Ide e Pregai

O Documentário é um resumo da história das Assembléias de Deus no Brasil a começar pela chegada dos missionários e pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará.

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O Espelho dos Mártires

O Documentário relata em detalhe o modo de vida e as persiguições que sofreram os cristão primitivos e como foram martirizados os Apóstolos de Cristo.

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Filme ´180`: 33 minutos que mudarão sua opinião sobre o aborto

O Ministério Living Waters, dos Estados Unidos, produziu recentemente um documentário impactante e fantástico sobre o aborto. O filme traz como título ‘180’ e instiga as pessoas a mudarem de opinião sobre o aborto e outras questões bíblicas.

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Por dentro do Creciendo en Gracia:(Falso Profetas) escândalos e falsas doutrinas

>> quinta-feira, 12 de abril de 2012



Augusto nasceu na Barra da Tijuca, tem 26 anos, estuda engenharia, namora com Mariane há cinco anos e frequenta o Ministério Internacional Creciendo en Gracia há pouco menos de um ano. No entanto, o que mais chama atenção nesse jovem carioca de classe média é uma tatuagem em seu braço esquerdo com os números 666. Ele é apenas um entre os milhares de jovens que circulam pela sede nacional, na Rua Barão do Bom Retiro, 88, Engenho Novo, RJ. Ali funciona, além da igreja mãe (diga-se “Centro Educativo”) um departamento de envios e o escritório administrativo. As reuniões acontecem aos domingos, às 10h e as sexta-feiras, às 19h30.
O Ministério Creciendo en Gracia é conhecido pela cruzada que promove contra a Igreja Católica, a qual chama de “Igreja de Satanás”. São constantes os manifestos realizados em eventos católicos de peso, como o ocorrido em maio de 2007, quando cerca de cinquenta discípulos de José Miranda foram hostilizados após um protesto realizado em frente ao estádio do Pacaembu, em São Paulo, ocasião em que o Papa Bento XVI realizou uma missa para mais de 40 mil pessoas. Protestos semelhantes acontecem em Miami e em pelo menos outros 29 países onde o MICG mantêm centros educativos.
Os católicos não são as únicas “vítimas” do MICG: há uma corrida igualmente difamatória contra as igrejas evangélicas. Elas são vistas, na melhor das hipóteses, como “inimigas” de Jesus Cristo homem e “apóstatas” do Evangelho. Há casos de igrejas que foram apedrejadas por discípulos de Miranda e outras que acabaram por ser vendidas para o próprio MICG. Essa é uma das marcas da organização criada pelo portoriquenho: ser agressiva e proselitista ao mesmo tempo. É devido a isso que em alguns países, como Honduras, Guatemala e El Salvador, José Miranda foi proibido de entrar por ser considerado um “agitador” social.
Para garantir que a mensagem de Miranda chegue a todas as pessoas, de todos os cantos do mundo, o MICG montou uma rede de comunicação internacional encabeçada pela emissora Telegracia, com sede na Colômbia e transmitida para o mundo pelo satélite NSS – 806. A rede é composta também pela Netgracia.com, além de mais de 287 programas radiofônicos e uma hora na TV 24 (em espanhol). Paralelamente, os seguidores da seita mantêm milhares de comunidades no Orkut, contas no Twitter e Facebook, blogs e sites. É através desses canais e outros mais que José Luiz de Jesus Miranda transmite a ideia de que o número 666 é um sinal de prosperidade, a crença de que o diabo, o pecado e o inferno não existem e que faltam poucos dias para a “transformação” de Jesus Cristo homem.
Fundador
José Luiz de Jesus Miranda nasceu em 22 de abril de 1946, em Ponce, Porto Rico. Filho de Ana Luiza Miranda e José Antonio de Jesus teve uma infância conturbada. Criado em meio à extrema pobreza, ao completar 14 anos enveredou pelo caminho da heroína. De um jovem tímido e gordinho, Miranda se transformou em um dos delinquentes mais temidos de Ponce. Por pouco não morreu, quando de um confronto com traficantes que o espancaram e o abandonaram em um galpão.
