A Grande Tribulação e a septuagésima semana de Daniel
>> quinta-feira, 21 de junho de 2012
Alguns
teólogos afirmam que é uma perda de tempo estudar a respeito da Grande
Tribulação, e uma falácia determinar o tempo desse evento escatológico
com base na septuagésima semana de Daniel. Assim como relativizam os
“mil anos”, que aparecem seis vezes em Apocalipse 20, não aceitam que a
duração do período tribulacional esteja relacionada com uma profecia
veterotestamentária. Mas não cabe a nós ignorar a Palavra profética, e
sim interpretá-la à luz do contexto, segundo a iluminação do Espírito
Santo.
Em Apocalipse 2.22, a expressão “grande tribulação” é empregada com o sentido estrito de punição à falsa profetisa Jezabel e seus seguidores. Mas, no mesmo livro, menciona-se a “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (3.10), isto é, a Grande Tribulação — termo empregado em Apocalipse 7.14 e que melhor define o período de sete anos que iniciará logo após o Arrebatamento da Igreja.
Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de angústia, posto que — segundo eles — os servos de Deus ali mencionados são os que sofrem aflições e tribulações, em nossos dias (cf. Rm 8.18; Jo 16.33). Afinal, “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Entretanto, ao lermos o contexto imediato de Apocalipse 7.13,14, vemos que os tais santos serão os “mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (6.9-11). Estes são as vítimas do Anticristo (13.7,15), que, vestidas de branco (6.11; 7.13), virão “da grande tribulação” (7.14, ARA).
Teólogos que se apressam em afirmar que esse terrível e aterrorizante evento escatológico não acontecerá deveriam atentar com mais cuidado para o que está escrito em Mateus 24.21 e Apocalipse 7.14. As expressões “grande aflição” e “grande tribulação”, equivalentes no grego, não aparecem na Bíblia por acaso.
De fato, “desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais” (Mt 24.21) tanto sofrimento, destruição, tragédias naturais, degradação moral, etc., como ocorrerão na Grande Tribulação. Mas o que esse evento tem a ver com a septuagésima semana mencionada no livro do profeta Daniel?
Na Palavra profética, os anos são formados, geralmente, por 360 dias (30 dias x 12 meses = 360 dias). E os meses são de trinta dias. Não havia, nos tempos bíblicos, meses de 31 ou 28 dias. E não se considerava o ano bissexto. Em Apocalipse 11.3 está escrito que as duas testemunhas de Deus profetizarão por 1.260 dias ou três anos e meio (1.260 dias / 360 dias = 3,5 anos). Esse período também aparece em Apocalipse 13.5 sob a forma de 42 meses (1.260 dias / 30 dias = 42 meses).
Os 3,5 anos mencionados em Apocalipse são apenas a primeira metade da Grande Tribulação, que terá duração total de sete anos, conforme a profecia registrada em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas [...] E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias, [...] E ele [o Anticristo] firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. O Anticristo, portanto, firmará um concerto com muitos por sete anos. E, depois dos primeiros três anos e meio, romperá o pacto, inaugurando a fase final do período tribulacional.
Dentre as setenta, a septuagésima semana são os últimos sete anos de um total de 490 anos (7 x 70 = 490), revelados ao profeta Daniel. Mas não é apenas com base nisso que se conclui que a Grande Tribulação terá sete anos de duração. A profecia de Daniel é apenas o ponto de partida para se chegar a essa conclusão. A contagem dessas setenta semanas de anos começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Dn 9.25,26).
Segundo a revelação dada ao profeta Daniel, as setenta semanas se subdividem em três períodos:
Primeiro período. Este, conforme Daniel 9.25, compreende 7 semanas ou 49 anos (isto é, 7 x 7 = 49): “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas”. Daniel destaca, com clareza, o começo da contagem dessas semanas: “desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. Daquele ponto de partida até a conclusão da mencionada obra passaram-se, de fato, 49 anos (Ne caps. 1-6; Ed 6.13-15).
Segundo período. A segunda parte das setenta semanas de anos compreende 62 semanas ou 434 anos (isto é, 62 x 7 = 434). Começa com a restauração de Jerusalém e vai até os dias em que o Senhor Jesus andou na terra: “até ao Messias, o Príncipe, sete semanas [49 anos] e sessenta e duas semanas [434 anos]” (Dn 9.25). É realmente impressionante observar que desde o decreto para a restauração até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10) passaram-se exatamente 69 semanas ou 483 anos (isto é, 69 x 7 = 483).
Terceiro período. É a última semana de anos, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele [o Anticristo] firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27). Confrontando esta passagem com a profecia de Jesus constante de Mateus 24.15-21, fica provado que a septuagésima semana representa o tempo total da Grande Tribulação: sete anos.
Quando comparamos as profecias constantes de Daniel, Apocalipse, Mateus 24 e Lucas 21, concluímos que o lapso temporal indefinido, que começou logo após a destruição de Jerusalém (no ano 70 d.C.), já estava previsto na Palavra profética. É o período denominado “os tempos dos gentios” (Lc 21.24), o qual perdurará até o início da septuagésima semana, isto é, a Grande Tribulação.
Depois desse período parentético indeterminado, “os tempos dos gentios” — entre o primeiro século e o Arrebatamento da Igreja —, o Anticristo firmará um concerto ou pacto com muitos por sete anos (septuagésima semana), mas só cumprirá a sua parte do acordo firmado nos primeiros 3,5 anos. Na segunda metade da semana, ele se voltará contra os judeus, e os juízos divinos cairão de maneira ainda mais intensa sobre o mundo (Dn 9.27, Ap caps. 15-16). Graças a Deus, a Igreja já terá sido arrebatada!
