Boa pergunta, resposta ingênua!
>> sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Por André R. Fonseca
Boa pergunta: “A
internet é uma boa fonte de informação e pesquisa, mas como saber
o que ler e confiar? Será que podemos confiar em qualquer estudo
bíblico que encontramos na internet? A dúvida é a mesma para
livros. Quais livros devemos ler para ter a certeza de que estamos
estudando uma teologia saudável e de acordo com a nossa doutrina?”
Resposta ingênua:
“A maneira mais fácil de identificar se o que estamos lendo é
um bom material de estudo bíblico, seja na internet ou nos livros,
será pela quantidade de citação bíblica. Um bom e confiável
estudo é aquele que tem muitas citações bíblica, quanto mais
melhor!”
Quem fez a pergunta
está consciente que o mundo não é cor de rosa e reconhece, também,
que suas limitações o impede de julgar o que é bom e o que não é.
Ciente das suas próprias limitações e dos riscos que corre, faz o
que é certo: pede orientação sobre o que deve ler para alguém de
confiança e que já trilhou o caminho que ele está para se
aventurar.
Infelizmente, uma das
resposta que ele não deveria ouvir foi essa aí acima. Uma resposta
que só pode refletir a ingenuidade de quem também não sabe avaliar
um bom estudo bíblico. O ingênuo autor dessa resposta nunca deve
ter lido uma obra como o “Evangelho puro e simples” de C. S.
Lewis. Uma obra verdadeiramente impregnada das mais puras e
cristalinas verdades do Evangelho em páginas e mais páginas sem uma
única citação bíblica.
Se empurrarmos essa
resposta da ingenuidade para algo minimamente sério, precisaremos
considerar os estudos dos Testemunhas de Jeová negando a divindade
de Cristo como verdadeiros e dignos de toda confiança. Procure uma
revista das Sentinelas sobre qualquer assunto e veja se não estão
carregados de citações bíblicas.
Se a quantidade de
citações bíblicas é o segredo para discernir entre o estudo
verdadeiro e o falso, Satanás estava no caminho certo quando tentou
Jesus. Não estava? Quando os doutores da lei tentavam arrumar
ciladas para pegar Jesus em alguma falta, eles partiam de princípios
bíblicos com citações da lei para construir suas artimanhas. Não
é verdade?
Será mesmo esse o
critério aceitável? É claro que não” Mas qual seria, então,
uma resposta adequada? Bem, acredito que a resposta seja simples:
compre livros por editora e autor. Uma boa editora mantém uma equipe
de consultores renomados para avaliar a qualidade do que pretende
publicar. Ou vai me dizer que você tem melhores condições de
avaliar um material para leitura do que as grandes editoras como SBB,
Vida ou Mundo Cristão? Se resolver não escolher pela editora por
acreditar que haja algum interesse comercial que comprometa a
qualidade da publicação, fique com os autores clássicos. Esta
turma da antiga como Karl Barth, C. S. Lewis, C. H. Spurgeon,
Jonathan Edwards e Santo Agostinho já escreveram o suficiente para
elevar qualquer cristão ao nível mais alto de exercício
intelectual e de fé. Se desejar ler algo mais contemporâneo, leia
Russel Shedd, John Stott, J. I Packer, John Piper, Augustus Nicodemus
ou Luiz Sayão.
E quanto à internet?
Bem, aí ficamos com o conselho de Paulo: “julgai todas as coisas,
retende o que é bom.” 1 Tessalonicenses 5:21. Até mesmo porque eu
precisava fazer pelo menos uma citação bíblica para encerrar o
texto, ou correria o risco de não ter a aceitação de todos os
leitores! :)
Autor: André R. Fonseca
www.andreRfonseca.com
Twitter: @andreRfonseca
Fonte da imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:SanDiegoCityCollegeLearingRecourceCity-bookshelf.jpg
Fonte: Teologia et cetera
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