A História do Inferno: de 400 a 1000 d.C.
>> quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O que os cristãos creram a respeito do inferno ao longo da história?
Após uma introdução das três principais visões sobre o inferno, apresentamos aqui grandes nomes da história e o que defendiam sobre o assunto. (acesse a introdução para ver o índice)
Jerônimo (c. 347-420)
Jerônimo foi influenciado por Orígenes em seus primeiros escritos e supostamente defendia a posição de que todos os batizados no fim seriam salvos, e que somente seriam condenados por toda a eternidade os demônios e os não-cristãos. Essa crença foi rejeitada por Agostinho, e o próprio Jerônimo, em seus últimos anos, voltou-se severamente contra as posições de Orígenes.
Agostinho de Hipona (354-430)

Máximo, o Confessor (c. 580-662)
Máximo é amplamente conhecido por defender a doutrina segundo a qual Jesus tem uma vontade humana diferente de sua vontade divina, além do entendimento de que a humanidade de Jesus tem implicações salvíficas para a redenção dos seres humanos. A teologia de Máximo foi profundamente moldada pela teologia dos Pais Capadócios, dentre os quais Gregório de Nissa, e consequentemente também por Orígenes. Máximo usou o termo apocatástase, mas também fez suas ressalvas, afirmando que os seres humanos podem rejeitar a graça de Deus e experimentar “mal-estar” no lugar de “bem-estar”. Parecia crer que toda a criação retornará ao conhecimento primevo acerca de Deus, mas para os que escolheram rejeitá-lo, esse conhecimento será fonte não de alegria, mas de tristeza. Ainda assim, as implicações cósmicas de sua cristologia são tais que, no fim, todos retornarão a Deus. Esse processo de retorno requer purificação, e o “mal-estar” e a tristeza no fim se transformarão em “bem-estar” e alegria.
Idade Média (c. 500-1500 d.C.)

Todavia, à medida que a segunda vinda começava a parecer mais remota, os cristãos foram se concentrando cada vez mais na doutrina do juízo imediato de cada alma após a morte. O livro de Apocalipse em especial começou a servir de guia para o imaginário cristão acerca do destino das pessoas após a morte. Esse realce no pós-morte resultou em um novo gênero literário, grotesco e sempre com um excesso de ilustrações: eram as visões da viagem rumo ao outro mundo. A Divina comédia de Dante representou o ápice do gênero. Nessas viagens, muito mais tempo se gastava, de forma geral, descrevendo o inferno que o purgatório ou mesmo o céu ― e dentre as figuras mais comuns estavam o fogo que ardia eternamente, as cobras, os caldeirões ferventes, os campos de gelo eterno, os rios sulfúreos em ebulição e as torturas infligidas por demônios.
Não raro essas jornadas imaginárias tinham por objetivo mostrar o inferno aos leitores do ponto de vista de alguém que tinha morrido (fazia pouco tempo), tinha visitado o reino dos mortos e depois tinha retornado para relatar o que vira. O objetivo dessas histórias era quase sempre exortar o leitor ou ouvinte a levar uma vida moralmente boa na terra, evitando os pecados que poderiam condená-los para sempre.
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