Ao ser pego praticando um furto, foi preso e somente deixou o cárcere ao completar vinte anos de idade (1966). Foi durante esse período que José Miranda disse ter tido seu primeiro “contato” com o Evangelho. Após deixar a cadeia, se mudou para os EUA e se inscreveu em um programa evangélico chamado “Desafio Jovem”, quando lhe foi oferecida uma oportunidade de salvação e vida em Cristo. Passado um tempo, Miranda se “converteu” ao pentecostalismo e mais tarde fez-se membro da Igreja Batista. Antes disso, passou pela Igreja Católica e religiões nativas de Porto Rico.
Obcecado por pesquisas escatológicas, dedicou parte do seu tempo ao estudo do Apocalipse. Após longas noites de reflexão, chegou à conclusão que João não compreendeu o verdadeiro significado da profecia. Ao consultar o mapa mundi, verificou que a cidade em que nasceu estava exatamente sob a tatitude 66,6. A partir de então, começou a desenvolver a ideia de que a marca da besta estaria de alguma forma relacionada a ele.
A revelação
Segundo Miranda, a sua trajetória messiânica teria começado em 1973, em Massachusetts, EUA, quando dois anjos (ou pessoas, segundo algumas versões) aparecerem e revelaram que ele seria “ungido” para o ministério e seria a testemunha da vinda de Cristo ao mundo. Ele revela.
“Pai, eu ouvi uma voz que o Senhor está vindo hoje à noite.
Eu disse: O quê? Eu estava com medo, você sabe. Então eu disse: Está com medo?
Ele disse, não, não. Eu só ouvi uma voz que o Senhor está vindo hoje à noite.
Então eu levei meu filho para o quarto e o coloquei na cama e depois fui para meu quarto, quando dois anjos apareceram e disseram a mim: ‘O Rei do dos reis e o Senhor dos senhores, Ele está chegando hoje à noite para ungi-lo para o ministério. Eu pensei que ele ia me dar um presente, mas de repente ele começou a me dizer coisas que eu nunca havia ouvido falar.”
O que ninguém esperaria era que, trinta anos depois, José Miranda se revelaria como a terceira manifestação de Jesus. Algo que ele pensava desde 1973, mas que por temor ainda não havia revelado. Apesar de possuir tal convicção, ele se considerava superior ao Jesus do Novo Testamento. Por essa mesma época ele fez uma de suas mais críticas afirmações:
“Eu sou maior que Jesus… eu ensino melhor que ele”.
Obviamente, tal declaração é rechaçada pelos adeptos da seita que afirmam que seu líder jamais disse ser Jesus ou maior que este. O reconhecimento – da divindade de Miranda – se deu, segundo eles, pela própria Igreja Creciendo en Gracia. Não é o que diz um trecho extraído de uma biografia de José Miranda (em espanhol e disponível apenas na Internet).
“El sábado 26 de febrero del 2005, durante la Convención Mundial de Creciendo en Gracia em Miami, José Luís declaró públicamenteque él era Jesucristo. Esa tarde, más de mil quinientos “bendecidos” bailaban y cantaban animadamente cuando una voz cavernosa interrumpió la música. -¡Bendecidos!- rugió la voz.” [1]
Existem outras questões não explicadas pelo MICG e que tem sido uma das causas da deserção de inúmeros seguidores. O que poucos sabem – e que a liderança em Miami tenta ao máximo que pode esconder– é que José Miranda já havia se apresentado ao mundo como a reencarnação do apóstolo Paulo. Isso ocorreu 15 anos após a primeira revelação e oito anos antes da feita em Miami, quando José Miranda afirmou ser a terceira manifestação de Jesus. Há uma blindagem no sentido de impedir que tais informações cheguem ao conhecimento de brasileiros e colombianos, povos alvos no trabalho de proselitismo na América do Sul. Isso mostra, uma vez mais, que o MICG foi criada com base em fatos contraditórios e que desqualificam sua missão e existência na terra. Pelo o que sabemos dos evangelhos, Jesus jamais se confundiu no que dizia respeito a sua relação com o Pai e missão no mundo. Miranda parece ser um “cristo” confuso, porque ora se identifica com Paulo, ora com Jesus.
