Maria, a bem-aventurada entre as mulheres
>> quarta-feira, 25 de abril de 2012
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
INTRODUÇÃO
1.
Maria é uma das figuras mais importantes da história. Talvez a pessoa
mais polêmica da história da igreja. Alguns colocam-na numa posição que
Deus nunca a colocou. Outros, deixam de dar a ela a honra que Deus a
deu.
2.
A única maneira de honrar Maria é examinar o que a Bíblia diz a seu
respeito e destacar esses pontos para o nosso ensino e exemplo.
Acrescentar o que não está na Bíblia além de ofender a Deus, desonra
Maria, porque agride sua fé e suas convicções.
3. Precisamos entender em primeiro lugar o que a Bíblia não diz sobre Maria:
I. O QUE A BÍBLIA NÃO ENSINA SOBRE MARIA, A MÃE DE JESUS
1. Maria não é Mãe de Deus
Ela
é mãe de Jesus e Jesus é Deus, mas ela não é mãe de Deus. Jesus tinha
duas naturezas distintas: divino e humana. Como Deus ele não teve mãe e
como homem não teve pai. Como Deus ele sempre existiu, é o Pai da
eternidade, o criador de todas as coisas. Como Deus ele pré-existe a
todas as coisas é a origem de todas as coisas.
Jesus
é eterno (Jo 1:1). Antes que Abraão existisse, ele já existia (Jo
8:58). O filho não pode vir primeiro que a mãe. Se Maria é mãe de Deus,
José é padrasto de Deus e Ana tia de Deus, e João Batista primo de
Deus, e Eli avô de Deus.
2. Maria não é Imaculada
A
tese de que Maria não herdou o pecado original nem tão pouco não
cometeu nenhum pecado em toda a sua vida não tem nenhum amparo nas
Escrituras. Esse dogma da imaculada conceição foi promulgado pelo papa
Pio IX em 8/12/1854.
A
Bíblia, porém, ensina que todos pecaram. Todos herdamos o pecado de
nossos pais. Não foi dirente com Maria. Então, por que Jesus nasceu de
Maria e nasceu sem o pecado original? Porque Jesus não nasceu de um
intercurso entre Maria e José, mas o ente que nela foi gerado, o foi
pelo Espírito Santo. Jesus é semelhante da mulher.
Maria
se reconhecia pecadora e chamou Deus de seu salvador (Lc 1:46-47). Ela
ofereceu um sacrifício pelo pecado quando foi levar Jesus ao templo
aos oito dias de vida (Lc 2:22-24 cf. Lv 12:6-8).
3. Maria não é Mediadora ou Intercessora
Somente
Deus pode ouvir e atender as nossas orações. Somente ele é digno de
receber culto. O culto a Maria e as orações que são feitas a ela estão
em desacordo com o ensino da Bíblia. Ela precisaria ter os atributos
exclusivos da Divindade, como onisciência, onipotência e onipresença
para poder ouvir todas as orações e interceder. Nem Pedro, nem Paulo,
nem os anjos jamais receberam adoração. Somente Deus é digno de ser
adorado. A veneração a Maria como Mãe de Deus, Rainha do céu, mãe da
igreja está em total desacordo com o ensino da Palavra de Deus.
Essa
idéia procedeu do entendimento da Idade Média que Jesus era um juiz
muito severo e que Maria teria um coração mais terno e compreensivo.
Isso é contrar a perfeição absoluta de Deus. A doutrina proclamada
“Tudo por Jesus, nada sem Maria” está em desacordo com o ensino das
Escrituras.
A Bíblia diz claramente que Jesus é o único Mediador (1 Tm 2:5; Jo 14:6; 1 Jo 2:1; Rm 8:34; Hb 7:25).
4.Maria não é Co-Redentora
A
salvação é obra exclusiva de Deus. Ninguém pode acrescentar nada ao
que Deus já fez através do seu Filho. O sacrifício de Cristo foi
completo, total, cabal e suficiente.
