Teologia da Prosperidade - Uma corrida para a ruína
>> domingo, 2 de dezembro de 2012
Por Josemar Bessa
Por que
como um câncer a “teologia da prosperidade” foi se alastrando numa
metástase diabólica no seio da igreja protestante? O que vemos hoje (Se
olharmos com olhos espirituais e bíblicos), é uma terra arrasada,
escombros e ruínas (Como Jeremias viu Jerusalém ) daquilo que devia ter
sua existência (igreja) com o único propósito de proclamar a glória de
Deus.
Não é
difícil resistir algo inicialmente, mas a medida que o tempo passa, a
cobiça domina, nossos olhos se tornam a única porta de “verdade” para a
“igreja”. Esquecemos a Palavra. A igreja hoje é o retrato fiel dos seus
líderes. Um retrato do coração e ambição mundana. “Mas eles foram a
causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23).
Acaz
voltou de Jeová para servir aos deuses de Damasco. Como hoje. E por quê?
Porque a Síria estava gozando de prosperidade. Ao ver o que Acaz viu, a
igreja começou a imitar o mundo, e igrejas ao olharem as outras foram
imitando a imitação do mundo – Resultado? Metástase que parece
irreversível.
O que
Acaz fez? “Ele ofereceu sacrifícios aos deuses de Damasco que o haviam
derrotado, pois pensava: ‘Já que os deuses da Síria os têm ajudado,
oferecerei sacrifícios a eles para que me ajudem também’. Mas eles foram
a causa de sua ruína, e da ruína de todo o Israel”.
Não há
outro resultado possível. O pragmatismo não pode dirigir quem quer ser
guiado por Deus – mas sim uma confiança absoluta em Sua Palavra. O que
valia para Israel vale para a igreja no século XXI – A conseqüente
introdução de falsos deuses e a profanação do culto a Deus ( e como esse
culto tem sido profanado hoje no altar de Mamom ) tornou-se a ruína de
Acaz e seu reino.
Esta é a
ruína da igreja, a mesma de Acaz e Israel. E ela acontece pelos mesmos
motivos. Os ídolos modernos tomaram completamente o lugar da Palavra de
Deus e sua glória. Os ídolos estão navamente estabelecidos e adorados
alegremente em nossos dias.
Nada
mais trágico do que ver o próprio homem ( e igreja ) se arruinando:
“...eles foram a causa da sua ruína e de todo o Israel” (2Cr 28.23).
Acaz claramente é o tipo de muitos e muitas igrejas destruidoras de si.
“A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9) – Como seria bom se
houvessem vários Oséias proclamando hoje, mas na verdade são tão poucos.
Acaz quis ser seu próprio mestre – Esqueceu Deus, esqueceu Sua Palavra –
Só conseguia ver a “prosperidade” da Síria. Ficou fascinada e
paralisado como uma presa diante da serpente. Isso sempre arruína –
arruinou o filho pródigo – arruinou Acaz – arruinou Israel, e arruinará
milhões e milhões de outros.
É a
arrogância que faz pastor imitar pastor, igreja imitar igreja – todos
indo em direção a ruína da “Teologia da Prosperidade”. A arrogância e a
arbitrariedade ao pecar: “Andou nos caminhos dos reis de Israel” (2 Rs
16.3,4). Essa é uma corrida morro abaixo. Cada vez mais a velocidade
aumenta e o abismo se aproxima – Esta é uma corrida para a ruína.
Um dia a
idéia mundana de “prosperidade” custará muito caro. Acaz esbanjou
tesouro em sua cópia da adoração dos deuses da Síria invejando a sua
prosperidade. Mas é bom que se diga aos iludidos, Acaz gastou muito e
ganhou pouco. Isto vale para a igreja e para as pessoas individuais.
Desperdício!
O trágico é que nossa vida aqui não é um recurso inesgotável e logo
nosso tempo se encerrará. Que legado trágico deixaremos as próximas
gerações. Nossas existências só se justificam se forem para a glória de
Deus – o mesmo vale para a igreja em geral. Desperdício e muitos outros
caminhos errados são caros e ruins.
Quando
estamos obstinados, como os dias em que vivemos hoje na igreja, nós
somos capazes da loucura de desafiar Deus. Acaz desafiou a punição:
“Mesmo nessa época em que passou por tantas dificuldades, o rei Acaz
tornou-se ainda mais infiel ao Senhor” ( 1Co 28.22) – Ele estava focado
na “prosperidade” dos deuses da Síria. Esta rebeldia ao claro ensino de
Deus e contra toda a correção sempre leva à ruína certa.