Maranata!
Ciro Sanches Zibordi
Em Apocalipse 2.22, a expressão “grande tribulação” é empregada com o sentido estrito de punição à falsa profetisa Jezabel e seus seguidores. Mas, no mesmo livro, menciona-se a “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (3.10), isto é, a Grande Tribulação — termo empregado em Apocalipse 7.14 e que melhor define o período de sete anos que iniciará logo após o Arrebatamento da Igreja.
Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de angústia, posto que — segundo eles — os servos de Deus ali mencionados são os que sofrem aflições e tribulações, em nossos dias (cf. Rm 8.18; Jo 16.33). Afinal, “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Entretanto, ao lermos o contexto imediato de Apocalipse 7.13,14, vemos que os tais santos serão os “mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (6.9-11). Estes são as vítimas do Anticristo (13.7,15), que, vestidas de branco (6.11; 7.13), virão “da grande tribulação” (7.14, ARA).
Teólogos que se apressam em afirmar que esse terrível e aterrorizante evento escatológico não acontecerá deveriam atentar com mais cuidado para o que está escrito em Mateus 24.21 e Apocalipse 7.14. As expressões “grande aflição” e “grande tribulação”, equivalentes no grego, não aparecem na Bíblia por acaso.
De fato, “desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais” (Mt 24.21) tanto sofrimento, destruição, tragédias naturais, degradação moral, etc., como ocorrerão na Grande Tribulação. Mas o que esse evento tem a ver com a septuagésima semana mencionada no livro do profeta Daniel?
Na Palavra profética, os anos são formados, geralmente, por 360 dias (30 dias x 12 meses = 360 dias). E os meses são de trinta dias. Não havia, nos tempos bíblicos, meses de 31 ou 28 dias. E não se considerava o ano bissexto. Em Apocalipse 11.3 está escrito que as duas testemunhas de Deus profetizarão por 1.260 dias ou três anos e meio (1.260 dias / 360 dias = 3,5 anos). Esse período também aparece em Apocalipse 13.5 sob a forma de 42 meses (1.260 dias / 30 dias = 42 meses).
Os 3,5 anos mencionados em Apocalipse são apenas a primeira metade da Grande Tribulação, que terá duração total de sete anos, conforme a profecia registrada em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas [...] E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias, [...] E ele [o Anticristo] firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. O Anticristo, portanto, firmará um concerto com muitos por sete anos. E, depois dos primeiros três anos e meio, romperá o pacto, inaugurando a fase final do período tribulacional.
Dentre as setenta, a septuagésima semana são os últimos sete anos de um total de 490 anos (7 x 70 = 490), revelados ao profeta Daniel. Mas não é apenas com base nisso que se conclui que a Grande Tribulação terá sete anos de duração. A profecia de Daniel é apenas o ponto de partida para se chegar a essa conclusão. A contagem dessas setenta semanas de anos começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Dn 9.25,26).
Segundo a revelação dada ao profeta Daniel, as setenta semanas se subdividem em três períodos:
Primeiro período. Este, conforme Daniel 9.25, compreende 7 semanas ou 49 anos (isto é, 7 x 7 = 49): “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas”. Daniel destaca, com clareza, o começo da contagem dessas semanas: “desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. Daquele ponto de partida até a conclusão da mencionada obra passaram-se, de fato, 49 anos (Ne caps. 1-6; Ed 6.13-15).
Segundo período. A segunda parte das setenta semanas de anos compreende 62 semanas ou 434 anos (isto é, 62 x 7 = 434). Começa com a restauração de Jerusalém e vai até os dias em que o Senhor Jesus andou na terra: “até ao Messias, o Príncipe, sete semanas [49 anos] e sessenta e duas semanas [434 anos]” (Dn 9.25). É realmente impressionante observar que desde o decreto para a restauração até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10) passaram-se exatamente 69 semanas ou 483 anos (isto é, 69 x 7 = 483).
Terceiro período. É a última semana de anos, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele [o Anticristo] firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27). Confrontando esta passagem com a profecia de Jesus constante de Mateus 24.15-21, fica provado que a septuagésima semana representa o tempo total da Grande Tribulação: sete anos.
Quando comparamos as profecias constantes de Daniel, Apocalipse, Mateus 24 e Lucas 21, concluímos que o lapso temporal indefinido, que começou logo após a destruição de Jerusalém (no ano 70 d.C.), já estava previsto na Palavra profética. É o período denominado “os tempos dos gentios” (Lc 21.24), o qual perdurará até o início da septuagésima semana, isto é, a Grande Tribulação.
Depois desse período parentético indeterminado, “os tempos dos gentios” — entre o primeiro século e o Arrebatamento da Igreja —, o Anticristo firmará um concerto ou pacto com muitos por sete anos (septuagésima semana), mas só cumprirá a sua parte do acordo firmado nos primeiros 3,5 anos. Na segunda metade da semana, ele se voltará contra os judeus, e os juízos divinos cairão de maneira ainda mais intensa sobre o mundo (Dn 9.27, Ap caps. 15-16). Graças a Deus, a Igreja já terá sido arrebatada!
Maranata!
Ciro Sanches Zibordi
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