A Bíblia é clara em afirmar – At 4:12.
5.Maria teve outros filhos
A
Bíblia não ensina a virgindade perpétua de Maria. 1) Mt 1:25 –
Contudo, não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o
nome de Jesus. O relacionamento com José não era desonra para ela (Hb
13:4). Se ela tivesse casada com José sem ter relação com ele, isso
sim, seria motivo de transgressão (1 Co 7:5).
A
Bíblia Maria deu à luz o seu filho primogênito (Lc 2:7). Jesus não era
o filho unigênito, mas primogênito, o primeiro de outros.
A Bíblia é clara em informar que ela teve outros filhos: Mt 13:54-56; Mc 6:3; Sl 69:8; Lc 2:7; Mt 1:24,25; At 1:14
6. Maria não foi assunta ao céu
No
dia 1/11/1950 o papa Pio XII promulgou o dogma de que o corpo de Maria
ressuscitou da sepultura logo depois que morreu, que o corpo e alma se
reuniram e que ela foi elavada e entronizada como Rainha do Céu,
recebendo um trono à direita de Seu Filho.
II. O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE MARIA, A MÃE DE JESUS
1. Maria foi uma mulher agradeciada por Deus – Lc 1:28
A
primeira vez que Maria aparece na Bíblia está diante de um anjo. Ele
trás para ela uma mensagem do céu e a chama muito favorecida (v. 28) e
achaste graça diante de Deus (v. 30). Maria não foi escolhida para ser
mãe do Salvador por suas virtudes. Essa escolha teve sua origem na
graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas
porque elas são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as
chama. Maria tinha consciência disso.
A
ênfase da mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho
seria grande, não ela (v. 31-33). O nome da criança resumia o
propósito do seu nascimento (v. 31; Mt 1:21).
A
única dúvida que Maria teve foi como isso aconteceria (v. 34). Sua
pergunta não indica dúvida ou descrença. O anjo revela a ela que a
concepção seria um milagre (v. 35). Para confirmar o anjo conta para
Maria um outro milagre, sua tia Isabel já idosa e estéril já estava
grávida do precursor do seu Filho (v. 36). O anjo conclui com um
princípio teológico, dizendo que para Deus não há impossíveis (v. 37).
Dois nascimentos milagrosos: o primeiro de uma mulher idosa e estéril, o
segundo de uma jovem, mas sem contato com homem.
Deus
Filho tornou-se humano por meio de uma concepção divina na pessoa de
Maria. O Deus infinito, o criador do universo, tornou-se um pequeno
embrião humano no ventre de Maria (v. 35).
2. Maria foi uma mulher disponível para Deus – v. 38
“Aqui
está a serva do Senhor”. Uma frase que resume toda a sua filosofia de
vida. Maria se coloca nas mãos de Deus para a realização dos propósitos
de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega por completo,
sem reservas ao Senhor.
Ela
está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus
sonhos ao Senhor. Ela é de Deus. Ela está disponível para Deus.
Ela
está pronta a sofrer riscos, a mudar a sua agenda, a realinhar os seus
sonhos e desistir dos seus em favor dos sonhos de Deus.
Ela
está pronta a ser não uma sócia de Deus, não uma igual com Deus, mas
uma serva. Isso era tudo. Diz ela: “que se cumpra em mim conforme a tua
palavra” – É rendição total, sem condições, sem perguntas, sem pedidos
de prova. Estava pronta para uma mudança radical de vida. De todos os
úteros da terra o seu foi escolhido para ser o ninho que ternamente
acalentaria o Filho de Deus feito homem. A serva se apresenta, bate
continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca às ordens.