Matrimônios
Com o argumento de que Jesus era “casado” com Maria Madalena – fato que a Bíblia condena de maneira explicita – o MICG sai em defesa dos matrimônios contraídos por José Miranda. Por incrível que pareça, o anticristo portoriquenho foi casado por duas vezes e é pensionista de suas ex-mulheres.
Nydia de Jesus
Pouco tempo depois de chegar aos EUA, José Miranda conheceu uma jovem chamada Nydia com quem casou em 1971 e teve cinco filhos. Perplexa com as revelações de seu marido – que em 1989 revelou ser a “reencarnação” do apóstolo Paulo e antes de “Jesus Cristo” (1973) -, Nydia pediu o divórcio e em seguida retornou para Porto Rico com seus filhos. Em uma entrevista à CNN, revelou detalhes da vida de luxo e badalação do seu ex-marido. O autor da biografia de José Miranda revela que Nydia chegou a cogitar que seu marido havia criado o MICG apenas para explorar os fieis. A dissolução do casamento se deu, segundo o autor, em 1999.
Josefina de Jesus Torres
No mesmo ano, José Miranda conheceu a colombiana Josefina Torres. Modelo e apresentadora de um reality show de sucesso no país, Josefina iniciou a carreira na TV aos oitos anos em um programa infantil. Ela afirma que deixou tudo para seguir José Miranda que à época era conhecido apenas como “O Apóstolo”. Três anos depois se casaram e se mudaram para Houston, Texas (EUA), onde viveram até o anúncio do divórcio. Entre uma das razões que levaram a modelo a pedir o divórcio (segundo consta nos autos do processo) estão os maus tratos praticados por Miranda, que ele mantinha relações sexuais com várias mulheres do MICG e que por inúmeras vezes a expulsou de casa.
José Miranda é levado aos tribunais
Por conta de seus dois primeiros divórcios e atrasos no pagamento das pensões, José Miranda teve de comparecer por inúmeras vezes aos tribunais da Flórida. Mesmo após o pagamento de dois milhões de dólares a Josefina Torres – decorrentes do processo de divórcio – Miranda foi alvo de mais um processo movido pelo juiz Roberto Pineiro que determinou o pagamento dos cinco meses de pensão atrasados, num montante de 72.000 mil dólares, devidos a Josefina. Insatisfeito com a determinação judicial, José Miranda se isentou por um tempo de Miami. Em resposta, o juiz Roberto Pineiro determinou a desapropriação de alguns bens de Miranda, como uma casa em Houston para saudar a dívida.
José Miranda também é investigado por ter supostamente “desviado” recursos do MICG para adquirir inúmeras propriedades, como dois apartamentos e um prédio no valor de 60 milhões de dólares na Colômbia, uma casa a beira – mar no sul da Flórida e uma mansão no valor de 80 milhões de dólares em Houston.
Além das propriedades (algumas em seu próprio nome e outras em nome de terceiros), Miranda possui uma coleção de relógios Rolex, uma frota de carros de luxo (que inclui BMWs), além de receber um salário de US$ 150,000 pagos pelo MICG que também custeia os 350 mil dólares gastos anualmente em segurança.
O Creciendo en Gracia
Há uma fase da vida de José Miranda pouco conhecida fora dos círculos do Creciendo en Gracia. Ele tinha por volta de trinta anos quando decidiu regressar para Porto Rico. O autor da biografia chama essa fase de uma das “mais críticas” do portoriquenho, mas também uma das que mais contribuiu para o estabelecimento dos alicerces do que mais tarde seria o Ministério Internacional Creciendo en Gracia.
De volta a Porto Rico, Miranda organizou uma pequena comunidade religiosa em uma casa no subúrbio de Ponce. Cerca de vinte pessoas participavam das reuniões. Tudo parecia caminhar bem até que ele decidiu revelar parte de suas convicções ao pequeno rebanho. Não conseguindo impor suas crenças ao grupo – dentre as quais a ideia de que o pecado e o diabo foram destruídos na cruz e que somos deuses – Miranda entrou em um estágio de profunda depressão. A crise financeira que passava por aqueles dias contribuiu para acentuar o quadro.
