A Bíblia e os fatos históricos sobre o Irã
>> quinta-feira, 14 de junho de 2012
Muitos de nossos leitores já fizeram perguntas sobre o Irã e aquilo
que deveríamos saber acerca dessa importante e estratégica nação em nosso mundo
atual. A história antiga faz menção de um país chamado Elão. Lemos em Gênesis
14 que no tempo de Abraão (há cerca de 4.000 anos) houve uma confederação de nações
liderada por Quedorlaomer, mencionado nas Escrituras
como “rei de Elão”. Quedorlaomer atacou Sodoma
e levou cativo a Ló, sobrinho de Abraão. Este, acompanhado de seus 318 homens mais
capacitados, saiu ao encalço do rei de Elão e de seus aliados. Após derrotá-los,
Abraão resgatou Ló.
O profeta Isaías (cf. Isaías 21.2) menciona o Elão e parece sugerir
um relacionamento desse povo com a antiga Média (i.e., os medos). O profeta Jeremias
também se refere ao Elão (cf. Jeremias 49.34-39), bem
como
faz alusão à sua futura destruição
como
nação. A data dessa profecia remonta aos dias de Zedequias, rei de Judá. Talvez
essa profecia tenha sido predita na ocasião em que a Babilônia chegou ao apogeu
de seu domínio e destruiu Jerusalém no ano
586 a.C. O fato bíblico interessante
dessa profecia de Jeremias 49.39 é o seguinte: “Acontecerá, porém, nos últimos dias, que farei voltar os cativos de Elão,
diz o Senhor” (Almeida Corrigida Fiel). É muito provável que essa seja uma
referência ao futuro Dia do Senhor.
No século
7 a.C.,
um pequeno reino se estabeleceu em Parsu (ou Parsuash) sob o governo de Aquêmenes, cujo nome foi usado pelos historiadores
para descrever a primeira dinastia persa, a dinastia Aquemênida. O filho de
Aquêmenes foi um homem chamado Teispes (aprox. 675-
664 a.C.) e, ao que parece,
seu reino foi dominado pelos medos. A história registra que, após obter a liberdade
do domínio dos medos, Teispes, assumiu o controle da província de Parsa (a atual
Fars), aproveitando-se do enfraquecimento do Elão.
Os assírios, sob o reinado de Assurbanipal, puseram fim à nação do Elão.
O filho de Teispes foi Ciro I, o qual entrou em contato com os assírios
na qualidade de líder dos persas. O filho de Ciro I foi Cambises, que se casou
com a filha de Astíages, rei da Média. Dessa união conjugal nasceu Ciro II, conhecido
na história
como
Ciro, o Grande (559-
530 a.C.),
o primeiro grande imperador que dominou a antiga Pérsia. Ciro II também conquistou
os medos e derrotou seu sogro, Astíages, transformando a capital da Média, Ecbátana,
na capital de seu próprio império. Ciro também invadiu a Ásia Menor e derrotou
a Creso, rei da Lídia. Além disso, ele capturou, sem muita resistência, a cidade
de Babilônia em
539 a.C.
(a data oficial da queda do Império Babilônico).
O filho de Ciro II foi Cambises II (529-
522 a.C.), aquele que conquistou
o Egito. Cambises II foi sucedido por Dario I, conhecido tanto
como
Dario, o Grande (522-
486 a.C.),
quanto
como Dario
Histaspes (seu pai era um dos sátrapas do império persa). Dario criou vinte satrapias
(províncias) a fim de administrar com mais eficácia o crescente poderio do império
persa. Dario I também mudou a capital de seu império da cidade de Pasárgada para
Persépolis. Ele era um seguidor de Zoroastro e adorava a divindade Ahura Mazda
(também venerada por Xerxes e Artaxerxes, mencionados na história bíblica). Esse
Dario é o mesmo rei que aparece nas profecias bíblicas de Ageu e Zacarias. O
projeto de construção do templo (do segundo templo judeu – N. do Tradutor) foi
concluído pelos judeus em
516
a.C., durante o reinado dele.
Dario I foi sucedido por seu filho Xerxes (485-
465 a.C.). Uma inscrição descoberta
em Persépolis alista as nações que ficaram submissas ao seu domínio. Além disso,
trata-se do mesmo rei Assuero mencionado no livro bíblico de Ester. Depois do
reinado de Xerxes, Artaxerxes Longimanus I subiu ao poder (465-
424 a.C.) e, no vigésimo ano
de seu reinado, o decreto para restaurar os muros de Jerusalém foi entregue a
Neemias (Neemias 2.1).
Em 1979, o Irã experimentou o
que a história denomina de “Revolução
Islâmica”. Os muçulmanos xiitas
assumiram o controle do país
e instauraram a lei sharia.
