Prefiro a esperança do Evangelho.
>> terça-feira, 26 de março de 2013
Toda
fase que se inicia na vida um dia terá fim. A infância começa de maneira
encantadoramente frágil. Quando bebês, somos fofinhos, espontâneos,
cativantes. Para muitos pais, é a fase que mais deixa saudade.
Então
crescemos de pouquinho em pouquinho, até que a mais bela fase da vida de
um ser humano chega a seu fim, dando lugar a adolescência, um período,
para alguns, de instabilidade e grandes mudanças. Para a maioria de nós,
a segunda melhor fase, pois é quando descobrimos muitos dos prazeres da
vida, porém ainda sem o peso da responsabilidade da vida adulta.
A
adolescência passa e, finalmente, nos tornamos adultos. A liberdade que
essa fase traz consigo também acarreta maiores responsabilidades,
descolorindo um tanto a vida, fazendo aparecer tons de rotina, de
obrigações e afazeres diários que nos tomam quase todo o tempo, com o
trabalho, criação dos filhos...
Os anos
se passam, e até mesmo a longa fase adulta, recheada com suas
responsabilidades diárias, dá lugar à velhice, a última e mais dolorosa
de todas as fases. É quando olhamos pra trás na esperança de ter feito
valer a pena todos os esforços desprendidos, todas as noites mal
dormidas, todos os segundos gastos em busca de um futuro melhor.
Por fim,
a fase da vida precisa dar lugar à fase da morte. Mas será esta a
última fase? Começamos nascendo e terminamos morrendo? É só isso?
Não
posso, não consigo crer nessa hipótese. Não é possível que a morte seja o
final de tudo. Prefiro crer no Evangelho. Não apenas porque é uma ideia
mais agradável e afasta minha crise existencial, mas porque me parece
mais lógica.
Se tudo
acabasse com a morte, seria como dizer a alguém que terminou o
doutorado: “Pronto, acaba aqui. Você já sabe tudo sobre esse assunto.
Não há mais nada a aprender”. Na verdade, é desse ponto em diante que o
novo começa. É quando surgem os maiores desafios e descobertas. Se assim
não fosse, a humanidade não evoluiria. Sempre há um depois, a não ser
que o agora seja para sempre. Mas sempre não existe neste mundo
material.
Prefiro
crer no Evangelho, porque ele me diz que depois de toda uma vida existe
outra, melhor, abundante, perfeita e eterna. O Evangelho me diz que o
que hoje vejo por espelho, em enigma, verei face a face. Em outras
palavras, me diz que os vislumbres do outro mundo presentes neste, como o
amor incondicional da mãe pelo filho, tornar-se-ão patentes a meus
olhos e encherão toda a existência humana.
Não
posso crer que a longa caminhada no deserto da vida, que para uns é mais
difícil que para outros, termine em nada. Se há um deserto a ser
cruzado, é porque do outro lado há uma terra prometida. E é para esta
Terra que os filhos da promessa, os que creem no Messias, no Cristo
ressurreto, estão indo.
A
morte não é fim de tudo, mas tão somente o que vemos daqui de onde
estamos, como era o monte Nebo (Dt 32.49) para os israelitas. Ela é o
último obstáculo a ser superado antes de se chegar à Terra Prometida, à
santa cidade, de onde mana a água da vida.
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Sobre o autor: Cristão reformado, formado em administração de empresas e teologia, membro da IPB - Fortaleza/CE.
Artigo enviado por e-mail.
Contatos com o autor: renatocesarmg@hotmail.com
Sobre o autor: Cristão reformado, formado em administração de empresas e teologia, membro da IPB - Fortaleza/CE.
Artigo enviado por e-mail.
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