O que é a Cabala?
>> sexta-feira, 14 de setembro de 2012

INTRODUÇÃO
Durante séculos, o significado, a 
finalidade e o uso da cabala estiveram envoltos no mais profundo 
mistério. E só tinham acesso a ela os estudiosos que, muitas vezes, 
pagavam com a própria vida na fogueira o preço por tal conhecimento.
Geralmente 
se entende por cabala a “sabedoria” oculta dos rabinos judeus da Idade 
Média; porém, é apenas uma de suas ramificações ou a maneira hebraica de
 interpretar à Bíblia. Segundo alguns autores, a origem desta ciência 
remonta aos antigos caldeus, donde a teriam derivado os judeus durante o
 seu cativeiro em Babilônia, adaptando-a a interpretação esotérica de 
suas escrituras e de algumas passagens bíblicas. Todavia, outros autores
 lhe atribuem uma origem muito mais antiga que a dos próprios caldeus.
Além dessa Cabala teórica, criou-se um 
ramo prático relacionado com as letras hebraicas, como representações ao
 mesmo tempo de sons, números e idéias. Acrescida de algumas lendas 
maçônicas.
ALGUMAS IDÉIAS DA CABALA
Como fica claro a partir dos estudos 
anteriores, a cabala não é um sistema único com princípios básicos que 
podem ser explicados de uma maneira simples e linear, mas, ao contrário,
 consiste de uma multiplicidade de abordagens diferentes, amplamente 
separadas uma das outras e completamente contraditórias. No entanto, a 
partir da data da aparição do Sefer ba-Babir ( é a mais antiga obra de 
literatura cabalística, ou seja, o primeiro livro que adota a abordagem e
 a estrutura simbólica do ensinamento cabalístico) a Cabala possuiu uma 
linha comum de símbolos e idéias que os seguidores aceitaram como uma 
tradição mística, ainda que diferissem uns dos outros quanto a 
interpretação do significado exato destes símbolos, as implicações 
filosóficas inerentes a eles, e também aos contextos especulativos 
através dos quais tornou-se possível considerar essa estrutura comum 
como uma espécie de teologia mística do judaísmo. Mas mesmo dentro dessa
 estrutura, duas etapas devem ser diferenciadas:
a.) a linha dos 
símbolos da Cabala primitiva até e inclusive o período Safed, i.e., a 
teoria das Sefirot como se cristalizou em Gerona, nas diversas partes do
 Zohar, e nos trabalhos de cabalistas até Cordovero.
b.) a linha de símbolos
 criada pela Cabala luriânica, que dominou principalmente o pensamento 
cabalístico desde o século XVII até épocas recentes. O sistema luriânico
 vai além da doutrina das Sefirot, apesar de fazer um amplo e enfático 
uso de seus princípios, e se baseia no simbolismo dos partsufim.
Além disso, duas tendências básicas 
podem ser discernidas no ensino da Cabala. Uma tem uma direção 
fortemente mística expressa em imagens e símbolos cuja proximidade 
interior ao reino do mito é freqüentemente muito marcante. O caráter da 
outra é especulativo, uma tentativa de dar aos símbolos um significado 
direcional mais ou menos definido.
Em grande parte esta perspectiva 
apresenta a especulação cabalística como uma continuação da filosofia, 
uma espécie de camada adicional superposta a ela através de uma 
combinação dos poderes do pensamento racional e da meditação 
contemplativa. As exposições especulativas do ensino cabalístico 
dependem grandemente das idéias da filosofia neoplatônica e aristotélica
 como eram conhecidas na Idade Média, e se expressavam na terminologia 
costumeira destes campos. Daí que a cosmologia da Cabala é delas 
emprestada e de maneira nenhuma original, e é expressa na doutrina 
medieval comum dos intelectos e esferas separadas. Sua real 
originalidade repousa nos problemas que transcedem esta cosmologia.
Como a filosofia judaica, a Cabala 
especulativa moveu-se entre duas grandes heranças, a Bíblia e o judaísmo
 talmúdico por um lado e a filosofia grega em suas diferentes formas por
 outro . O traço original e adicional, no entanto, foi o novo impulso 
religioso que procurou integrar-se a estas tradições e iluminá-las de 
dentro.