3. Maria foi uma mulher disposta a pagar um alto preço e correr todos os riscos para fazer a vontade de Deus – v. 38
a)O
anjo falou só com ela e não com outras pessoas – A notícia não foi
escrita no céu de Nazaré para todo o povo ler. Imagine explicar isso
para a sua família. Maria passou o resto da sua vida sob uma nuvem de
suspeita por parte da família e dos vizinhos. Ao aparecer grávida na
cidade de Nazaré estava exposta às mais severas censuras do povo.
b)Maria
não tinha nenhuma garantia de que seu noivo José entenderia ou
acreditaria em sua concepção miraculosa – Ela teve que enfrentar o
homem que amava e dizer-lhe que estava grávida e José sabia que ele não
era o pai. Maria estava disposta a sofrer desprezo e solidão. Na
verdade José não acreditou em Maria quando esta lhe falou acerca da
gravidez. Ele sofreu. Ele resolveu deixá-la em secreto. O divórcio foi a
única saída que conseguiu encontrar para a sua dor e decepção. José
era um homem justo (Mt 1:19). O anjo, então apareceu para ele e revelou
a verdade e ele creu na mensagem do anjo e nas palavras de Maria. José
aprendeu que Deus é digno de confiança. A Bíblia não registra nenhuma
palavra direta de José. A maioria das pessoas envolvidas na história do
nascimento de Jesus falou ou cantou, ou gritou louvores, mas José não
fez nada disso. Ele simplesmente obedeceu.
c)Maria
correu o risco não só de ser abandonada pelo noivo, mas até ser
apedrejada em público – Esse era o castigo para uma mulher adúltera.
Ela já estava comprometida com José. Ele poderia requer o seu
apedrejamento. Ela, contudo, dispôs-se a pagar um alto preço para se
submeter ao chamado de Deus. Aplicação: A obediência a Deus sempre tem
um preço. A moça que decide viver uma vida pura perante o Senhor talvez
deixe de ser popular na universidade. A obediência à Palavra pode lhe
custar o namorado ou o melhor amigo. Você pode perder uma promoção ou
fechar o negócio da sua vida.
4. Maria é uma mulher bem-aventurada entre as mulheres e não acima das mulheres – Lc 1:39-44
Isabel cheia do Espírito declara duas verdades sublimes sobre Maria:
a)
Maria é bem-aventurada entre as mulheres (v. 42) – Isabel não coloca
Maria acima das outras mulheres. Mas ela é bem-aventurada entre e não
bem-aventurada acima das outras mulheres. Bem-aventurada é feliz. Maria
é feliz porque ela encontrou graça diante de Deus, a graça de ser a
mãe do Salvador. Mãe bendita, Filho bendito.
b)
Maria é mãe do Senhor (v. 43) – Novamente o destaque da fala de Ana é
sobre o Filho de Maria e não sobre Maria. João Batista estremece-se no
ventre de Ana não por causa de Maria, mas por causa de Jesus que está
no ventre de Maria. O grande personagem daquele encontro entre Isabel e
Maria era o Filho de Maria em seu ventre. Aquele bebê que estava sendo
gerado era o Senhor de Isabel, a alegria de João Batista, o ente santo,
o Filho do Altíssimo, o rei cujo reinado não tem fim.
c)
Maria é feliz porque creu (v. 45) – Maria não é chamada de feliz
porque foi pedida em casamento por um milionário da região nem por ser
considerada a moça mais bonita de Nazaré, nem por ser a garota mais
simpática da região. Isabel diz que ela é feliz porque creu em Deus.
Maria mesmo reconheceu que por ser mãe do Salvador, ela seria
considerada uma mulher feliz por todas as gerações (v. 48).
5.Maria
é uma mulher que reconhece que Deus está no controle da história e
engrandece a Deus pelos seus atributos e pelas suas obras – Lc 1:46-56
a)Maria
nos fala da soberania que Deus tem de agir e intervir no curso da
história (v. 46-49) – Para Maria Deus é poderoso (v. 49), santo (v.