Nossa
geração se acha esperta em seu pragmatismo. Diz “Rico sou e de nada
tenho falta” – nós sabemos a resposta que Deus deu a igreja que afirmou
isso. Acaz era muito sagaz, e bajulava os grandes. Aos nossos olhos isso
parece uma tática perfeita – está funcionando, eles são grandes, por
que não nos ajuntarmos a eles? Acaz fez uma cópia do altar dos deuses da
Síria e levou para sua casa. Quem é que perece mais rapidamente? Os
espertos demais para serem simples e simplesmente seguirem o seu Deus.
Vamos
ser justos, Acaz era um homem de “bom gosto” – sabia admirar coisas que
fascinam os nossos corações. Ele admirava as antigüidades e o estético
na religião. Ah! O estético na religião nunca foi tão admirado como
agora.
Se um
homem ( Líder ) começasse se enamorar da prosperidade e dos deuses da
Síria que supostamente era sua origem – e que levou Acaz a se prostituir
com ele – e a grande maioria do povo e dos líderes bradassem contra –
Deus ainda estaria sendo honrado em nossos púlpitos e não Mamom. Mas
existem loucuras que são coletivas – como isso é real hoje no meio da
“igreja”. Veja que quem era para trazer Acaz a razão estava tão
fascinado quanto ele: “O sacerdote Urias construiu um altar conforme as
instruções que o rei Acaz tinha mandado” (2Rs 16.11). Entre todas as
coisas destruidoras na igreja hoje, nós podemos afirmar sem medo de erra
– Maus ministros são terríveis destruidores.
Qual é o
modelo para a igreja hoje? Quem são seus heróis? Paulo falou “sede meus
imitadores como eu sou de Cristo” – Quem dera fosse esse o modelo
atual. Acaz imitou pecadores prósperos. O rei da Assíria tornou-se seu
tipo, seu paradigma... Isso é conduta ruinosa e destruidora. Ele
abandonou todo o culto a Deus. Podemos estar dentro de edifícios
adorando e já termos abandonado todo o verdadeiro culto a Deus. Acaz
“trancou as portas da casa do Senhor” (2Cr 28.24). Este é o clímax de
sua rebelião – não havia lugar para o verdadeiro Deus e os deuses da
Assíra que davam “prosperidade”. É verdade, Cristo disse que você não
pode servir a Deus e ao dinheiro, a Deus e a Mamom ao mesmo tempo. Isso
não pode ser feito nem nos dias de Acaz, nem nos dias de Jesus – e não
se engane, nem pela igreja dos nossos dias.
No final de tudo – e o final das escolhas atuais não podem ser diferentes, os deuses falsos foram a ruína de Acaz.
Uma
ruína sugere muitas reflexões. Mas a corrida morro abaixo aos deuses da
prosperidade é tão desenfreada que não há tempo para reflexões. O que
foi? O que poderia ter sido? O que é? O que será? Um dia sentaremos
entre as ruínas como Jeremias se sentou entre as ruínas de Jerusalém e
choraremos e lamentaremos como ele. Meditações entre ruínas podem ser
úteis, apesar de tardias, àqueles que se inclinam a repetir como nossa
geração, a experiência de Acaz.
Muitos
serão arruinados: “Foram a ruína dele e de todo o Israel” – pelo ensino
não estamos enchendo a igreja de verdadeiros israelitas, mas de sírios.
Pelo exemplo e pelo ensino estamos fazendo pagãos e não filhos de Deus. A
sedução da “prosperidade” é tão grande – que pela sedução a virtude
está sendo arruinada. Muitas vezes líderes (como Acaz) pela sua próprio
presença destroem tudo o que é bom nos seus liderados. Muitas vezes
alguém está tão contaminado, que mesmo no momento que não tem a intenção
espalham o contágio, como a Peste Negra se espalhou por toda Europa. O
contágio do pecado, da ambição, do amor ao dinheiro... A conduta dos
Acazes de Hoje, sua religião perversa e deturpada arruína jovens,
influencia os inseguros, sua linguagem e ensino influenciam e atraem os
maus.
Lembremos
a mensagem de Deus que se repete para nós hoje: “Mas eles foram a causa
da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23). Mas a igreja não
poderá culpar só seus líderes, os Acazes de hoje – Deus diz “A tua
ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9).
Fonte: Site do autor
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