PERGUNTAS E RESPOSTAS ACERCA DA CABALA
1 – O que notabilizou Abraão Abulafia?
Além da doutrina Sephiroth,
 ele também propagou com êxito o misticismo da letra (Guematria, 
Notarikon e Temurah) assim como o tratamento cabalístico dos nomes de 
Deus, que ele considera ser o objetivo da ciência secreta.
2 – O que se entende por Guematria?
 Guematria (geometria) é a substituição 
de uma palavra significativa num versículo bíblico, etc., por uma outra 
cujas letras possuem o mesmo valor numerológico, ou por uma concepção 
com a qual a letra correspondente está relacionada.
3 – O que se entende por Notarikon?
Notarikon (de notariacum, que significa 
abreviação) é o tratamento das letras de uma palavra como as primeiras 
letras de uma setença ou grupo de sentenças. Em outras palavras, o 
tratamento de uma palavra aparentemente importante como uma abreviação 
secreta.
4 – O que se entende por Themurah?
A substituição das letras de uma palavra
 significativa, ou uma palavra que necessita de explicação de um modo 
tal que daí se origina uma nova palavra.
Assim se originam novas palavras ou palavras-números que podem, além disso, ser tratadas de acordo com a Gematria.
O misticismo da letra foi considerado a parte principal do cabalismo e o mesmo teve grande influência.
UM CABALISTA MUITO IMPORTANTE
Isaac Lúria (1534-1572), um ídolo para 
seus seguidores antigos e mais recentes, também chamado “o leão” (Ari, 
que significa Adonenu Rabbi Jizchak, o nosso Senhor Rabino Isaac) ou 
Riha-Kâdôch (Santo Isaac). Ele acreditava que podemos colaborar com a 
salvação do mundo através de uma poderosa atenção (“Kewanah”), intenção e
 pensamento (concentração) durante a prática de rituais religiosos; 
através da constante absorção pessoal do Zohar, pela recitação atenta de
 certas formulas cabalísticas; por orações relacionadas com  entrega 
total a meditação; e também por piedosos exercícios de penitência, com o
 que se pode alcançar uma consciência sobrenatural, a alma e a 
perfeição, ensinou também a transmigração das almas.
Ele não deixou nada escrito, declara que
 quando se concentrava seriamente em alguma coisa, as fontes de 
sabedoria sobrenatural ficavam ato poderosamente expostas para ele que 
perdia por completo a capacidade de escrever, e que até falar e lhe 
tornava difícil, a fim de comunicar algumas de suas revelações aos seus 
alunos. Veja Mt 8.8; Lc 8.29; At 16.16-19; At 8.9-11.
Seus ensinos são conhecidos em virtude 
principalmente das anotações do seu melhor aluno, Chajjim Vidal (ben 
Josef Calabrese), que viveu de 1543 a1620, e registrou em seus próprios 
escritos, especialmente em Ez chajjim (Árvore da Vida), muito do que 
tinha assimilado durante seu breve aprendizado no último não de vida de 
Lúria (1571-1572). Gostaria de citar algumas experiências de Lúria. 
Dizia-se que ele visitava todas as noites a “academia celestial” e que 
aí recebia revelações da mais alta sabedoria; acreditava-se que sua alma
 era uma “centelha do espírito de Moisés”  De fato, foi até afirmado que
 ele era o “Messias, o filho de José” significando que era o predecessor
 do verdadeiro Messias (o filho de David).Também lhe foram atribuídos 
muitos milagres.
Diz Bloch: “É devido a Isaac Lúria e 
Chajjim Vidal o fato de representações místicas, fanáticas e 
supersticiosas, e rituais ascéticos e muito especiais terem influenciado
 a vida do judaísmo como um todo. segundo eles o Zohar era venerado de 
um modo que lembra a idolatria, e que uma vasta e prolífica literatura 
foi desenvolvida da mistura do Zohar, a Bíblia e o Talmude, resultando 
nas mais deformadas fantasias”.