Quando tudo parecia caminhar para o caos, Miranda disse ter “ouvido” uma voz que ordenava que ele fosse para Miami, pois lá “havia” uma ponte para o mundo. Convicto de que o caminho estaria mesmo aberto, deixa mais uma vez Porto Rico e se muda para Miami. Mesmo sem recursos, aluga 15 minutos em uma rádio AM onde por três semanas ataca o que ele considerava “falso evangelho”. Satisfeito com os resultados obtidos, Miranda alugou um armazém em Hialeah (Miami) e convida cerca de 300 pessoas para um seminário de final de semana. Para seu espanto, pelo menos 500 pessoas compareceram e foram testemunhas do nascimento do Creciendo en Gracia.
Alguns pontos a considerar sobre o MICG
Estrutura
Organizada a partir de Miami, o Creciendo en Gracia afirma possuir 300 centros educativos em 30 países, com cerca de três milhões de seguidores e 200 colaboradores de Jesus Cristo Homem. O segundo homem no poder é o colombiano Carlos Cestero, que esteve recentemente no Brasil para participar de diversas atividades da MICG. [2]
Liturgia
Semelhante em alguns aspectos a uma igreja evangélica, o MICG é contra os evangélicos e prega o fim da cristandade para o começo de 2012. Sua liturgia envolve louvores, pregações e ministrações conduzidas pelos colabores de Jesus Cristo Homem.
Logotipo
A MICG possui um logotipo semelhante ao dos EUA, com uma águia e a frase: “Creciendo en Gracia, Gobierno de Dios em la Tierra”.
Adeptos
Como o MICG não possui um registro oficial de adeptos, os números apresentados em alguns países são imprecisos ou mesmo duvidosos. Não há obrigações ou regras a serem seguidas pelos adeptos, desde que Miranda entende que o pecado foi abolido na cruz e que ninguém é pecador. Aceita, dessa forma, todas as manifestações de expressão sexual, viciados em drogas, tabaco e álcool.
Recursos
Boa parte dos recursos financeiros da seita provém de doações particulares dos seus adeptos (que às vezes envolvem grandes somas) e de uma rede de cerca de 450 empresas criadas por colaboradores de Jesus Cristo Homem, como a La Entertainment, de Álvaro Albarracin e a Companhia de Hipoteca Hallandale, de Luz Fuentes (um ex-católico que se converteu à MICG em 1990).
O MICG no Brasil
Depois dos EUA, Colômbia e México, o Brasil é o quarto país com maior número de seguidores do Creciendo en Gracia – embora, é claro, o número não seja expressivo em comparação a outras seitas em atividade no país, como as Testemunhas de Jeová e o Mormonismo.
Com cerca de 15 mil seguidores em 11 estados da Federação, o MICG está presente em maior número no Rio de Janeiro (com doze centros educativos) e São Paulo (com cinco centros educativos). Nos demais estados, o MICG revela possuir onze centros educativos.
Como é comum nas seitas psuedocristãs, o MICG experimentou recentemente o primeiro desligamento de uma de suas igrejas (diga-se “Centro Educativo”) no Brasil. Trata-se da Congregação do Jardim América (RJ) que teve o seu endereço retirado do site creciendoengracia.com e que motivou o enviou de uma carta ao bispo Kele (presidente do Creciendo en Gracia Brasil).
Falsas doutrinas
Como é típico das seitas pseudocristãs, o MICG absolveu doutrinas e costumes dos mais variados segmentos religiosos, como a nova era, mormonismo, modalismo, testemunhas de Jeová, espiritismo e também dos ensinos de Georg Roux Ernest.