De acordo com o texto de Daniel 9.24-27, esse decreto para restaurar
os muros foi o começo da “contagem regressiva” para a vinda do Messias – profecia
conhecida como “as 70 semanas de Daniel”. Contudo, o termo hebraico “setes”,
traduzido por “semanas”, não se refere a semanas de dias, mas a semanas de anos
(i.e., conjuntos de “sete” anos). Um ano profético de 360 dias (segundo o calendário
lunar), multiplicado por 483 anos, perfaz um total de 173.880 dias, desde o decreto
de Artaxerxes Longimanus I até a vinda do Messias. Dois acontecimentos trágicos,
mencionados por Daniel, ocorreriam antes do começo do septuagésimo “sete” (ou
septuagésima semana): o primeiro é que o Messias seria “morto”; o segundo é
que, tanto a cidade de Jerusalém quanto o seu santuário seriam destruídos. Nós
ainda aguardamos o início do septuagésimo “sete” – reconhecido pelos estudiosos
da Bíblia como o futuro Dia do Senhor (mencionado 25 vezes em toda a Bíblia) ou
como o período da Tribulação (Mateus 24.21-22).
Após o reinado de Artaxerxes I Longímano, Dario II chegou ao poder
(423-
405 a.C.).
Os sucessores de Dario II foram os seguintes: Artaxerxes II Mnemon (404-
359 a.C.), Artaxerxes III Ochus
(358-
338 a.C.),
Arses (337-
336 a.C.)
e Dario III (335-
331 a.C.),
cujos exércitos foram derrotados por Alexandre, o Grande em
333 a.C. Com a morte de Alexandre
em
323 a.C.,
a Pérsia ficou sob o controle de um dos generais de Alexandre (Selêuco). Segundo
Daniel 11, haveria conflito incessante entre os selêucidas (a dinastia de Selêuco)
e os ptolomeus (a dinastia de Ptolomeu, outro general de Alexandre a quem foi
entregue o Egito) numa disputa pela Terra de Israel, um fato que é lembrado pelo
Irã até os dias de hoje.
Estudiosos da Bíblia sabem bem que a Pérsia estará presente na batalha
que será travada quando houver a invasão da Terra de Israel (cf. Ezequiel 38
39). Ao que parece, a Pérsia será o país que encabeçará aquele ataque (pelo menos,
os persas são os primeiros mencionados na lista de nações).
Esse assombroso império da antiguidade continuou a ser conhecido
pelo nome de Pérsia até 1935 d.C., quando seu nome foi mudado para Irã. Na atualidade,
o idioma oficial do Irã é o persa moderno ou farsi, uma língua indo-européia escrita com caracteres árabes.
Em 1979, o Irã experimentou o que a história denomina de “Revolução
Islâmica”. Os muçulmanos xiitas assumiram o controle do país e instauraram a
lei sharia. Embora muitos árabes vivam
em certas regiões do país, o Irã não é um estado árabe. A relação do Irã com os
árabes e o apoio que deles recebe, fundamenta-se na religião islâmica que é comum
a esses povos. Ao longo da história do Islã, houve muitas ocasiões em que o Irã
demonstrou ser uma poderosa força de oposição aos muçulmanos da Arábia Saudita,
os quais controlam os lugares sagrados de Meca e Medina. O Irã também enfrentou
oito anos de guerra contra o Iraque, seu vizinho ocidental, na época em que o
sunita iraquiano Saddam Hussein estava no poder. Muitos muçulmanos xiitas oriundos
do Irã têm povoado territórios ao sul do Iraque e, atualmente, se constituem numa
influente força dentro do parlamento iraquiano que foi eleito. O Irã, por tradição
histórica, acredita que o território do Iraque lhe pertence, bem como reivindica
direito de propriedade de muitos outros países do Oriente Médio (inclusive Israel).
Os iranianos almejam a restauração da glória do primeiro império persa (um dos
maiores impérios da história em termos geográficos).
Devia ser óbvio que o Irã (principalmente por causa do petróleo)
seja, nos dias atuais, um dos mais importantes personagens no cenário político,
econômico e militar deste mundo. Os iranianos são os principais fornecedores de
armas para os terroristas islâmicos em todo o Oriente Médio. É possível que a maior
parte de seu armamento provenha da Rússia, China e Coréia do Norte.
O Estado de Israel se depara com um
sério desafio da parte dos líderes do Irã e suas constantes ameaças. O Senhor Deus
de Israel tem ouvido todas elas e a profecia bíblica envolverá o Irã entre as
nações do mundo que marcharão contra Israel. Tais nações serão derrotadas pelas
mãos do Messias que voltará em glória, nosso bendito Senhor Yeshua! (Dr. David
Hocking, Pre-Trib Perspectives - http://www.beth-shalom.com.br)
O Dr. David Hocking é fundador do Hope for Today Ministries [Ministério Esperança para Hoje], que produz programas de rádio, vídeos e publicações. Maiores infomações estão disponíveis em seu site: www.davidhocking.org.
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