SURGE UMA SEITA DENTRO DA CABALA
Com o pseudomessias Sabbathai Zewi, um 
cabalista de Esmirna, com quem quase todo o judaísmo concordou. Mesmo 
depois que se converteu ao islamismo em 1666, em Adrianópolis (com medo 
de ser morto pelo governo turco), o fanatismo por ele gerado não 
esmoreceu, mas, pelo contrário, foi propagado por toda a Europa através 
de entusiásticos missionários. Ainda era um poder espiritual no século 
XVIII.
As influências sabbathairianas pegou o famoso e o mais arrogante
 talmudista e pregador Rabino Jonathan Eibeschtuz (1690-1764), 
justamente respeitado pela ciência moderna, foi suspeito de tendências 
deste movimento, mais e que por conseguinte atraiu sobre si a severa exploração de Jacó Emden.
O movimento foi considerado herético 
pelo fato de ter remodelado os ensinamentos do Zohar a respeito da 
atividade dos três princípios, “Pai, mãe e filho, convertendo-os numa 
doutrina trinitária e messiânica que correspondia largamente a idéias 
cristas semelhantes, nas quais a Divindade era considerada um ser  
triádico; “o pai era encarnado no filho”(ou seja, Sabbathai), contendo o
 divino “Schechinah” (o Espírito Santo). Veja Mt 3.16,17; 28.19; Rm 8.9; 1 Co 12.3-6; 2 Co 13.14; 1 Pe 1.2; Jd 20.21
TEÓLOGOS CATÓLICOS E FILÓSOFOS SE APEGARAM A CABALA
É interessante observa-mos que a Cabala alcançou até mesmo os chamados cristãos porque eles acreditavam
 ter encontrado na Cabala provas de que o judaísmo, apesar de sua 
resistência a religião cristã, era conduzido, de um modo perifrástico, 
pelo Espírito Santo, de acordo com o princípio básico do dogma cristão; 
de modo que, em particular por suas altamente elogiadas doutrina 
secretas, e a despeito delas, a verdade do cristianismo estava 
demonstrada. Os seguidores de Platão, sendo os filósofos naturalistas 
desse tempo, viram na Cabala um bem-vinda combinação do monismo 
teosófico-metafísico e naturalista; e acreditaram ter encontrado o 
caminho que leva a uma solução do mistério do mundo.
DOUTRINAS DA CABALA
Dentro da Cabala pelo menos tanto se 
pode falar de uma doutrina de imortalidade, reencarnação, transmigração 
da alma, fé, salvação, etc… ou de uma ética talmúdica, e assim por 
diante. A Cabala está numa posição relativamente forte desde que se 
descobriu que o Zohar é um ponto culminante e um foco das doutrinas 
cabalísticas vigentes, ao passo que o Pardes Rimmonium, ao mesmo tempo, 
sistematizou esse material de modo que doutrinas adicionais ou 
divergentes apenas tem que ser agregadas.
Os ensinamentos da Cabala estão divididos em seções:
1. Metafísica da Cabala:  as doutrinas do absoluto e suas emanações.
2. Antropologia da Cabala:  psicologia e ética
3. Magia da Cabala: misticismo da letra e Cabala prática.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE AS DOUTRINAS DA CABALA
1-  Que é a Divindade?
A doutrina de Deus dentro da Cabala e a 
seguinte: “O inteligível supremo, o ser puro, ou o absoluto. Dentro da 
pura concepção do supremo está contida a idéia implícita de que somente 
pode existir um ser. Esse ser puro deve, além disso, em contraste com o 
imaginável e perceptível, ser singular em todos os aspectos, nem 
complexo nem mutável. Em oposição as coisas perecíveis, o absoluto (ou a
 Divindade) é o infinito, ou seja, fora do tempo e do espaço; é 
incondicional, o que significa ano ser causado ou confinado por nada; 
salvo ele próprio, portanto, inconcebível. Tudo isso está compreendido 
na expressão En sôph (o infinito, o incondicionado, o absoluto). De 
acordo com a Cabala, o mundo material nada mais é senão uma ausência de 
ser puro – energia primeva debilitada. A doutrina cabalística da 
emanação é energética filosófica, dinâmica metafísica, em que a 
Divindade ou o absoluto é o ser puríssimo, assim como a energia suprema 
(actus purus)
Como podemos observar um 
conceito um tanto panteista e hindu a respeito do Soberano do Universo. 