TemaCreciendo en GraciaParalelo doutrinárioO que diz a Bíblia
Epístolas paulinasApenas as 14 epístolas paulinas como dignas de fé e crença. Nega, dessa forma, a veracidade do Antigo Testamento, o relato dos evangelistas e os demais livros do Novo Testamento.Doutrina de Marcião (um presbítero do século II da Era Cristã.Toda a Escritura é divinamente inspirada (II Tim. 3.16; vide ainda I Ped. 1.21)
Doutrina da TrindadeO trinitarismo é uma falsa doutrina que pretende separar a pessoa de Jesus Cristo de Deus Pai como dois seres em separado. O unitarismo ensina que é só Jesus. Ao contrário, nós ensinamos que Jesus é também o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Três manifestações, porém, um só DeusModalismoEmbora a Bíblia não declare abertamente que Deus subsiste em três pessoas distintas e coiguais, essa ideia se encontra nas Escrituras com clareza. As três pessoas são mencionadas distintamente nas seguintes passagens das Escrituras: Mt. 3.16,17; Mt. 28.19 e II Cor. 13.13
PecadoO pecado foi destruído por Jesus na cruz. Logo, não existe pecado (citam Jo. 19.30 e Rom. 10.4).Uma variação da doutrina do francês Georg Roux Ernest (vide o tópico: O que eles têm em comum).Fomos concebidos em pecado (Sl. 51.6; vide ainda Rm.3.9; 5.12)
Inferno de fogoO inferno não existeTestemunhas de Jeová e Adventista do Sétimo DiaHá diversas referências no NT sobre a existência de um inferno de fogo, como Mt. 5.22, 29; 10.28; 23.33; Mc. 9. 45- 47
ReencarnaçãoA reencarnação é um recurso usado por Deus do jeito que Ele quer e totalmente regulada por eleHinduísmo e EspiritismoApós a morte segue-se o juízo (Hb. 9.27; vide ainda II Cor. 6.2; Ef. 2.8)
Marca da besta666 é o número que identifica Jesus em sua segunda vinda. Significa benção e prosperidade (citam I Rs. 10. 14 e II Cr. 9.13 -14)Satanismo e Nova EraÉ o número da Besta, do Anticristo que dominará o sistema econômico e político mundial (Ap. 13. 16 - 18)
MICG: uma seita destrutiva?
Há inúmeras razões porque devemos considerar o MICG uma seita destrutiva. Mas o que é uma seita destrutiva? É um termo utilizado para identificar grupos religiosos fundamentalistas, como o Ramo Davidiano, o Templo dos Povos e o Movimento para a Restauração dos Dez Mandamentos. Michael Green nos oferece a seguinte explicação lógica.
“Em sua maioria, as seitas do mal são fundadas por uma única pessoa que retém todo o poder na organização. Comumente, os líderes de novas seitas conseguem essa posição por terem, em algum momento, idéias contrárias ou extremas às de uma religião de que participavam antes. Depois de se retirarem ou serem banidos de seus antigos grupos, eles decidem criar um novo culto, apoiado por alguns membros solidários que os seguiram.
Entre as principais características do líder de uma seita destacam-se o carisma, o magnetismo pessoal e o entusiasmo pela causa que defende, ou “produto” que vende. Dono de uma habilidade que faz com que as pessoas o sigam sem questionamentos, o líder comanda seus fieis como seus devotos. Praticamente endeusado, ele se torna o comandante supremo e a sua vontade deve sempre se obedecida.
Em algumas seitas, o controle dos fieis se dá por meio de supostas vantagens espirituais. Algumas comunidades desenvolvem atividades que geram recursos financeiros para a manutenção da seita. O dinheiro arrecadado, porém, fica sempre em poder do “comandante” que o administra em favor do grupo. Existem ainda casos em que os membros renunciam aos seus bens em favor da seita ou doam a ela grandes somas em dinheiro.” [3]
Todas as características comuns a uma seita destrutiva são identificadas no MICG, tais como:
a) José Miranda se considera divino e controla com punhos de aço sua organização;
b) Seu magnetismo e carisma são percebidos pelos adeptos, que identificam nele (apesar das denúncias e polêmicas envolvendo sua vida pessoal) um messias e salvador bendito;
c) Prega o fim do catolicismo e de toda a cristandade mundial;
d) Milhões de dólares são doados todos os meses para os cofres do MICG, cujo destino final não é devidamente conhecido ou revelado;
e) Está envolvida em diversas denúncias de estelionato e abuso sexual;
f) Possui um regime que beira quase ao militar, com saudações e identificações próprias;
g) Promove protestos (muitos dos quais violentos) em diversas partes do mundo e dirigidos a cristãos e demais inimigos de Jesus Cristo Homem.
