em línguas que eles não
sabiam e que ninguém lhes havia ensinado, enquanto outros realizaram
milagres ou profetizaram. O coríntios também fizeram essas coisas, mas
não usaram os dons como deveriam ter usado. Eles estavam mais
interessados em se mostrar do que em usar os dons para a edificação da
igreja . . . Mesmo no nosso tempo a graça é dada para aqueles que são
julgados dignos do santo batismo, mas não pode assumir a mesma forma que
possuía naqueles dias.
(Fonte:
Teodoreto de Ciro. Comentário sobra a primeira epístola aos Coríntios,
240, 43; em referência à 1Co 12:1,7. Citado de 1-2 Coríntios, ACCS,
117).
4. Martinho Lutero (1483-1546)
Na
Igreja primitiva, o Espírito Santo foi enviado de forma visível. Ele
desceu sobre Cristo na forma de uma pomba (Mt. 3:16), e à semelhança de
fogo sobre os apóstolos e outros crentes. (Atos 2:3) Esse derramamento
visível do Espírito Santo foi necessário para o estabelecimento da
Igreja primitiva, como também foram necessários os milagres que
acompanharam o dom do Espírito Santo. Paulo explicou o propósito destes
dons miraculosos do Espírito em I Coríntios 14:22, "as línguas são um
sinal, não para os que crêem, mas para os que não crêem". Uma vez que a
Igreja tinha sido estabelecida e devidamente anunciada por estes
milagres, a aparência visível do Espírito Santo cessou.
(Fonte:
Martinho Lutero, traduzido por Theodore Graebner [Grand Rapids,
Michigan: Zondervan, 1949], pp 150-172. A respeito do comentário de
Lutero sobre Gálatas 4:6.)
5. João Calvino (1509-1564)
Embora
Cristo não declare expressamente se Ele pretende que esse dom [de
milagres] seja temporário ou a permaneça perpetuamente na Igreja, é mais
provável que os milagres tenham sido prometidos apenas por um tempo,
para dar brilho ao evangelho enquanto ele era novo ou em estado de
obscuridade.
(Fonte: João Calvino, Comentário sobre os Evangelhos Sinóticos, III:389.)
O dom de
cura, como o resto dos milagres, os quais o Senhor quis que fossem
trazidos à luz por um tempo, desapareceu, a fim de tornar a pregação do
Evangelho maravilhosa para sempre.
(Fonte: João Calvino, Institutas da Religião Cristã, IV: 19, 18.)
6. John Owen (1616-1683)
Dons que
em sua própria natureza excederam completamente o poder de todas as
nossas habilidades, essa dispensação do Espírito há muito cessou e onde
ela agora é simulada por alguém, pode ser justamente presumida como um
delírio entusiasmado.
(Fonte: John Owen, Obras, IV:518.)
7. Thomas Watson (1620-1686)
Claro,
há tanta necessidade de ordenação hoje como no tempo de Cristo e no
tempo dos apóstolos, quando então havia dons extraordinários na igreja,
os quais agora cessaram.
(Fonte: Thomas Watson, As Bem-Aventuranças, 140.)
8. Mattew Henry (1662-1714)
O que
eram esses dons nos é largamente dito no corpo do capítulo [1 Coríntios
12], ou seja, ofícios e poderes extraordinários, concedidos a ministros e
cristãos nos primeiros séculos, para a convicção dos descrentes, e
propagação do evangelho.
(Fonte: Mattew Henry, Comentário Completo, em referência a 1 Coríntios 12)
O dom de
línguas foi um novo produto do espírito de profecia e dado por uma
razão particular, retirar o judeu e demonstrar que todas as nações podem
ser conduzidas à igreja. Estes e outros sinais da profecia, começaram
como sinais, e há muito cessaram e foram deixados para trás, e nós não
temos nenhum incentivo para esperar um avivamento deles; mas, pelo
contrário, somos direcionados para o chamado das Escrituras a mais certa
palavra de profecia, mais certa que vozes dos céus, e ela nos orienta a
tomar cuidado, a busca-la e se firmar nela.
(Fonte: Mattew Henry, Prefácio ao Vol IV de sua Exposição do At e NT, vii.)
9. John Gill (1697-1771)
Agora
esses dons foram concedidos comumente, pelo Espírito, aos apóstolos,
profetas e pastores, ou anciãos da igreja, naqueles primeiros tempos: a
cópia de Alexandria, e a versão Latina da Vulgata, dizem, "por um só
Espírito".
(Fonte: Comentário de John Gill de 1 Coríntios 12:9)
Não;
quando estes dons estavam presentes, nem todos os possuíam. Quando a
unção com óleo, a fim de curar o doente, estava em uso, ela só foi
executada pelos anciãos da igreja, e não pelos seus membros comuns, que
deveriam buscar o doente nesta ocasião.
(Fonte: Comentário de John Gill de 1 Coríntios 12:30.)
10. Jonathan Edwards (1703-1758)
Nos dias
de sua [Jesus] encarnação, os seus discípulos tinham uma medida dos
dons miraculosos do Espírito, sendo habilitados desta forma para ensinar
e fazer milagres. Mas, depois da ressurreição e ascensão, ocorreu o
mais completo e notável derramamento do Espírito em seus dons milagrosos
que já existiu, começando com o dia de Pentecostes, depois da
ressureição Cristo e Sua ascenção ao céu. E, em conseqüência disto, não
somente aqui e ali uma pessoa extraordinária era dotada de dons
extraordinários, mas eles eram comuns na igreja, e assim continuou
durante a vida dos apóstolos, ou até a morte do último deles, mesmo o
apóstolo João, que viveu por cerca de cem anos desde nascimento de
Cristo, de modo que os primeiros cem anos da era cristã, ou o primeiro
século, foi a era dos milagres.
Mas,
logo após a finalização do cânon da Escritura quando o apóstolo João
escreveu o livro do Apocalipse, não muito antes de sua morte, os dons
miraculosos tiveram seu fim na igreja. Pois, agora, a revelação escrita
da mente e da vontade de Deus estava completa e estabelecida. Revelação
na qual Deus havia perfeitamente gravado uma regra permanente e
totalmente suficiente para Sua igreja em todas as eras. Com a igreja e a
nação judaica derrotadas, e a igreja cristã e a última dispensação da
igreja de Deus estabelecidas, os dons miraculosos do Espírito já não
eram mais necessários e, portanto, eles cessaram; pois embora eles
tenham continuado na igreja por tantas eras, eles se extinguiram, e Deus
fez com que fossem extintos porque já não havia ocasião favorável a
eles. E assim foi cumprido o que está dito no texto: “Havendo
profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;. Havendo
ciência, desaparecerá". E agora parece ser o fim para todos os frutos
do Espírito tais como estes, e não temos mais razão de esperar que
voltem.
(Fonte:
Jonathan Edwards, sermão intitulado "O Espírito Santo deve ser
comunicado ao Santos para sempre, In na graça da caridade, ou amor
divino", em 1 Coríntios 13:8)
Os dons
extraordinários foram dados para a fundação e o estabelecimento da
igreja no mundo. Mas, depois que o cânon das Escrituras foi concluído e a
igreja cristã foi plenamente fundada e estabelecida, os dons
extraordinários cessaram.
Fonte: Jonathan Edwards, Caridade e seus frutos, 29
Poderíamos adicionar a esta lista outros nomes: James Buchanan, R. L. Dabney, Charles Spurgeon, George Smeaton, Abraham Kuyper, William G. T. Shedd, B. B. Warfield. A. W. Pink, e assim por diante.
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