Veja Jo 8.44; 2 Cr 6.14; Is 42.8; Dt 4.39.
2 – Qual é o significado do “Reino das 10 Sephiroth (Malkuth)?
Num sentido, essas Septiroth  
representam  a fronteira, a porta de acesso ao mais próximo mundo 
inferior, Beriah. Também a palavra Altereth (grinalda), como as 
Sephiroth são freqüentemente chamadas, inclui a concepção de unir e 
ligar, assim como a indicação do lugar inferior de Sephirah em oposição 
ao mais alto (Kether, coroa). Assim como a grinalda enquanto toucado 
pertence ao domínio da coroa, mas assume uma posição inferior, também as
 10 Septiroth pertencem as mais elevada emanações, mas são as mais 
baixas dentre elas.
3 – O que o mundo Beriah contém?
As 10 formas ou conceitos primevos de 
criação. No platonismo e neoplatonismo, esses conceitos são 
representados como seres inteligentes espirituais.
4 – Qual a antropologia da Cabala
Do mesmo modo que as Septiroth (a 
despeito de sua duplicação) ou o domínio Sephirah (apesar de sua 
triplicado) representam um organismo mundial autônomo, a alma, apesar de
 suas “partes”(assim chamadas), é um todo orgânico auto-suficiente.
De acordo com os ensinamentos dos 
cabalistas, existe uma liberdade da alma, todas as almas tornam-se 
abençoadas, significando com isso que todas retornarão as regiões 
superiores onde se originaram. Uma doutrina semelhante é a do exegeta e 
teólogo Orígenes.
5 – Quando nasceu a alma?
Como emanação do absoluto poderia ter 
existido eternamente e ter tido, por conseguinte, uma preexistência 
ideal, uma vez que, de acordo com a doutrina dos cabalistas, todas as 
almas foram criadas ao mesmo tempo. Portanto, por um lado, a alma é 
eterna, e por outro, teve um começo anterior a toda e qualquer 
existência física.
Em conexão com os estudos talmúdicos 
sobre a preexistência, os cabalistas ensinam que ela estava no domínio 
Yetsirah, especificamente numa parte das esferas dos céus Araboth 
chamada Guph.
6 – De acordo com essa doutrina, todas as almas ingressaram na existência física terrena?
Não, algumas almas ainda estão esperando. Veja 1 Co 15:46; Zc 12.1. 
Para os cabalistas elas
 serão parcialmente encontradas na primeira existência terrena, embora 
em sua maior parte passem por transmigrações através de diferentes e 
sucessivos períodos terrenos de existência. Algumas almas já se elevaram
 para uma vida superior.
Há diferentes opiniões com respeito para
 onde vão as almas,  a esse respeito. De acordo com as opiniões mais 
racionais dentro da Cabala, a meta final da alma perfeita é o 
desprendimento no absoluto, o “oceano da Divindade”.
Ainda com relação a alma, para eles a 
alma  no estado da pré-existência entra num estado consciente. Tem 
conhecimento de seus pensamentos, de modo que, também de acordo com 
Platão, toda a ciência terrena nada mais é senão uma recordação 
retrospectiva desse conhecimento presidencial. Elas ingressam com a 
finalidade de  se aperfeiçoarem
7 – Mas não e ensinado que as almas pecaram na existência pré-existêncial, e, portanto, tinham que entrar nos corpos?
Sim e não. A escola de Lúria, em 
particular, advoga que originalmente todas as almas estavam unidas na 
preexistência dos primeiros seres humanos, isto é, na idéia do homem, e 
pecaram, portanto, ao mesmo tempo que o primeiro homem. Assim ano 
ingressaram no mundo como uma punição direta, mas, sobretudo, para 
efeito de purificação depois de terem assumido a forma física ideal no 
domínio Beriah. Para que alma atinja a perfeição moral ela tem que ter 
vencido suas deficiência materiais e finalmente retornando, como 
vencedoras da luta contra a imperfeição. Isso só e conseguido pôr 
metempsicose,  a doutrina da transmigração das almas. Veja Rm 4.5; Ef 2.8,9; 1 Jo 5.11,12
8 – Onde está essa origem?