Somente essas características são suficientes para provar quão idônea é o MICG e seu líder máximo, José Luiz de Jesus Miranda. Conquanto não seja de todo familiar a demais seitas do mal, o MICG possui uma maneira própria e ao mesmo tempo perigosa de conduzir seus adeptos. Com o provável desapontamento profético – referindo-se a data segundo a qual José Miranda receberá um novo corpo e passara ao governo das nações, em 2012 – haverá uma histeria em massa ou, cogitemos, algo pior ao que ocorreu no Templo dos Povos e na Heaven’s Gate. [4]
O que eles têm em comum
José Miranda não é o primeiro reclamante a Jesus Cristo – ao longo da História encontramos inúmeros outros casos. O que há em comum entre todos eles é o teor da mensagem, a maneira carismática como conquistam novos discípulos, as revelações apocalípticas e certa megalomania que os tornam “estrelas” e “revolucionários” que afirmam possuir novas verdades ou revelações acerca do homem, à vida eterna e o relacionamento com o divino. Também são conhecidos por envolvimento em polêmicas, como desvio de verbas de suas instituições e denúncias de abuso sexual e violência. Dentre os principais reclamantes a Jesus Cristo, destacamos alguns.
David Icke
De origem britânica (nasceu em 1952), Icke é escritor, ex-futebolista e durante alguns anos atuou como jornalista da BBC Sports e de um programa do Partido Verde. Conhecido por suas palestras sobre Nova Era e Teorias de Conspiração, em 1990 disse ter sido convencido por uma vidente que ele é um “curador” colocado na terra com um propósito. Um ano depois, anunciou em um programa da BBC que ele é o “filho de Deus” e que a Inglaterra seria devastada por maremotos e terremotos.
Além da suspeita de ser antissemita, Icke acredita que a raça humana é o resultado de um programa de melhoramento genético realizado por uma raça de reptilianos chamada Anunnaki da constelação de Draco, que existem milhares de mundos habitados e que somos aperfeiçoados após ciclos e mais ciclos de morte e reencarnação.
David Koresh
Líder da seita Ramo Davidiano, Koresh nasceu em 1959 na cidade de Vernon Wayne Howell (Houston, Texas) e faleceu em 1993. Ex-adepto da Igreja Adventista e cantor rock, Koresh tem um histórico de religiosidade mesclada a práticas de abuso sexual e violência. Aderiu ao Ramo Davidiano em 1983 e em 1984 conduziu 25 dissidentes para Palestine (a 25 Km de Waco, Texas) onde organizou sua própria igreja.
Dizendo ser a reencarnação de Jesus Cristo, Koresh acreditava que as profecias bíblicas referentes ao milênio e ao reino davidico se cumpririam nos EUA e que ele seria martirizado em breve. Ao invés disso, foi acusado de praticar atos violentos e crueis contra seus adeptos, abuso de crianças e poligamia. Foi o responsável pela morte de 71 pessoas, entre elas 17 crianças e 4 policiais ao atear fogo ao rancho que durante 51 dias encontrava-se cercado pelo FBI, numa operação deflagrada em 1993.
Francisco Herman Pevoc
Mais conhecido como “Krishna Venta”, Pavoc nasceu em 1911, em São Francisco, Califórnia. Na década de 40 fundou a WKFL (Sabedoria, Conhecimento, Fé e Amor). Um dos requisitos para se tornar adepto era doar todos os bens para a organização, que usava os recursos para oferecer ajuda a desabrigados e famintos. Ficou conhecida da mídia a partir de 1949, no caso do acidente do Standard 897R, que caiu perto de Hills Simi e que matou 35 das 48 pessoas a bordo. Os discípulos de Pevoc teriam sido os primeiros a chegar ao local e prestar ajuda as vitimas.
Não obstante o discurso humanitário de Pevoc, ele foi acusado de roubo e estelionato. Em 1948 declarou ser o “novo Messias’ e o ‘Cristo reencarnado”. Foi preso em 1956 e assassinado dois anos depois por Peter Duma Kamenoff e Ralf Muller, dois ex-discipulos que acusavam Pevoc de assediar suas mulheres e desviar fundos da seita.
