A importância de um pastor
>> terça-feira, 9 de outubro de 2012
Por Maurício Zágari
De
uns tempos para cá, muito tem se falado sobre como pastores são
desnecessários. Que com o sacerdócio universal dos santos o ministério
pastoral tornou-se um desvio, um anacronismo descartável. Pastor de
tempo integral? Não precisa, dizem. Basta ter um “irmão mais experiente
na fé” que nos ajude na caminhada e está tudo certo. Entendo as causas
desse fenômeno, típico do século 21, mas sou obrigado a discordar dele. A
verdade é que escândalos públicos envolvendo pastores fizeram essa
“categoria” cair em descrédito. Quem antes era reverendo hoje é
suspeito até que se prove o contrário. E, para muitos, é melhor matar o
corpo todo do que amputar um dedo gangrenado. Então, na dúvida, cortem a
cabeça do ministério pastoral institucional. Só que isso é pecar pela
generalização e descartar o que Deus não descartou.
Tomo como parâmetro meus três pastores. São homens tementes a Deus,
comedidos com dinheiro, que tratam as ovelhas de modo extremamente
amoroso – seja disciplinando, seja restaurando. São pessoas
verdadeiramente vocacionadas, homens de Deus visivelmente preparados
para desempenhar suas funções eclesiásticas. Sacerdotes que, mais do que
julgar o erro alheio e punir pecadores, como verdadeiros cristãos que
são se preocupam com o que Jesus de fato se preocupou: não condenar
pessoas, mas conduzi-las ao Céu.
Recentemente, enfrentei um processo pessoal muito difícil. E meu
pastor foi essencial para que eu me mantivesse de pé. Testemunhei da
primeira fila a diferença que alguém que exerce o ministério por um real
chamado divino é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Devido a esse
processo tinha perdido o ânimo de escrever no APENAS, como já relatei
aqui. Abandonei o blog, por crer ter pouco a oferecer e muito a
aprender. Mas foi meu pastor quem me incentivou a prosseguir. Sei que
vou escrever menos, pois, hoje, minhas atenções estão bem mais distantes
da Internet. Mas voltar a escrever aqui é a cereja do bolo daquilo que
devo a meu pastor.
Nesse período da minha vida, vi amor em quem poderia adotar aquela
postura carrasca que vemos em muitos pastores com mais notoriedade. Sim,
meus pastores são anônimos, você possivelmente nunca ouviu falar deles.
Mas, de dentro de seu anonimato, fizeram mais pela minha alma do que
todos os pastores famosos juntos. Vi compaixão e um interesse legítimo
de cuidar das ovelhas. Vi meu pastor ligar de outro país para saber como
eu estava. Vi esperança para o tão criticado ministério pastoral. E que
ninguém fale mal de meus pastores ou de sua atividade tão claramente
estabelecida por Deus quando eu estiver por perto, pois serei sempre um
defensor ferrenho. Por pura gratidão e por reconhecimento daquilo que é
feito por tão visível chamado divino.
Esse
processo pelo qual passei me fez repensar muitas, muitas coisas. Entre
elas, notei, para minha surpresa, que me sinto mais tolerante. Percebi
que não me chateio mais com quem critica a figura do “pastor
institucional”. Depois de tudo o que enfrentei e de ter visto a
diferença que um pastor de verdade faz em nossa vida espiritual, o que
sinto por quem abdica do privilégio de ser pastoreado é, confesso, um
pouco de pena – e espero que ninguém se ofenda com isso. Possivelmente o
crítico é alguém que teve experiências ruins com maus pastores, que foi
magoado por sacerdotes mal preparados, foi ferido ou ignorado por
ministros do Evangelho sem entendimento do amor de Deus. Se é o seu
caso, meu irmão, minha irmã, minha oração é que encontre bons pastores.
Aqueles que deixam as 99 ovelhas no aprisco em busca da única perdida.
Que cumprem com modéstia seu chamado. Que amam a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo. Efésios 4.11 menciona que “Deus
deu uns para pastores”, logo, existem os verdadeiramente chamados para
isso. E menosprezá-los seria culpar quem Deus não culpa. Meus pastores,
afirmo, não são “irmãos mais experientes na fé”. São PASTORES, no
sentido mais estrito e bíblico da palavra.
Vivi na pele a importância de ter um bom pastor. Que, mais do que um
juiz ou um déspota, é um pai. E, como tal, disciplina quem ama, se for o
caso. Oferece o abraço, se for o caso. Dá orientações bíblicas e aponta
caminhos, se for o caso. E – em todos os casos – tem sempre uma única
preocupação em mente: conduzir cada ovelha que lhe foi confiada por
desígnio divino no caminho do Céu.
Saiba que seu pastor é seu aliado. Se ele não é perfeito… e daí? Você
é? Pastores têm o direito de errar, dê um desconto. São humanos. E não
super-humanos. Pastores pecam tanto quanto você e são perdoados por Deus
tanto quanto você. O que não faz deles menos pastores. Portanto, não
menospreze um bom sacerdote. Se o seu não é “bom” e você não reconhece
nele autoridade, busque outra igreja e outro pastor, isso não é pecado. O
importante é você ter um homem vocacionado por Deus para zelar por sua
alma.
Hoje, mais do que nunca, sei o quanto um pastor é importante em nossa
vida. Se deixarmos de lado a puerilidade ou o senso de rebeldia
característico da era pós-moderna e reconhecermos nos homens
verdadeiramente chamados pelo Senhor para o sacerdócio pessoas
confiáveis, teremos à disposição instrumentos maravilhosos de Deus para
nos auxiliar em nossa pedregosa caminhada nesta terra.
Sou grato a Cristo pelos pastores que tenho. Homens que me abençoaram
e me abençoam enormemente. E oro a Deus todos os dias por eles, em
gratidão. Pois só o Senhor sabe como foram importantes nas minhas crises
passadas, na minha vida hoje e no futuro da minha jornada. Muitas vezes
sem que eles nem ao menos soubessem: por uma palavra, uma orientação em
gabinete, uma visita ao hospital (no meu caso, mais de uma), uma
pregação, longas conversas, um abraço dado no momento certo.
Ame o seu pastor. Pois o fato de você ter um pastor é uma das provas de que Deus te ama.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício
Maurício
Fonte: Apenas
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