49), misericordioso (v. 50), justo e fiel (v. 51-55). O fato deste Deus
poderoso escolhê-la, uma pobre jovem, desposada com um carpinteiro
desconhecido da pequena e mal falada Nazaré é uma prova de que é livre e
soberano para agir. Que Deus age por meios estranhos e não
convencionais. Ele não vem num palácio. Ele não envia seu anjo aos
nobres de Jerusalém. À classe sacerdotal, mas a uma jovem em Nazaré. A
palavra que Maria usa para poderosa é déspota, aquele que não se
relaciona de forma dependente com nada e com ninguém. Deus não precisa
fazer acordo com ninguém. Ele é livre e soberano para agir como quer,
onde quer, com quem quer.
b)Maria
nos fala do projeto de Deus de invadir a história e virar a mesa,
invertendo completamente os valores do mundo – (v. 51-53) – Deus entra
na história não pelos palácios, pelos senados, congressos. Ele não pede
que o poder judiciário lhe dê cobertura. Ele simplesmente entra na
história e faz as mais profundas inversões que se pode imaginar,
deixando todo mundo com gosto de surpresa e espanto na boca. Ele traz
uma verdadeira revolução política, econômica, social e espiritual.
c)
Maria demonstra a sua profunda necessidade de Deus – Ela reconhece
sua necessidade de salvação e chama de Deus de Senhor e de “meu
salvador” (v. 46-47). Ela reconhece que o sentido da vida é exaltar e
glorificar a Deus e alegrar-se nele (v. 46). Ela reconhece que AGOR
todas as gerações a considerarão bem-aventura por que o Poderoso fez
grandes cousas em sua vida (v. 48-49). Antes ela era apenas uma jovem
desconhecida, agora seu nome seria uma referência para o mundo inteiro,
não por seus méritos, mas por causa dos grandes feitos de Deus.
6.Maria é uma mulher que está sempre pronta a andar com Deus quando as coisas parecem complicadas
a)
Viajar 130 quilômetros a pé ou de jumento nos últimos dias de
gravidez, sendo que o menino que tenho na barrida é o Filho de Deus, nem
pensar! – Ela poderia procurar as autoridades religiosas e buscar mil
maneiras de fugir daquela perigosa e difícil viagem. Mas, ela é serva
de Deus e submissa ao seu marido. Ela tem têmpera de aço e enfrenta a
viagem.
b)
Dar à luz ao meu filho, que herdará o trono de Davi, e reinará para
sempre numa manjedoura de jeito nenhum! – Ela duvida de Deus, não
lamenta, não murmura, nem se exalta. Não reinvindica seus direitos. Ela
dá à sua o seu filho sem um lugar propício, sem um médico ou parteira.
Está só com o marido, sem luzes, sem cuidados, sem proteção.
c)
Ir com o meu filho para o Egito, atravessar o deserto do Sinai, ah,
essa não! Agora é a crise de se sentir sem chão, sem bandeira, sem
lugar certo para morar. É sentir-se desterrada, perseguida, ameaçada.
Vão para um lugar onde serão ninguém, onde todos os vínculos importantes
estarão ausentes. Ela é humilde o bastante para fugir. Corajosa o
suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Ela caminha sintonizada
pelas mãos da providência. Ser mãe do Messias em vez de lhe trazer
status, glória, honra traz-lhe solidão, perseguição, desterro. José e
Maria não são donos da agenda. “… permanece lá até que eu te avise…” (Mt
2:13).
d)
Educar o meu Filho em Nazaré, ah isso é incompreensível! – Nazaré era
considerada como subúrbio do fim do mundo. Era um dos maiores antros de
ladrões e prostitutas da época. O comentário geral é que de Nazaré não
sai nada de bom. Era uma região sem vez, sem voz, sem
representatividade. Era um lugar de péssima reputação. Mas é lá nesse
caldeirão de terríveis iniquidades, nessa região da sombra da morte que o
Filho de Deus vai crescer para ser o Salvador do Mundo. É como se Deus
estivesse armando a sua barracada nas malocas mais perigosas da vida. O
Filho de Deus, o Rei dos reis deveria ser chamado não de cidadão de
gloriosa Jerusalém, mas de Nazareno, termo pejorativo, sem prestígio.