George Roux Ernest
Filho de um pai incrédulo e uma mãe católica foi compositor, George Roux Ernest foi fundador de uma orquestra sinfônica, autor de vários poemas e durante a II Guerra Mundial trabalhou como carteiro em um posto de Avignon, sul da França, onde permaneceu até 1953. Em 1928 casou com Jane Robert e teve seis filhos.
Dizendo ser a reencarnação de Jesus Cristo e possuir o dom de cura – ideia que ele revelou primeiramente a sua família (em 1950) e depois a tornou pública (em 1954) -, Ernest negava a existência do diabo, o pecado original, o nascimento virginal de Jesus e sua ressurreição e a veracidade dos evangelhos. Em 1952 fundou a Universal Alliance e nos seguintes se viu em apuros com a justiça por causa da morte de membros da seita, dentre os quais um menino de 13 anos (em novembro de 1953) e um bebê recém-nascido (em setembro de 1954). Pelo menos dois adultos também teriam morrido entre março e julho de 1954.
Jim Jones
Filho de um líder da Ku Klux Klan, Jones nasceu em Crete, Indiana, em 1931. Foi membro do Partido Comunista dos EUA, diretor da Comissão de Direitos Humanos de Indianápolis, integracionista e defensor dos afro-americanos. Adotou crianças de várias etnias e formou o que ele chamava de “Rainbow Family”.
Culpado pela morte de mais 900 pessoas – vítimas de envenamento por cianureto -, Jones afirmava ser a reencarnação de Jesus Cristo e foi acusado de promover campanhas fraudulentas de curas, desviar fundos da Igreja para uso pessoal e de comandar uma milícia que punia com espancamentos e sessões de catarse quem quebrasse as regras.
Marshall Applewhite
De família presbiteriana, Marshall Applewhite pretendia se tornar um pregador conhecido, mas acabou optando pela música. Serviu ao Exército e mais tarde lecionou música. Em 1970 foi afastado da St. Tomas por apresentar problemas de ordem emocional e acabou internado em um hospital psiquiátrico de Houston, onde conheceu a enfermeira Bonnie Nettles com quem se casaria mais tarde.
Influenciado por Nettles, que dizia haver alienígenas na terra e que o Armagedom estaria próximo, Applewhite fundou a Heaven’s Gate (Portal do Paraíso), em 1975, e se auto-proclamou como a reencarnação de Jesus Cristo. Acreditando que a terra seria destruída com a passagem do cometa Hale-Bopp, Applewite convenceu alguns dos seus discípulos que o cometa era seguido por uma nave espacial e que eles seriam automaticamente trasladados para a espaçonave após cometerem suicídio. De fato, em 26 de março de 1997, 39 pessoas foram encontradas mortas numa mansão de San Diego, Califórnia.
Shoko Asahara
Nome religioso para Chizuo Matsumoto, Asahara nasceu em 1955, no Japão. Devido complicações de saúde quando criança (é portador de Glaucoma) perdeu parte da visão, mas conseguiu se formar em 1977 e durante alguns anos esteve na China onde estudou acupuntura e a medicina chinesa. Casou em 1978 e em 1981 foi condenado por exercer ilegalmente a profissão de farmacêutico.
Adepto da astrologia chinesa e do Taoísmo (além de ioga e budismo), disse ter tido uma experiência mística em 1977, no Himalaia, que o levou a mudar de nome e fundar a Verdade Suprema (seita que em 1995 causou a morte de 12 pessoas e infectou outras seis mil em um atentado terrorista ao metrô de Tóquio). Entre profecias apocalípticas e praticas de levitação, Asahara afirma ser a reencarnação do deus hindu Shiva e de Jesus Cristo.
Notas
1. http://www.scribd.com/doc/3546653/La-Vida-de-Jh-Jose-Luis-De-Jesus-Miranda
2. O título “colaborador” é dado à pessoa que exerce autoridade nos centros educativos, ou seja, para efeito de comparação, colaborador é a figura de um pastor no Centro Educativo, que seria a igreja ou congregação do MCG
3. Seitas Modernas, Terror & Fé, 2011, Mythos Editora, págs. 14 – 16
4. Conheça mais sobre o MICG e seus erros, na página – http://mcgaverdade.blogspot.com/

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