Não está inteiramente claro. Muitos 
cabalistas admitem uma existência pessoal continuada das almas 
purificadas no mundo de Yetsirah, Beriah ou das Sephiroth, de tal modo 
que as partes individuais da alma regressam a diferentes seções. Outros 
falam de uma confluência das almas, um refluxo de todas as emanações 
para o infinito, o absoluto, o Oceanos Divinitatis. Se esse curso é um 
outro processo de emanação, como ensinam os estóicos (e outros), ano é 
mencionado, uma vez que no sentido ético somente a emanação presente é 
considerada.
9 – Do que se trata a magia cabalística?
Da evocação de poderes sobrenaturais por
 meio do santo nome de Deus e de diferentes formas desse nome 
(composição de letras, etc.) Nós sabemos que a Cabala trabalha tanto com
 a magia branca como a negra também conhece a evocação de poderes 
demoníacos, embora rejeite isso como feitiçaria.  Veja Dt 18.10-12; Gn 41.24; Jr 14.14; Lv 19.26.
10 – Em que basear a crença de que milagres podem ser realizados com o nome de Deus?
A Bíblia já menciona a realização de 
milagres “em nome de Deus”( e em hebraico be-schem – pelo nome),.  Como o
 nome de algo deve expressar o seu caráter, o nome de Deus também é a 
expressão e revelação do seu ser. E como o ser da Divindade é poder 
absoluto (onipotência), o uso do seu nome deve ser uma apreensão do seu 
nome, uma absorção do seu poder (até onde for possível). As letras 
individuais, do nome de Deus também são partes do ser, a energia da 
Divindade. Por conseguinte, o conhecimento de diferentes combinações, de
 acordo com certas regras, fornece a capacidade de evocar um certo poder
 para um determinado propósito.
11 – Também são usados os nomes dos anjos?
Sim, bem como outras fórmulas mágicas. 
Os anjos são considerados servos de Deus, isto é, escoadouros para o 
poder da Divindade, e as fórmulas mágicas são usadas “em nome” da 
Divindade.  Isso está de acordo com o uso da fórmula original, o nome de
 Deus. Veja Gn 3.1-5; I Tm 4.1; 2 Co 4.4; 1 Jo 4.1. 
Alguns exemplos de metamorfose: Certa vez, um rabino encontrou em seu 
caminho uma feiticeira que tentou fazer-lhe uma bruxaria. Ele preferiu o
 Nome, convertendo a feiticeira num burro que alegremente levou ao 
mercado para vender.
12 – E exorcismo?
Para o Cabalistas Salomão tinha o mundo 
inteiro de espíritos e ele sujeito pelo Schem (gravado em eu anel de 
sinete e corrente) até que o demônio Asmodi lhe roubou o anel e assim 
obteve poder para si próprio. O bandido Salomão ficou errando até o dia 
em que finalmente obteve o anel de volta ao encontrá-lo no estômago de 
um peixe, quando decretou o imediato banimento de Asmodi.  Também é 
interessante a história de Lúria, do exorcismo de um espírito que 
possuía uma mulher. O espírito era a alma de um judeu afogado que ano 
tinha leito mortuário e ano fizera penitência. Depois de errar por longo
 tempo, fora-lhe permitido entrar numa mulher quando ela estava 
praguejando e essa mulher, epiléptica e histérica, sofreu terrivelmente.
 Lúria fala e age com o atormentador da infeliz do mesmo modo que um 
exorcista cristão; insulta-o e deixa que ele lhe conte a sua história. 
Com a ajuda do “Nome”, ele obriga finalmente o espírito a retirar-se 
para um dos dedos do pé da mulher, o que ele faz com a usual violência. O
 eminente rabino Low, de Praga (Judá ben Bezalêl), que faleceu em 1600) 
teria feito aparecer os patriarcas e filhos de Jacó diante de Rudolfo 
II, por meio do poder do Schêm.