7. Maria, a mãe que tem o privilégio de ter nos braços o Filho de Deus, o seu próprio Salvador e Senhor
a)
O anjo disse para ela que o seu filho seria o Filho do Altíssimo (Lc
1:32) – Jesus como Filho de Deus, pré-existiu à sua mãe. Ele é o Pai da
eternidade. Um com Pai. Criador do universo. Maria seria a mãe da
natureza humana do verbo eterno e divino.
b)
Isabel disse para ela que o seu filho era o seu Senhor (Lc 1:43) –
Jesus mesmo na vida intra-uterina já era proclamado Senhor de Ana, mãe
de João Batista.
c)
Os anjos proclamaram em Belém que o filho de Maria era o Salvador,
Messias e Senhor (Lc 2:11) – Essa notícia foi dada não no templo, mas
nas campinas. Não aos sacerdotes, mas aos pastores.
d)
Simeão disse para ela que seu filho era a Salvação de Deus para os
povos (Lc 2:29-32) – Maria e José estavam admirados do que dele se
dizia.
8. Maria a mãe que precisa reconhecer que seu Filho tem uma agenda estabelecida no céu e não na terra
a)
Maria perde a Jesus na Casa do Pai (Lc 2:43-52) – Maria não se tornou
uma supermulher por ser mãe de Jesus. Ela continuava sendo uma mulher
limitada. Ela perdeu o seu filho. Ficou aflita. Voltou. Encontrou-o no
templo. Mas o filho de 12 anos revelou a ela outra agenda. Não Jesus
que deveia seguir a agenda deles, mas eles que deviam seguir a sua
agenda. “Por que me procuráveis? Não sabíeis que que me cumpria estar
na Casa de Meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhe
disseram” (Lc 2:49-50). Maria não conseguia alcançar quem era o seu
Filho e o que estava fazendo. Nas quatro ocasiões futuras em que Maria
estará envolvida (diretamente ou por referência ao seu nome), essa
tensão estará presente.
b)
Maria informa a Jesus sobre a falta de vinho na festa e ele mostra
para ela que não é chegada a sua hora (Jo 2:1-11) – Jesus mostra que ele
só agirá dentro do cronograma do céu. Aos doze anos Jesus disse a
Maria: “Por que me procuráveis?”. Agora, aos 33 anos de idade, ele
pergunta: “Mulher, que tenho eu contigo?” Jesus estava revelando à sua
mãe que sua agenda era conduzida pelo céu e não pelos laços familiares.
Em ambos os casos, Jesus demonstra que o seu compromisso é com o Pai:
“Não sabíeis que convinha estar na Casa de Meu Pai?” e “ainda não é
chegada a minha hora”. Por isso, Maria compreende e endossa a agenda de
Jesus de tal forma que a última palavra direta de Maria nas Escrituras é
esta: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2:5). Seguir a orientação
de Maria é de fato obedecer a Jesus.
c)
Maria vai com seus outros filhos para prender a Jesus, mas ele
prioriza a agenda do Reino em vez de ceder às pressões da família (Mc
3:20,21,31-35) – Maria e seus outros filhos preocupados com intensa
atividade de Jesus, vão com a finalidade de prender Jesus e levá-lo para
casa. Mas eles precisavam entender que Jesus antes de ser filho de
Maria, era o Filho de Deus. Antes de ser carpinteiro, era o Salvador dos
homens. Antes de ser um cidadão de Nazaré, era o Rei dos reis. Jesus
mostra que a relação espiritual é mais importante que a relação de
sangue, ao afirmar: “Quem é minha mãe e meus irmãos? E, correndo o olhar
pelos que estavam assentados em redor, disse: Eis minha mãe e meus
irmãos. Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu
irmão, irmã e mãe” (Mc 3:33-35).
d)
Maria e a verdadeira bem-aventurança (Lc 11:27-28) – Para Jesus a
grande bem-aventurança de ouvir a Palavra de Deus e guardá-la é maior do
que a bem-aventurança de ter sido genitora. Jesus não sustentou a
supervalorização que a mulher destacou da relação de sangue que Maria
tinha com ele. Havia outro tipo de relação que qualquer pessoa poderia
manter com ele, muitíssimo mais importante que a física. Pois era essa
relação que Jesus queria exaltar, a relação espiritual: “… uma mulher
que etava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela
que te concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu:
Antes, bem-aventurados são os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam!”
