Ecumenismo religioso: uma armadilha de Satanás
>> quarta-feira, 11 de abril de 2012
Houve um tempo em que o ecumenismo religioso era considerado um grande
perigo para as igrejas cristãs. Pastores verberavam contra ele. E
qualquer comunhão ecumênica entre evangélicos, católicos romanos e
espíritas era inimaginável. Mas os tempos mudaram. Hoje, o
relacionamento entre padres galãs e celebridades gospel é tão bom que
estas até fornecem suas composições àqueles. Certa cantora gospel,
inclusive, fez uma canção dedicada a Maria. Juntos, romanistas e
evangélicos participam de shows ecumênicos e programas de auditório. “O
que nos une é muito maior do que o que nos divide”, argumentam.
O ecumenismo — gr. oikoumenikós, “aberto para o mundo inteiro” —
prega a tolerância à diversidade religiosa e a oposição a quem defende
uma verdade exclusiva. Trata-se de uma armadilha de Satanás, com o
objetivo de calar os pregadores da Palavra de Deus. Ele se baseia no
princípio “democrático” de que cada pessoa possui a sua verdade. Mas o
Senhor asseverou que não existe unidade motivada pelo amor divorciada da
verdade da Palavra: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.
[...] Se alguém me ama, guardará a minha palavra” (Jo 14.15-24).
Causa estranheza o fato de uma parte do evangelicalismo moderno
considerar o ecumenismo religioso biblicamente aceitável. Já ouço
pastores dizendo: “A doutrina bíblica divide. É o amor que nos une. A
igreja deve ser inclusiva”. A despeito de o Senhor Jesus ter afirmado:
“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6), está crescendo no
meio evangélico a simpatia pelo movimento ecumênico. Nos Estados Unidos,
pastores renomados deixaram de falar de Jesus com clareza. Pregam sobre
Deus de maneira generalizante, a fim de não ofenderem romanistas,
muçulmanos, budistas etc. E, no Brasil, alguns acontecimentos têm
preocupado aqueles que ainda preservam a sã doutrina.
Recentemente, um conhecido pastor realizou — dentro de um templo
evangélico! — um culto ecumênico juntamente com a liderança da Igreja da
Unificação, do “reverendo” coreano Sun Myung Moon. “Qual é o problema
de um pastor de renome ter amizade com o líder de uma seita? Afinal,
todos devem se unir pela paz mundial”, alguém poderá dizer. Não devemos,
de fato, odiar o “reverendo” Moon. Mas, como ter comunhão com alguém
que, de modo blasfemo, desdenha do sangue derramado pelo Cordeiro de
Deus, considerando-o insuficiente para nos purificar de todo o pecado?
Moon também se considera um novo Messias que precisou vir ao mundo para
concluir a obra que o Senhor não conseguiu realizar. Que blasfêmia! A
Palavra de Deus não aprova esse tipo de aliança (2Co 6.14-18).
Outro exemplo de ecumenismo religioso é o envolvimento de pastores com o
unicismo, uma seita que diz ter a “voz da verdade” e vem tendo livre
acesso, através de suas celebridades, às igrejas evangélicas. O
pentecostalismo da unicidade é herético, visto que se opõe à doutrina da
Trindade, a base das principais doutrinas cristãs. Quem se opõe à
tripessoalidade divina (confundindo-a com o triteísmo) nega não apenas a
teologia, mas também a própria Bíblia (Gn 1.26 e Jo 14.23), o
cristianismo (Mt 28.19 e 2Co 13.13), a deidade do Espírito Santo (Jo
14.16-17 e 16.7-10), a clara distinção entre o Pai e o Filho (Jo 5.19-47
e 14.1-16) e o plano da redenção da humanidade (Jo 3.16 e 17.4-5).
Atentemos para a verdadeira voz da verdade, a do Bom Pastor: “As minhas
ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10.17).
Pastores e cantores, por falta de vigilância ou movidos por interesses
pessoais, estão se prendendo a jugos desiguais com os infiéis,
deixando-se enganar pelo ecumenismo religioso. A maior emissora de
televisão do Brasil — que sempre estereotipou e ridicularizou os
evangélicos — descobriu que nem todos os cristãos são “extremistas” e
“fanáticos”. Há um grupo de celebridades gospel que não tem coragem de
dizer clara e objetivamente que o Senhor Jesus é o único Mediador entre
Deus e os homens (1Tm 2.5 e At 4.12).
Em um programa dominical, certa “pastora” resolveu tripudiar sobre os
seus “inimigos”, rodopiando com baianas e cantando com sambistas no
ritmo das religiões afro-brasileiras. Enquanto ela dançava, a
apresentadora, seus convidados e a plateia riam sem parar, numa grande
celebração. Que tipo de evangelho “agradável” e “inclusivo” é esse?
Lembrei-me imediatamente do que o Senhor Jesus disse, em Mateus 5.11-12:
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e
mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e
alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas por minha causa”.
Há poucos dias, uma conhecida cantora gospel admitiu, de modo tácito,
que o sincretismo religioso é aceitável. Ao concordar com a seguinte
frase, dita por um famoso apresentador: “O Caldeirão é uma mistura de
religiões”, ela respondeu: “Tem espaço pra todo mundo”. E o pior:
depois, escreveu nas redes sociais que se sentiu como Paulo no
Areópago... Ora, esse apóstolo não pregou a convivência ecumênica nem
apresentou uma mensagem que os atenienses queriam ouvir. Ele disse o que
todos precisavam ouvir. Ao chegar a Atenas, “o seu espírito se comovia
em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria” (At 17.16). Já a
aludida celebridade, deslumbrada, estava sorridente e saltitante.
Tenho visto muitos incautos felizes pelo fato de celebridades gospel
estarem aparecendo na televisão. Mas não nos iludamos, pois a porta não
foi aberta para o Evangelho. O que existe, na verdade, é um projeto
ecumênico em andamento, o qual visa a enfraquecer a pregação de que o
Senhor Jesus é o único Salvador. Tais celebridades — certamente,
orientadas a não falar claramente da salvação em Cristo — têm empregado
bordões antropocêntricos, que massageiam o ego das pessoas. Elas não têm
a coragem de confrontar o pecado. E apresentam um evangelho light,
agradável, apaziguador, simpático, suave, aberto ao ecumenismo.
Porque uma porta grande e eficaz
se me abriu, e há muitos adversários”. Quando Deus verdadeiramente
abre-nos a porta da pregação do Evangelho, como a abriu para o apóstolo
Paulo, os adversários — Satanás, os demônios e todos os seus emissários —
se voltam contra nós. Mas a mídia está aplaudindo de pé esse “outro
evangelho” aberto à convivência ecumênica. Preguemos, pois, como Paulo,
nesse mundo, que é um grande caldeirão religioso: “Deus, não tendo em
conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo
lugar, que se arrependam” (At 17.30).
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