"O mundo acaba nesta sexta", afirma profeta do Piauí
>> sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Fundador do
grupo religioso "Barca", Luiz Pereira dos Santos, 43, afirma que o mundo
acabará nesta sexta-feira, pontualmente às 16h. Segundo o "profeta", às
05h do dia 29 de julho de 2009 um “anjo lhe apareceu, em seu quarto, e
lhe deu os detalhes do fim do mundo e de sua chamada”. Deixou seu
emprego de zelador e passou a se dedicar à nova fé.
Após conseguir alguns seguidores, o “profeta” estabeleceu sua base no
Parque Universitário, zona leste de Teresina. Em uma propriedade, que
abriga duas casas e que passou a ser conhecida como “Barca”, vivem 66
pessoas em regime de submissão, tendo sido obrigadas a deixarem seus
empregos, bens, estudos e familiares.
O grupo religioso, fundado por Luiz Pereira, possue características
típicas de um movimento destrutivo, como isolamento de adeptos,
manipulação psicológica e financeira, incentivo de práticas obscenas, e
uso de temas apocalípticos como forma de coação e medo. Às semelhanças
também podem progredir para algo mais perigoso, como suicídio coletivo.
A programação – termo utilizado por pesquisadores de movimentos
destrutivos para descrever o domínio psicológico exercido sobre adeptos –
inclui a proibição de que os seguidores tenham acesso a programas
televisivos e radiofônicos seculares, dedicação exclusiva aos cultos
promovidos pela Barca, e casamento entre crianças e adolescentes.
Investigação
Luiz Pereira dos Santos vem sendo investigado pelo Ministério Público do
Estado do Piauí desde o começo de 2012 tendo sido autuado em flagrante
no dia 29 de julho por curandeirismo e charlatanismo, mas liberado após
pagar fiança de R$ 207. O “profeta” teria sido autuado após denúncia
feita por Alda Maria, 44. Segundo o 11º Distrito Policial de Teresina,
Alda Maria também teria sido vítima de agressão física.
No mês passado, segundo informações do portal Terra,
o “profeta” foi detido pela Delegacia de Proteção a Criança e ao
Adolescente acusado de proibir as crianças de irem para a escola. Após
autorização expedida pela juíza Maria Luíza de Moura, a DPCA removeu
hoje (11) as 19 crianças que faziam parte da comunidade, além de
encontrar uma quantidade considerável de veneno de rato na casa, segundo
o jornal 180graus.
Após ameaças de moradores e traficantes do Parque Universitário e a
intervenção da DPCA, Luiz Pereira dos Santos abandonou a Barca. Pelo
menos 10 pessoas prestaram depoimentos.
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