(Lc 11:27-28). Assim vemos que esses três contatos de Jesus com Maria
relatados pelos evangelhos, todos giram em torno do mesmo assunto:
contraste entre o físico e o espiritual; parentesco de sangue contra
afinidade espiritual.
e)
Maria uma mulher com a alma traspassada pela espada (Lc 2:35) – O dia
era o mais triste da história da humanidade. O dia era o mais gloriosa
da história da humanidade. Dia de contrastes. Jesus morria. Jesus
vencia. Humilhado, mas glorificado. Cercado de ódio por todos os lados.
Transbordando de amor por todos os poros. Ao pé da cruz está Maria
sofrendo indescritivelmente ao ver seu filho morrendo exangue. Ali uma
espada traspassou a sua alma. A espada era invisível, mas não o seu
efeito. Na cruz Jesus confia sua mãe ao seu discípulo João. Ali Jesus
revelou seu amor cheio de cuidado por sua mãe. Ali Jesus ensina que os
filhos precisam cuidar dos pais. Jesus o fez porque José já havia
morrido e seus irmãos não criam nele e além do mais João era sobrinho de
Maria.
f)
Em momento nenhum a Bíblia registra que Jesus tenha chamado Maria de
Mãe – Sempre a chamou de mulher, um termo respeitoso. A Bíblia nunca
enfatizou a questão do teotokós (mãe de Deus). E por que? 1) Para
ensinar que seus parentes não tinham uma posição privilegiada em relação
a ele pelo fato de serem parentes. A relação que devia ser enfatizada é
a espiritual. Mais tarde seus dois irmãos Tiago e Judas escrevem
cartas e se apresentam não como irmãos de Jesus, mas servos do Senhor.
2) Para afastar o perigo das pessoas confundirem a posição de Maria
como mãe de Deus. Ele tornou-se homem ao nascer do ventre de Maria, mas
como Deus pré-existiu a criação e foi o criador de todas as coisas.
9. Maria, a discípula de Jesus – At 1:14
A
última vez que Maria aparece na Bíblia, ela é aparece como os demais
crentes depois da ressurreição. Maria tomou o seu lugar com os outros
cristãos – nem separada, nem acima deles. Ela estava lá também como
discípula. Lá ela também aguarda o derramamento do Espírito. Seus
outros filhos são convertidos. Eles se unem aos demais crentes e oram.
No
Pentecoste todos são cheios do Espírito Santo. Não diz a Bíblia que
Maria é mais cheia que os demais nem que ocupa um lugar de destaque
sobre os demais. Na verdade, seu lugar doravametne é discreto. Seus
filhos Tiago e Judas são mencioandos e escrevem livros da Bíblia, mas
Maria não é citada mais nem pelos apóstolos, nem pelos seus próprios
filhos. O propósito dela não era estar no centro do palco, mas trazer ao
mundo aquele que é a luz do mundo, o único digno de ser adorado e
obedecido.
CONCLUSÃO
1.
Maria é uma mulher digna de ser imitada não só pelas mães, mas por
todos os cristãos: por sua humildade, coragem, abnegação, fervor e
fidelidade a Deus. Uma mulher que esteve pronta a correr todos os riscos
para realizar a vontade de Deus em sua vida.
2.
Que Deus nos ajude a imitar a essa bem-aventurada mulher, e lutar para
que as pessoas a honrem não colocando-a num pedestal que jamais Deus a
colocou nem ela jamais aceitaria, mas imitando seu exemplo como
humilde serva de Deus.
Fonte:Palavra da Verdade
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