13 – Que línguas podem ser entendidas com a ajuda do Schêm?
Ele ensinam que aquele que deseja 
realizar algum ato mágico deve possuir total pureza física, e o correto 
agrupamento de símbolos, assim como sua correta pronunciação (um segredo
 somente conhecido de muito poucos), são essenciais. Aquele que diz a 
fórmula num estado de impureza morrerá ou, pelo menos, arriscará sua 
vida, porquanto se tornará também impuro durante o ato milagroso. O 
Schêm só pode ser empregado por homens. Além de Lilith, uma jovem 
chamada Ichtahar usou o Schêm para encontrar refúgio no céu quando o 
anjo Schamchasu quis prostituí-la. Esse, porém, é um caso individual, 
provavelmente originário da mitologia babilônica.
14 – Para que fins são usados os amuletos?
Para inspirar amor e matar inimigos, mas
 são especialmente usados para proteção contra demônios e toda a espécie
 de calamidades. Eles contem vários nomes de Deus e dos anjos, assim 
como fórmulas com bênçãos ou maldições, e combinações obscuras e quase 
incompreensíveis de letras. O Talmude fornece um profilático contra 
doenças dos olhos (no tratado Pesachim 120A), a fórmula “Schebririn”, a 
qual é escrita de tal maneira que as letras da palavra decrescendo 
uniformemente fazem o mesmo com a doença.  Mais famosa é a fórmula 
“Abracadabra” que passeia por tudo quanto é livro de magia e foi 
elogiada como um meio contra a febre pelo romão Serenus Sammonicus..
15 – O que significa “Abracadabra”
Abbara Kedabra significa “some depressa 
como estas palavras”;  recita-se para aquele que está doente. Todas as 
outras explicações são, em sua maioria, muito improváveis (por exemplo, 
Ab, ruach, dabar, significando pai, espírito, “palavra” ou filho), ou 
ainda mais forçadas do que essa (por exemplo, o Abed Kadabar do dr. 
Fischer, significando “faça o determinado”, uma fórmula de receita para a
 qual, entretanto, as letras precisam ser mudadas).
16 – O que contem os outros amuletos?
Combinações cifradas secretas, cujas 
palavras tem, por vezes, uma relação peculiar e parcialmente misteriosa 
com as doutrinas das Sephiroth e outras, um exemplo disto é o quadro de 
Sete.
17 – Qual a diferença no resultado entre os amuletos e o Schêm falados?
A ação do amuleto é, de um modo geral, 
constante e duradoura; a pronunciação “Nome” é de breve duração, porém 
mais poderosa. Além disso, a ação de amuletos é principalmente negativa e
 impeditiva, ao passo que a fórmula falada é sobretudo produtiva, 
criativa e evocadora.
18 – Como é provado que o Cabalismo estava familiarizado com poder de sugestão?
São inúmeros os textos cabalistas que 
descrevem extensamente os meios para auto-hipnose, pelo uso de 
apropriadas e sugestivas representações, etc. Para contemplar os 
segredos da divindade, o cabalista que desejar isto, deve jejuar em 
determinados dias, colocar a cabeça entre os joelhos enquanto está 
assentado, e quando deitado, deve recitar vários hinos e fórmulas que 
são descritas. Essas fórmulas meio cantadas, meio recitadas, com seus 
ritmos flutuantes, margens pálidas e pensamentos vagos são indicados 
para influenciar outros. E, finalmente os cabalistas ano ignoram 
sugestivo efeito hipnótico de olhar um objeto brilhante, de escutar uma 
água caindo lentamente.
19 – Que mais pertence a magia cabalista?
Astrologia, Fisionomia (a arte de julgar
 o caráter pelos traços do rosto), Quiromancia (a arte de advinhar pela 
leitura das linhas das mãos). A descoberta magica de tesouros fontes de 
objetos, ladroes e etc., assim como a interpretação de sonhos, que 
pertencem a magia inferior só vieram acontecer em épocas subsequente, 
tem maiores afinidades com as crendices populares e muito pouco a ver 
com que eles chamam de verdadeiro cabalismo.
Fonte: Napec











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